Uma humanidade solidária, amorosa... construída com todos incluídos num mundo menos elitista, preconceituoso, autoritário e desigual, por la vida... siempre!
quinta-feira, 26 de março de 2009
Recebi por e-mail
Vídeos organizados dos Beatles,todas as músicas com letras.
A Day in the Life
A Hard Day's Night
A Taste of Honey
Across The Universe
Act Naturally
All I've got to Do
All My Loving
All Together Now
All You Need Is Love
And I Love Her
And Your Bird Can Sing
Anna (Go To Him)
Another Girl
Any Time At All
Ask Me Why
Baby It's You
Baby You're A Rich Man
Baby's in Black
Back In The USSR
Bad BoyBecause
Being for the Benefit of Mr. Kite!
Birthday
Blackbird
Blue Jay Way
Boys
Can't Buy Me Love
Carry That Weight
Chains
Come Together
Cry Baby Cry
Day Tripper
Dear Prudence
Devil In Her Heart
Dig A Pony
Dig It
Dizzy Miss Lizzie
Do You Want to Know a Secret
Doctor Robert
Don't Bother Me
Don't Let Me Down
Don't Pass Me By
Drive My Car
Eight Days a Week
Eleanor Rigby
Every Little Thing
Everybody's Got Something to Hide Except For Me and My Monkey
Everybody's Trying to be My Baby
Fixing a Hole
Flying (instrumental)
For No One
For You Blue
Free As A Bird
From Me To You
Get Back
Getting Better
Girl
Glass Onion
Golden Slumbers
Good Day Sunshine
Good Morning, Good Morning
Good Night
Got To Get You Into My Life
Happiness is a Warm Gun
Hello, Goodbye
Help
Helter Skelter
Her Majesty
Here Comes The Sun
Here, There And Everywhere
Hey Bulldog
Hey Jude
Hold Me Tight
Honey Don't
Honey PieI Am the Walrus
I Call Your Name
I Don't Want to Spoil the Party
I Feel Fine
I Me Mine
I Need You
I Saw Her Standing There
I Should Have Known Better
I Wanna Be Your Man
I Want To Hold Your Hand
I Want To Tell You
I Want You (She's So Heavy)
I Will
I'll Be Back
I'll Cry Instead
I'll Follow the Sun
I'll Get You
I'm a Loser
I'm Down
I'm Just Happy to Dance with You
I'm Looking Through You
I'm Only Sleeping
I'm so tired
I've Got A Feeling
I've Just Seen a Face
If I Fell
If I Needed Someone
In My Life
It Won't Be Long
It's All Too Much
It's Only Love
Julia
Kansas City/Hey, Hey, Hey, Hey
Komm Gib Mir Deine Hand
Lady Madonna
Let it Be
Little Child
Long Tall Sally
Long, Long, Long
Love Me Do
Love You To
Lovely Rita
Lucy in the Sky with Diamonds
Maggie Mae
Magical Mystery Tour
Martha My Dear
Matchbox
Maxwell's Silver Hammer
Mean Mr. Mustard
Michelle
Misery
Money (That's What I Want)
Mother Nature's Son
Mr. Moonlight
No Reply
Norwegian Wood
Not a Second Time
Nowhere Man
Ob-La-Di, Ob-La-Da
Octopus's Garden
Oh! Darling
Old Brown Shoe
One After 909
Only A Northern Song
P.S. I Love You
Paperback Writer
Penny Lane
Piggies
Please Mister Postman
Please Please Me
Polythene Pam
Rain
Real Love
Revolution 1
Revolution 9
Rock and Roll Music
Rocky Raccoon
Roll Over Beethoven
Run For Your Life
Savoy Truffle
Sexy Sadie
Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Reprise)
She Came In Through The Bathroom Window
She Loves You
She Said, She Said
She's A Woman
She's Leaving Home
Sie Liebt Dich
Slow Down
Something
Strawberry Fields Forever
Sun King
Taxman
Tell Me What You See
Tell Me Why
Thank You Girl
The Ballad of John And Yoko
The Continuing Story of Bungalow Bill
The End
The Fool On The Hill
The Inner Light
The Long And Winding Road
The Night Before
The Word
There's A Place
Things We Said Today
Think For Yourself
This Boy
Ticket to Ride
Till There was You
Tomorrow Never Knows
Twist and Shout
Two of Us
Wait
We Can Work It Out
What Goes On
What You're Doing
When I Get Home
When I'm Sixty-Four
While My Guitar Gently Weeps
Why don't we do it in the road
Wild Honey Pie
With a Little Help From My Friends
Within You Without You
Words of Love
Yellow Submarine
Yer Blues
Yes It Is
Yesterday
You Can't Do That
You Know My Name
You Like Me Too Much
You Never Give Me Your Money
You Really Got a Hold on Me
You Won't See Me
You're Going to Lose That Girl
You've Got to Hide Your Love Away
Your Mother Should Know
The Beatles video from Albums:
Please Please Me
With The Beatles
A Hard Day's Night
Beatles For Sale
Help!
Rubber Soul
Revolver
Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
Magical Mystery Tour
The Beatles - White Album
Yellow Submarine
Abbey Road
Let It Be
Past Masters Volume 1
Past Masters Volume 2
Divirtam-se!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
quarta-feira, 25 de março de 2009
terça-feira, 24 de março de 2009
sábado, 21 de março de 2009
Defensor
Passado um tempo de cansar a espera, a dona Cogitabunda se entra, tento me recompor, Dr Algemadotira, eles estão muito ansiosos, Eles quem, O pessoal que está esperando, O que foi, Parece que o rapaz matou um sujeito, Tá, manda entrar, por agora, resolvo esse indivíduo duvidoso. O fastio já não é apenas na aparência vem junto com a falta da vontade de agradar, ser gentil. Está em estação de ficar afronhado, até restar no feitio da fronha. Amarrotado.
É tudo igual. As mesmas respostas dão nas mesmas perguntas, O que foi, meu filho, Esse meu amigo, que eu matei, tomou todas as cervejas comigo, fechamos o boteco, doutor, e depois me estranhou, O que ele fez, Puxou da faca e partiu pra cima, De quem, De mim, O que você fez, Tirei a faca dele e dei uma facada, E..., Morreu, mas eu to com a faca aqui, Não, você não está com a faca, To sim, doutor, quer ver, Nãoooo, você não está entendendo, O que doutor, Você não está com a faca, Mas eu to sim, doutor, Nãoooooooo, essa faca pelo que você sabe está no fundo do rio, Mas como, Você vai pegá-la, longe de mim, embrulhar numa pedra e jogá-la no rio, Mas assim ninguém encontra, Isso, você entendeu, já iniciamos a sua defesa, Sim, doutor. Outro caso resolvido, Dona Cogitabunda, O que foi Dr Algemadotira, Esse rapaz já está de saída, amanhã ele retorna, com uma cara mais mansa e um olhar triste, Obrigado, doutor, A justiça precisa levar vantagem, É verdade, A verdade nada tem com isso, ela é contingente, O que doutor, Nada, esquece rapaz.
De novo, na solidão, sem entusiasmo. Noto que vem de muito a perder as forças. Precisa ainda ler aqueles depoimentos todos, Cogitabunda, Sim, senhor Algemadotira, Menina, vá para casa, por hoje, me fico no isolamento do falatório escrito, O que estás a quer achar, Acolhimento e considerações para o possível de não ter acontecido, Estás a querer virar do avesso o já declarado, Isso mesmo, Boa noite, então, Boa noite. Mesmo eu, daqui, sinto a dor do desperdício, toda oferecida, mas mandada embora, Vá descansar. Também me apronto, para uma noite de trabalhos.
Já se faz um bom tempo de anos que venho cogitando de mandar pregar, em algum lugar seguro, esse tal Algemadotira, mas ele sempre escapa pelas frestas dos meus dedos. Tenho dedos muito magros. O Algemadotira, que me conhece pelas intimidades, tem todo tempo para ensaiar o tal escapamento pelas rachadelas. Treina e exercita e adestra, busca a perfeição, está tudo escrito, basta decorar, Por mim, esse ficaria por muitos anos trancado, mas isso não depende dos meus desejos. As palavras jogadas em minha sala não buscam a verdade. Eu, não acredito na verdade, só em mim. Esse tira algemas, também, só crê em si. Eu tenho que conviver com as razões alheias, enquanto o mundo se perde dos amigos.
O Algemadotira copia para a memória o que lê e volta a recitar inúmeras vezes o lido. Está confiante, mas já aprendeu a não deixar nada ao acaso. Todos os pontos e todas as vírgulas precisam estar nos seus lugares. Pensa que a minha saúde emocional depende da sua correta orientação. Aprecia me ver enlouquecida. Sem o uso da razão.
Enquanto rele aquele ajuntado de folhas roça levemente os dedos em minhas pernas, mecanicamente, me mantém com os olhos vendados. Gosta de me ostentar em sua mesa. Em uma das minhas mãos conservo erguida a balança, e na outra a minha inseparável espada. Meu equilíbrio depende da minha força relutante ao seu fascínio. Anima-se em me seduzir. A bem da verdade processual, a mim, é difícil lhe resistir. Enganoso de aparência. O cabritismo da sua língua provoca a minha sensualidade. Exerce o tráfico das influências da carne, aceito o risco. Seduz minhas partes valendo-se da minha inexperiência com carnalidades. Sou pura de coração, mas a carne enraizada me corrompe.
sábado, 14 de março de 2009
Os 45 anos do comício da Central do Brasil
A grande mídia e o golpe de 64
Venício A. de Lima
No debate contemporâneo sobre a relação entre história e memória, argumenta-se com propriedade que a história não só é construída pela ação de seres humanos em situações específicas como também por aqueles que escrevem sobre essas ações e dão significado a elas. Sabemos bem disso no Brasil.
Ao se aproximar os 45 anos do 1º de abril de 1964 e diante de tentativas recentes de revisar a história da ditadura e reconstruir o seu significado através, inclusive, da criação de um vocabulário novo, é necessário relembrar o papel – para alguns, decisivo – que a grande mídia desempenhou na preparação e sustentação do golpe militar.
Referência clássica
A participação ativa dos grandes grupos de mídia na derrubada do presidente João Goulart é fato histórico fartamente documentado. Creio que a referência clássica continua sendo a tese de doutorado de René A. Dreifuss (infelizmente, já falecido), defendida no Institute of Latin American Studies da University of Glasgow, na Escócia, em 1980 e publicada pela Editora Vozes sob o título “1964: A Conquista do Estado” (7ª. edição, 2008).
Através das centenas de páginas do livro de Dreifuss o leitor interessado poderá conhecer quem foram os conspiradores e reconstruir detalhadamente suas atividades, articuladas e coordenadas por duas instituições, fartamente financiadas por interesses empresariais nacionais e estrangeiros (“o bloco multinacional e associado”): o IBAD, Instituto Brasileiro de Ação Democrática e o IPES, Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais.
No que se refere especificamente ao papel dos grupos de mídia, sobressai a ação do GOP, Grupo de Opinião Pública ligado ao IPES e constituído por importantes jornalistas e publicitários. O capítulo VI sobre “a campanha ideológica”, traz ampla lista de livros, folhetos e panfletos publicados pelo IPES e uma relação de jornalistas e colunistas a serviço do golpe em diferentes jornais de todo o país. Além disso, Dreyfuss afirma (p. 233):
O IPES conseguiu estabelecer um sincronizado assalto à opinião pública. Através de seu relacionamento especial com os mais importantes jornais, rádios e televisões nacionais, como: os Diários Associados, a Folha de São Paulo, o Estado de São Paulo (...) e também a prestigiosa Rádio Eldorado de São Paulo. Entre os demais participantes da campanha incluíam-se (...) a TV Record e a TV Paulista (...), o Correio do Povo (RS), O Globo, das Organizações Globo (...) que também detinha o controle da influente Rádio Globo de alcance nacional. (...) Outros jornais do país se puseram a serviço do IPES. (...) A Tribuna da Imprensa (Rio), as Notícias Populares (SP).
Vale lembrar às gerações mais novas que o poder relativo dos Diários Associados no início dos anos 60 era certamente muito maior do que o das Organizações Globo neste início de século XXI. O principal biógrafo de Assis Chateaubriand afirma que ele foi “infinitamente mais forte do que Roberto Marinho” e “construiu o maior império de comunicação que este continente já viu”.
A visão do USIA
Há outro estudo, menos conhecido, que merece ser mencionado. Trata-se de pesquisa realizada por Jonathan Lane, Ph. D. em Comunicação por Stanford, ex-funcionário da USIA, United States Information Agency no Brasil, publicado originalmente no Journalism Quarterly, (hoje Journalism & Mass Communication Quarterly), em 1967, e depois no Boletim n. 11 do Departamento de Jornalismo da Bloch Editores, em 1968, (à época, editado por Muniz Sodré) sob o título “Função dos Meios de Comunicação de Massas na Crise Brasileira de 1964”.
Lane enfatiza a liberdade de imprensa existente no país e a pressão exercida pelo governo sobre os meios de comunicação utilizando os recursos a seu dispor (empréstimos, licenças para importação de equipamentos, publicidade, concessões de radiodifusão e “recursos de partidos comunistas”). A grande mídia, no entanto, resiste, até porque “o governo não é a única fonte de subsídio com que contam os jornais. Existem outras, interesses conservadores, econômicos e políticos que controlam bancos ou dispõem de outros capitais para influenciar os jornais” (p. 7).
O autor, curiosamente, não menciona o IBAD ou o IPES e conclui que as ações do governo João Goulart e da “esquerda” retratadas nos meios de comunicação provocaram um “desgaste da antiga ordem baseada na hierarquia e na disciplina” que se tornou “psicologicamente insuportável” para os chefes militares e para a elite política, levando, então, ao golpe. O artigo de Lane, no entanto, traz um importante conjunto de informações para se identificar a atuação da grande mídia. Tomando como exemplo a cidade do Rio de Janeiro - “o centro de comunicações mais importante” – afirma:
“Apesar das armas à disposição do governo, Goulart passou um mau bocado com a maior parte da imprensa. A maioria dos proprietários e diretores dos jornais mais importantes são homens (e mulheres) de linhagem e posição social, que freqüentam os altos círculos sociais de uma sociedade razoavelmente estratificada. Suas idéias são classicamente liberais e não marxistas, e seus interesses conservadores e não revolucionários” (p. 7).
No que se refere aos jornais, Lane chama atenção para a existência dos “revolucionários”, de circulação reduzida, como Novos Rumos, Semanário e Classe Operária (comunistas) e Panfleto (Brizolista). O mais importante jornal de “propaganda esquerdista” era Última Hora, “porta-voz do nacionalismo-esquerdista desde o tempo de Vargas”. Já “no centro, algumas apoiando Jango, outras censurando-o, estavam os influentes Diário de Notícias e Correio da Manhã”. E continua:
“Enfileirados contra (Jango) razoavelmente e com razoável (sic) constância, encontravam-se O Jornal, principal órgão da grande rede de publicações dos Diários Associados; O Globo, jornal de maior circulação da cidade; e o Jornal do Brasil, jornal influente que se manteve neutro por algum tempo, porém opondo forte resistência a Goulart mais para o fim. A Tribuna da Imprensa, ligada ao principal inimigo político de Goulart, o governador Carlos Lacerda, da Guanabara (na verdade, a cidade do Rio de Janeiro), igualmente se opunha ferrenhamente a Goulart” (pp. 7-8).
Quanto ao rádio e à televisão, Lane explica:“Cerca de metade das estações de televisão do país são de propriedade da cadeia dos Diários Associados, que também possui muitas emissoras radiofônicas e jornais em várias cidades. (...) Os meios de comunicação dos Diários Associados, inclusive rádio e tevê, empenharam-se numa campanha coordenada contra a agitação esquerdista, embora não contra Goulart pessoalmente, nos últimos meses que antecederam ao golpe” (p. 8).
Participação ativa
A pequena descrição aqui esboçada de dois estudos que partem de perspectivas teóricas e analíticas radicalmente distintas não deixa qualquer dúvida sobre o ativo envolvimento da grande mídia na conspiração golpista de 1964. A relação posterior com o regime militar, sobretudo a partir da vigência da censura prévia iniciada com o AI-5, ao final de 1968, é outra história. Recomendo os estudos de Beatriz Kushnir, “Cães de Guarda – Jornalistas e censores do AI-5 à Constituição de 1988” (Boitempo, 2004) e de Bernardo Kucinski, “Jornalistas e Revolucionários nos tempos da imprensa alternativa” (EDUSP, 2ª. edição 2003).
As Organizações Globo merecem, certamente, um capítulo especial. Elio Gaspari refere-se ao “mais poderoso conglomerado de comunicações do país” como “aliado e defensor do regime” (Ditadura Escancarada, Cia. das Letras, 2004; p. 452).
Em defesa da democracia
Não são poucos os atores envolvidos no golpe de 1964 – ou seus herdeiros – que continuam vivos e ativos. A grande mídia brasileira, apesar de muitas e importantes mudanças, continua basicamente controlada pelos mesmos grupos familiares, políticos e empresariais. O mundo mudou, o país mudou. Algumas instituições, no entanto, continuam presas ao seu passado. Não nos deve surpreender, portanto, que eventualmente transpareçam suas verdadeiras posições e compromissos, expressos em editoriais, notas ou, pior do que isso, disfarçados na cobertura jornalística cotidiana.
Tudo, é claro, sempre feito “em nome e em defesa da democracia”.
Por todas essas razões, lembrar e discutir o papel da grande mídia na preparação e sustentação do golpe de 1964 é um dever de todos nós.
Publicado em Carta Maior
Política13/03/2009
domingo, 8 de março de 2009
Altamiro Borges: Mainardi pedirá a cabeça de Jabor?
22 DE FEVEREIRO DE 2009 - 16h18
Altamiro Borges: Mainardi pedirá a cabeça de Jabor?
Karen Kupfer, da revista de fofocas Quem, da Rede Globo, publicou há poucos dias uma notinha reveladora sobre a relação promíscua entre jornalistas e políticos: "Para comemorar o sucesso do programa Saia Justa, Suzana Villas Boas abriu sua casa no Alto de Pinheiros para uma festança daquelas. A turma de convidados, que também era recebida por Arnaldo Jabor, marido de Suzana, reuniu políticos, artistas e jornalistas. O candidato José Serra, para quem Suzana presta assessoria, foi prestigiá-la. Ficou um pouco e trocou idéias com alguns jornalistas". Luís Frias, presidente do Grupo Folha, também participou da festança, "que ferveu na pista até o sol raiar".
Por Altamiro Borges*
No mesmo período, a colunista Hildegard Angel escreveu no Jornal do Brasil outra nota curiosa: "Elmar Moreira, irmão de Edmar Moreira [o deputado dos demos que ficou famoso pelo castelo construído no interior mineiro], é casado com Ana Leitão, irmã de Miriam Leitão" - a jornalista da TV Globo famosa por seus palpites furados sobre economia, pela adoração ao deus-mercado e pela oposição doentia ao governo Lula. O interessante neste caso é que a colunista global, metida a sabe-tudo, nunca descreveu aos seus telespectadores os detalhes do luxuoso castelo demo.
Artista global com Kassab
Para encerrar a série sobre as relações indecentes entre jornalistas e políticos da direita, a sempre atenta Mônica Bergamo, uma das raras exceções do jornal Folha de S.Paulo, revelou no início de fevereiro: "O marido de Ana Maria Braga [estrela da TV Globo e do finado movimento golpista "Cansei'] é o mais novo colaborador da administração Gilberto Kassab (DEM-SP). Candidato derrotado à Câmara Municipal, Marcelo Frisoni vai assumir um cargo de 'coordenação' na Secretaria de Modernização, Gestão e Desburocratização" da prefeitura paulistana.
Dias antes, Bergamo foi ameaçada pelo marido brigão da artista global, que o irônico José Simão batizou de "Ana Ameba Brega". Frisoni se irritou com a pergunta sobre o pagamento da pensão alimentícia para os dois filhos do seu casamento anterior: "Publica o que quiser. No dia seguinte, vou à redação dessa bosta de jornal e encho essa Mônica Bergamo de porrada na frente de todo mundo... A única pessoa que tentou ferrar comigo foi o Madrulha [ex-marido da apresentadora da TV Globo] e eu acabei com ele. Hoje ele é secretário de cachorro e não consegue mais nada".
Cadê o "tribunal macartista" de Mainardi?
Deixando de lado as baixarias dos "famosos", o que chama a atenção nestas notinhas é a relação obscena entre figurões da TV Globo e políticos da direita demo-tucana do país. Outra estrela da poderosa emissora, o filhinho de papai Diogo Mainardi, criou no início do mandato de Lula o seu "tribunal macartista mainardiano", no qual promoveu abjeta cruzada contra alguns profissionais da imprensa. "A minha maior diversão é tentar adivinhar a que corrente do lulismo pertence cada jornalista", explicou o troglodita na sua coluna de estréia na revista Veja, em dezembro de 2005.
Aos poucos, Mainardi dedurou alguns colunistas mais independentes. "Tereza Cruvinel é lulista. Dessas que fazem campanha de rua. Paulo Henrique Amorim pertence à outra raça de lulistas. É da raça dos aloprados, dos lulistas bolivarianos. Acha que a primeira tarefa do lulismo é quebrar a Globo e a Veja", atacou. O caso mais famoso desta cruzada fascista foi o do jornalista Franklin Martins, acusado levianamente de possuir uma "cota de nomeações pessoais no serviço público". Após longo bate-boca, a TV Globo preferiu apoiar o delator direitista e demitiu Franklin Martins.
Perguntar não ofende: será que Mainardi, "difamador travestido de jornalista", fará barulho agora contra seus amiguinhos da TV Globo que gozam das intimidades demo-tucanas. Pedirá a cabeça de Arnaldo Jabor, cuja esposa é assessora do presidenciável tucano José Serra, freqüentador de sua mansão? Criticará a "cota de nomeações pessoais no serviço público" da cansada Ana Maria Braga? Pedirá detalhes picantes do castelo dos demos à "ortodoxa" Miriam Porcão - ou melhor, Leitão? Ou todos juntos - Jabor, Leitão, Ana Maria Braga e o macartista Mainardi - fazem parte do esquemão montado pela TV Globo para viabilizar a vitória do tucano José Serra em 2010?
* Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, autor do livro Sindicalismo, Resistência e Alternativas
Fonte:http://www.vermelho.org.br/base.asp?texto=51411
sábado, 7 de março de 2009
A Pedagogia da Traição
Fiquei com a traição na cabeça...
Sinceramente, não sei se a Pedagogia é uma traição, ou seu uso ou desuso ( e com quê intencionalidade...) desvela as diferentes concepções de mundo que cada pedagogo carrega consigo.
Somos pedagogos? O que é ser um pedagogo? O que é afinal a pedagogia? Qual seu objeto de estudo? Na verdade é uma ciência pensada para dar conta de muitas ciências dentro de uma instituição chamada escola. E aí começa o emaranhado, o "lio"... Como podemos dar conta de todo o saber científico para ensiná-lo na escola? Começa os programas, os conteúdos, os métodos, as estratégias, etc, etc... Começará aí a traição?
Acredito que através dos tempos, de acordo com os diferentes momentos históricos, tivemos construções importantes no campo da pedagogia no sentido de transformar as práticas escolares coercitivas, disciplinadoras, autoritárias. Podemos pensar em Gramsci com sua pedagogia crítica, Frenet, com a escola nova, Makarenko, com a pedagogia socialista, Paulo Freire com a Pedagogia libertadora e alguns outros... Será que foram traidores? Todos eles pensaram em uma nova escola a partir da utopia da construção de sociedade baseada em princípios solidários e socialistas. Ou seja, uma sociedade com justiça social, onde a pedagogia estaria a serviço da construção desse ideário.
O que deu errado? Olhamos para o mundo!!!! Basta olhar para a África, para a América Latina, para a fome, as favelas, as entrevistas dos Marcolas, para Samuel e a sua morte prematura, para as desigualdades extremas e, talvez, teremos uma resposta. Estarão os pedagogos preocupados com justiça social?????
Ou talvez tenhamos que mudar a pergunta: O que deu certo? Ou o que poderá dar certo?? Queremos fazê-lo?? E, talvez, teremos uma Pedagogia da Esperança...
O que é possível fazer em uma sociedade onde a praga do neoliberalismo avança até nos projetos de governos de esquerda??? Como pensar em solidariedade e, principalmente, como construir os conceitos de justiça e ética numa sociedade dominada pelo consumismo e individualismo??? Não basta fazermos a leitura da realidade para que possamos ter conhecimento de que saberes de experiência existem em determinada comunidade. Precisamos compreender como aquela gente interpreta a sua própria realidade.
Não há outra saída, creio, a qual seja estar junto do povo, falar, dialogar, aceitar metas a colher, mudar nosso modo de vê-los, deixar que nos ensinem... Tentar ensinar-lhes... Ai, sei lá!!!!
Fazer, não para teorizar em cima, fazer relatos em seminários, mas para mudar a nossa vida, muito mais que as deles/as...
Não, a pedagogia não é uma traição. Ela pode ser uma ferramenta de mudança, desde que assim o façamos, ou melhor, desde que assim o entendamos! Mas tudo isso exige disciplina e método. Dialético, é claro!!!
Chega!! Eu me confesso covarde. Talvez com medo das traições... Da pedagogia, é evidente!!!!
Bem, acho que estamos todos na escola ou no abismo, esperando o último vôo do flamingo ou um cavaleiro inexistente!!!
"Quem acha doce a terra natal ainda é um tenro principiante:
aquele para quem toda a terra é natal já é forte;
mas é perfeito aquele para quem o mundo inteiro é um lugar estrangeiro." ( St Victor, monge saxão do séc. XII)
Os Miseráveis
Encontrar esses miseráveis requerer esforço de humanidade e comprometimento com a vida de todos. Não é difícil encontrá-los se nos cabe algum vestígio do humanismo lógico, ético e sanidade. São todos aqueles com fome, são todas aquelas com sede, não só de comida ou água, mas de casa que possam chamar “meu lar”, precisam da escola menos preocupada com conteúdos formais de reprovação, bem menos comprometida com a mão-de-obra pedida pelo mercado do emprego, que existe despreocupado com benevolência, clemência ou compaixão. Esses e essas miseráveis precisam de pronto-atendimento a sua saúde, não agüentam mais jogos de empurra-empurra a responsabilidade. Precisam das pessoas que ainda conseguem ter esperança, eles já as perderam.
A desesperança destes miseráveis produz o poder da marginalidade dos bandidos comuns, insubordinados as leis, e dos bandidos políticos, submissos a corrupção, incompetentes, sem visão social de futuro, comprometidos apenas com o seu presente, escondendo seu o passado de decisões burras e mal-intencionadas. Mas não se limite a acusar quem decide ou já decidiu, pense em si mesmo no poder, O que você faria? Qual sua prioridade? Em quem você acreditaria e ofereceria seus momentos de dúvidas? O que seria mais importante fazer sem pensar em votos ou articulações políticas?
Não nos esqueçamos que os miseráveis querem ser vistos e reconhecidos com humanidade de desejos e sonhos. Têm o direito de serem visíveis num cotidiano de vida verdadeira. Ainda, existe tempo para nós, na busca do bem viver de todos, inclusive, e principalmente, desses miseráveis, mas esse tempo se escorrega. Escolham as causas, mas o resultado será o mesmo, as pessoas vivendo na marginalidade social da falta de moradia, saúde, trabalho, água, luz, esgoto e segurança, sob o manto protetor dos marginais bandidos e os fora-da-lei políticos que nos têm como reféns.
Talvez, já estejamos vivendo no inferno e não sabemos reconhecer nas nossas dores, nas mortes incompreensíveis do nosso dia após noite, noite após dia, que o lugar subterrâneo das almas está aqui. Talvez, o céu não exista.
A escola está toda enrugada, a saúde com infecção generalizada, a segurança emparedada, a justiça empilhada de processos e os miseráveis crescendo em número e desespero, mas não basta, criamos os automóveis, e eles nos passam por cima, os caminhões nos empurram para fora da estrada, a pornografia e a chanchada do grotesco fazem parte do cotidiano televisivo, o futebol planeja a copa do mundo, somos mortos por nossos filhos quando não os matamos antes.
Ainda, nos resta o dia das mães, dos pais, da criança, dos mortos, da professora, da vovó, do vovô, dos namorados, tem a páscoa, o natal, o carnaval, o sete de setembro, os vinte e um de abril, o primeiro de maio e o primeiro de abril, O que mais haveríamos de querer?
Deixam-nos para trás, desenterrando os ossos miseráveis da realidade inacabada e para sempre inconclusa. Voltamos ao já existido, para o útero das terras altas, onde as gentes graúdas são concebidas pra deitar o prumo naquilo que se agita de vontade de andar, aqui nas terras de baixo. Alagadas de gentes pequenas de miúdas, que não caminham, é a estrada que se mexe e lhes esgota os pés.
Os jovens, que ainda estão nas escolas e não são miseráveis, apesar da indiferença habitual deste cotidiano de más intenções e inaptidão, gostariam de saber se os jogos municipais escolares irão ser realizados neste ano, na cidade de Canoas, ou se teremos outro ano sem os jogos do CECA?
quinta-feira, 5 de março de 2009
Quatro mitos sobre dislexia
4º mito: As causas da dislexia são genéticas
Estudos recentes conduzidos por Sally Shaywitz, neurologista da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, apontam para uma descoberta neurofisiológica que seria capaz de justificar a falta de consciência fonológica do disléxico. Mas, embora as principais instituições de estudo da doença aceitem atualmente a teoria de uma origem genética, oficialmente a dislexia ainda é um distúrbio sem causa definida. Sim, oficialmente é isso.
Pesquisas realizadas no Brasil e na Inglaterra pelo neurologista Saul Cypel, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretor do Instituto de Neurodesenvolvimento Integral, colocam em xeque a maneira como são conduzidos esses tipos de teste de diagnóstico e revelam que, de cada 100 alunos encaminhados ao médico com suspeita de dislexia, apenas três efetivamente têm a doença. Elas demonstram que não há relação direta entre disfunções no exame eletroencefalográfico e dificuldades de aprendizagem.
Como os mecanismos de funcionamento da dislexia ainda são um mistério para a Medicina, só os sintomas é que conduzem a um diagnóstico – e eles podem apontar para caminhos equivocados. Quando uma criança mostra dificuldades de aprendizagem associadas à dislexia, os exames às quais é submetida têm como intuito principal descobrir se existe outra causa perceptível para a doença. Se nenhum desvio físico ou psicológico é encontrado, toma-se a dislexia como uma patologia presente e mede-se, por meio dos sintomas, seu grau de severidade.
O tema, como se viu nestas quatro páginas, é bastante controverso e, obviamente, não se esgota aqui. Não há conclusões totalmente definitivas sobre a dislexia (suas causas, seus sintomas, sua ligação com a escola). O que sobra são dúvidas que precisam ser destacadas e exploradas num debate crítico. Como diz o filósofo francês Edgar Morin em seu livro Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro: “Será preciso ensinar princípios de estratégia que permitam enfrentar os imprevistos e as incertezas na complexidade do mundo contemporâneo. É preciso aprender a navegar em um oceano de incertezas em meio a arquipélagos de certeza”.
Fonte: Escola On Line
quarta-feira, 4 de março de 2009
Quatro mitos sobre dislexia
3º mito: O disléxico é mais inteligente e criativo
Essa é outra afirmação, digamos, um tanto quanto estranha. Alguém acha que é possível medir a inteligência ou a criatividade de forma objetiva, como resultado de uma avaliação pragmática? Uma tese amplamente aceita é a de que, por utilizarem formas singulares de elaboração da linguagem escrita e de interação com o idioma, as crianças ditas disléxicas acabariam por desenvolver estratégias mais criativas de comunicação, interessando-se mais pelas artes e pelos esportes.
O fato é que cada ser humano é único, cheio de sutilezas e tem uma intrincada e singular forma de observar e interagir com o mundo. Em outras palavras, todos os estudantes apresentam afinidade com diferentes linguagens. Pesquisas do psicólogo norte-americano Howard Gardner comprovam essa diversidade. Tanto que ele cunhou a expressão “inteligências múltiplas” (ou seja, não há “uma” inteligência a ser medida). Testar essas habilidades implica considerar um universo de possibilidades do conhecimento humano e não apenas a expectativa da sociedade numa determinada época.
Para a psicopedagoga Marice Ribenboim, de São Paulo, o rótulo de gênio é tão nocivo quanto o de incapaz de aprender. “Marcar uma criança como portadora de um distúrbio é, em qualquer situação, uma forma de limitação. A Educação não pode se pautar por esse tipo de evidência, como se fosse um veredicto final sobre as possibilidades de cada um.”
Fonte: Escola On Line
terça-feira, 3 de março de 2009
Quatro mitos sobre dislexia
2º mito: O disléxico não gosta de ler e escrever
Na verdade, o desinteresse pela leitura e pela escrita está muitas vezes associado às próprias dificuldades da alfabetização. A expectativa equivocada de pais e educadores quanto ao ritmo de aprendizagem e a simples comparação entre os colegas de classe podem criar estigmas. Essa mania de colocar rótulos nos estudantes (bons, esforçados, casos perdidos...) cria o que Giselle Massi chama de aquisição por sentido: “Ao ser carimbada pelo professor e pelos pais, a criança desenvolve uma equivocada noção de si e passa a se ver como incapaz de avançar”. Assim, é natural que perca o interesse pelas atividades ligadas ao que considera ser a sua fragilidade (leia mais na entrevista abaixo).
Além de distúrbios físicos (problemas de visão ou audição, por exemplo que podem interferir nessa dificuldade, pais que não valorizam a leitura ou têm pouco acesso a livros e jornais inf luenciam diretamente o desempenho percebido em sala de aula. Não se pode esquecer que no Brasil, segundo dados do Indicador do Alfabetismo Funcional de 2007, só 28% da população entre 15 e 64 anos é capaz de ler textos longos e fazer relações e inferências. É por isso que, aqui, acreditar que a dislexia seja responsável por esse problema é muito grave e não pode justificar os entraves do atual sistema de Educação.
“Quando a criança é observada com mais atenção, é possível verificar que a maior parte dos problemas não é de origem patológica, mas uma junção de fatores internos e externos à escola que dificultam a aprendizagem”, afirma Telma Weisz. “Não questiono a existência da dislexia, mas seus sinais pedem muita atenção num país como o nosso.”
Fonte: Escola On Line
Mídia isenta e imparcial
O quebra-cabeça não é tão quebra-cabeça assim para se entender a mídia business brasileira e a estratégia da direita para 2010. É só pensar um pouco, sem preguiça nem medo, na relação entre o alto clero do jornalismo brasileiro com o grande capital e as oligarquias políticas do país. Vejamos:
A esposa do comentarista Arnaldo Jabor é assessora do governador José Serra, do PSDB, candidato à sucessão de Lula em 2010. Você, cara leitora, caro leitor, interessados em política e realidade, sabiam disso? Sabiam também que, além de assessora de Serra, a esposa de Jabor, Suzana Villas Boas, trabalha num programa de TV, o Saia Justa?.Vocês sabiam que o irmão daquele deputado do DEM, o Edmar Moreira, que ficou conhecido recentemente pelo nababesco castelo que colocou à venda por alguns milhões de reais, é casado com a irmã da Miriam Leitão, aquela jornalista de economia da Globo que anuncia o fim do mundo todo dia, a cada vez que faz alusão ao governo Lula
E para fechar com chave de ouro esse quebra-cabeça: vocês sabiam que o proprietário da empresa Folha de São Paulo, o Luís Frias, frequenta festas ao lado do governador José Serra, na casa do Arnaldo Jabor, cuja esposa é assessora de Serra e apresentadora de um programa de televisão?
Ou seja, tudo em família...
concluindo....
http://opensadordaaldeia.blogspot.com/2009/02/nossa-midia-isenta-e-imparcial-esposa.html
segunda-feira, 2 de março de 2009
Paulo Freire
Nesses dias de começo das aulas escolares, parar e escutar Paulo Freire dá a dimensão do nosso trabalho como educadores. Nestes dias, em que as forças reacionárias deste país buscam de todas as formas criminalizar o MST, parar e escutar Paulo Freire há de indicar o caminho fundamental a ser trilhado pelo nosso trabalho.
A mim parece importante chamar a atenção para quantas e quantas vezes sucumbimos frente a falas destrutivas e desesperançadas, que nos fragmentam e nos implodem em pequeninos pedaços voadores, transformando em poeira nossas tentativas íntimas. Nas muitas e mais tantas oportunidades em que isto acontece, não o sabemos se ocorre por intenção deliberada ou por não sabermos pensar e sentir diferente. Guardamos silêncio para o enfrentamento final quando o bem vencerá definitivamente o mal. Eis o imobilismo na crença que haverá somente um embate e que todos os desgastes dos afrontamentos anteriores se dão sem razão. Ao assumir uma posição critica e não lírica deixamos de assumir os defeitos e dificuldades dos outros para estabelecer parcerias razoáveis de comprometimento com a esperança, dentro de uma práxis libertadora do outro em mim que retorna ao outro que está fora de mim.
Não há fadas ou benfeitores, todos e todas nós precisamos caminhar com as próprias pernas, errando ou acertando que diferença faz, nos basta por ora o movimento. Parando vez que outra para estabelecer diálogos íntimos, produzindo alguns enfrentamentos pessoais, fixando regras de ação e deixando o coração livre para voar os maiores e melhores sentimentos da esperança, não se deixar vencer pela insônia do medo e ficar escondido. Levantar da cômoda cadeira e retirar o disco de vinil do toca-disco, virar o vinil e tocar o lado B, movimento e reflexão, quanta sonoridade no vinil, nem tudo que é novo supera em qualidade o antigo.
Aquilo que é novo, a notícia ou a colheita, não nos embaraça tanto, quanto o novo que chega pelas idéias de fazer diferente. Não se diz querer o novo das idéias por astúcia ou ingenuidade, pois tanto uma como a outra farão da novidade mentiras diárias. Cresceremos com as idéias do novo fazer e pensar, na discussão permanente entre mim e o eu, entre o eu e o nós, entre o nós e o todo, entre o todo e o que repito que é meu, pois sempre retorno ao início que sou eu. Minha dor não é nova, mas meu sorriso está diferente. Estou refletido em mim mesmo, clareando e esclarecendo minhas próprias perguntas. Sou astuto, ingênuo ou progressista?, por ora, já me basta responder por está investigação, permanentemente atento, mesmo que sofrendo muito com o esforço, mas em movimento.
Professor, o senhor está descrevendo a esperança?
A esperança no homem e na mulher, independentemente da maneira como se manifesta e se diz pertencente e querendo a humanidade que nos habita, é permanentemente mobilizada para recriar as condições humanas de ser mais. Esperar o que se deseja é o natural, a necessidade que transcende a biologia e vem se assentar em nossa condição humana, no desejo que existe na palavra e na reflexão que impregna nossa ação. E é esta palavra carregada com nossos desejos que aviva a práxis voltada para o humano que se quer sendo mais humana, recriadora das possibilidades e oportunidades que nos aproximam. Sonhar esperança é pensar a vida com um chá refrescante de hortelã na xícara em nossas mãos, quentinho e aconchegante, que necessita ser sorvido, tomado delicada e decisivamente, sem esperar que amorne ou esfrie. A esperança do chá está na sua delicadeza e na sua maneira diferente de observar e influir na vida, na saúde da existência, na ausência de agressões e resultados inflamados por fármacos pedagógicos tirânicos e imediatistas.
A pedagogia antibiótica se revela eficaz para acabar com o analfabetismo porque acaba com o analfabeto. Antes dos conteúdos está o amor capaz de nos aliviar aos poucos um pouco mais, antes que o tempo veloz nos engula e nos impeça de estarmos juntos, novamente, descobrindo que o amor não é paz, mas a contradição do outro e da outra em mim mesmo. Assim, na diversidade, deveríamos ajudar o mundo a mudar.
Quatro mitos sobre dislexia
1º mito: A dislexia atrapalha a alfabetização
Criança que troca letras é disléxica, certo? Não. Focar a expressão escrita na oralidade (escrever como se fala), trocar tipos parecidos foneticamente (como F e V), juntar palavras e unir letras de forma aparentemente aleatória são ações absolutamente normais do processo de alfabetização. Quem sabe como o aluno constrói esse novo conhecimento considera esses fatos como um avanço em relação a uma etapa anterior, não um erro.
As pesquisadoras argentinas Emilia Ferreiro e Ana Teberosky descobriram (há quase 30 anos!) que os estudantes elaboram diferentes hipóteses sobre o funcionamento do sistema de escrita, como se fossem degraus numa escada rumo à aprendizagem. Investigações na área de didática são unânimes em demonstrar que se alfabetizar está longe de ser uma tarefa simples, num processo complexo em que as idéias dos pequenos nem sempre coincidem com as dos adultos. “Observar a relação do aluno com a própria escrita é mais importante do que apontar erros e muito mais efetivo do que rotulálo como portador de um distúrbio”, afirma Giselle Massi, especialista em fonoaudiologia e linguagem, em Curitiba. Em vez de encaminhar para um tratamento de saúde, o importante é compreender que o percurso é tão importante e desafiador quanto sua conclusão.
Vale lembrar que saber escrever vai além da aquisição da ortografia correta. Aspectos textuais, como coerência, utilização e manipulação de referências e construção lógica de idéias, evidenciam a capacidade de uso da escrita. Apesar de serem centrais na avaliação do nível de compreensão que cada criança tem da linguagem, esses elementos muitas vezes são ignorados. Por exemplo: um aluno que troca letras pode apresentar outras qualidades em seus textos e, portanto, não deve ser tachado de doente, sem apelação.
Fonte: Escola On Line