segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

tentaram lhe empurrar goela abaixo o pior senador do Brasil: nota zero!


A explicação da Veja sobre o zero de Aécio é uma das piadas do ano



Ele


Em algum momento do ano, a Veja tinha que publicar alguma coisa verdadeira, pela lei das estatísticas jornalísticas.


Isso aconteceu em sua última edição do ano, numa lista com o desempenho dos parlamentares brasileiros em 2014.

É um levantamento que a revista faz desde 2011, e que leva o pomposo nome de “Ranking do Progresso”.

Segundo a Veja, “critérios objetivos” são usados para a classificação: não se trata apenas de assiduidade, mas da qualidade dos projetos apresentados.

Na lista de 2014, entre os senadores, Aécio apareceu na última colocação. A nota que ele mereceu da revista foi, simplesmente, zero. A escala ia até dez.

Ainda ontem, quando a informação viralizou na internet, alguns tentaram explicar a posição de Aécio.

Um colunista do Globo, no Twitter, sugeriu que a posição de Aécio podia dever-se à campanha presidencial.

Os internautas não engoliram a justificativa. Alguém lembrou que o senador Lindbergh Farias também esteve em campanha em 2014, e ficou na segunda colocação.

Diante do clamor da internet, a Veja decidiu, no domingo, o impossível: justificar a posição de Aécio.

O caminho foi exatamente o do colunista do Globo: a campanha.

Era melhor a revista ficar em silêncio fúnebre. Ou será que a campanha explica também a nota 3,8 – de zero a dez – que Aécio levou em 2013?

Na primeira lista, a de 2011, Aécio sequer foi citado. Apenas 22 senadores apareceram nela, e entre eles não figurava Aécio.

Há, como se vê, uma coerência no Ranking do Progresso, pelo menos no que diz respeito a Aécio Neves.

Jornalisticamente, ficam algumas perguntas.

A primeira é: por que a Veja não utilizou seu “Ranking do Progresso” em nenhum perfil que fez sobre Aécio?

A seus leitores foi subtraída uma informação essencial.

Nenhum dos blogueiros também jamais mencionou uma lista destinada, segundo a Veja, a empurrar o país “rumo ao futuro”.

A Veja tratou seu próprio material como trata as notícias de um modo geral: se são desfavoráveis aos amigos, esconde-as. Mostrou assim a natureza do jornalismo que pratica.

Você pode perguntar: mas por que então ela deu a relação em que Aécio aparece em último lugar?

Boa questão.

Minha desconfiança é que, se não desse, ela vazaria de qualquer forma da internet, e o embaraço seria não só de Aécio mas da Veja.

Um instituto, mediante as diretrizes da Veja, avalia os parlamentares e os enumera. O “Ranking do Progresso” de 2014 fatalmente apareceria em algum site, e de lá viralizaria.

Na internet, é bem mais difícil você manipular as informações.

Por fim, fora as gargalhadas inevitáveis no reconhecimento involuntário que a Veja fez do trabalho de Aécio em Brasília, fica a constatação: a revista se bateu furiosamente para eleger o pior senador do Brasil.

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