Por que xingam Ana Luiza?
12 de agosto de 2015 | 10:50
Ana Luiza é quase uma menina, como se pode ver na imagem.
Quase, porque é uma mulher e vai ser uma médica de verdade, não uma comerciante da saúde.
Ela fez, no aniversário do Programa Mais Médicos, um discurso de agradecimento pela instalação de um curso de medicina em sua cidade: Caicó, no sertão do Rio Grande do Norte.
E curso pra lá de concorrido: foi, na primeira parcial do Sisu este ano, a escola de medicina com a maior nota de corte: 868,98.
Lá, ela está no segundo ano de medicina.
O que ela disse que pudesse ofender alguém?
Falou que uma neta de agricultores, como ela, agora pode realizar o sonho de estudar medicina.
Que pode fazer algo de bom por sua comunidade.
Que tem orgulho do que faz.
Por isso, Ana foi pessoal e violentamente agredida em mensagens do Facebook, onde ela narrou, num desabafo:
Depois, por conta de gente capaz de dizer isso a uma menina do interior que sonhou com a profissão e caminha para ela, a categoria médica não quer que surjam situações como a publicada ontem pelo UOL, que registra uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais apontando que “Em dois anos, cubanos ganham preferência a médicos brasileiros“.
E na injustiça que isso representa com milhares de médicos brasileiros que merecem este nome, como o meu querido José Carlos, que, quando médico do Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, desabafou comigo que tinha colegas que sentiam “nojo do paciente”. Ou com a Dra. Diane, que nem desconfia que sou blogueiro ou que fui do Governo e tem a delicadeza de me levar até a porta do consultório do posto de saúde – a mim e a todos – perdido na beira de uma lagoa.
Ana Luiza é quase uma menina, mas não precisa de defesa de ninguém, porque sabe se defender.
Sabe que é inútil falar ao ódio e o melhor que podemos pretender é que o ódio se cale, desmoralizado, e vá minguando, como deve ser, para minúscula condição dos vícios humanos, contra os quais a gente tem de se vacinar todos os dias.
Assim como fez a Ana:
Quase, porque é uma mulher e vai ser uma médica de verdade, não uma comerciante da saúde.
Ela fez, no aniversário do Programa Mais Médicos, um discurso de agradecimento pela instalação de um curso de medicina em sua cidade: Caicó, no sertão do Rio Grande do Norte.
E curso pra lá de concorrido: foi, na primeira parcial do Sisu este ano, a escola de medicina com a maior nota de corte: 868,98.
Lá, ela está no segundo ano de medicina.
O que ela disse que pudesse ofender alguém?
Falou que uma neta de agricultores, como ela, agora pode realizar o sonho de estudar medicina.
Que pode fazer algo de bom por sua comunidade.
Que tem orgulho do que faz.
Por isso, Ana foi pessoal e violentamente agredida em mensagens do Facebook, onde ela narrou, num desabafo:
“Fui atacada em minha página pessoal brutalmente por MÉDICOS E FUTUROS MÉDICOS, além de outras pessoas. O machismo e a elite mostraram sua cara. Fui chamada de vadia, de MÉDICA VAGABUNDA DE POBRE, ignorante, não merecedora de cursar medicina. Me foi dito que iam fazer de TUDO pra que eu não conseguisse emprego depois de formada. De que eu não sabia com QUEM estava lidando. Que eu merecia LEVAR UMA SURRA pra aprender a deixar de ser corrupta. Me mandaram CALAR MINHA BOCA NOJENTA DE POBRE E DE VADIA.”.
Depois, por conta de gente capaz de dizer isso a uma menina do interior que sonhou com a profissão e caminha para ela, a categoria médica não quer que surjam situações como a publicada ontem pelo UOL, que registra uma pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais apontando que “Em dois anos, cubanos ganham preferência a médicos brasileiros“.
E na injustiça que isso representa com milhares de médicos brasileiros que merecem este nome, como o meu querido José Carlos, que, quando médico do Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, desabafou comigo que tinha colegas que sentiam “nojo do paciente”. Ou com a Dra. Diane, que nem desconfia que sou blogueiro ou que fui do Governo e tem a delicadeza de me levar até a porta do consultório do posto de saúde – a mim e a todos – perdido na beira de uma lagoa.
Ana Luiza é quase uma menina, mas não precisa de defesa de ninguém, porque sabe se defender.
Sabe que é inútil falar ao ódio e o melhor que podemos pretender é que o ódio se cale, desmoralizado, e vá minguando, como deve ser, para minúscula condição dos vícios humanos, contra os quais a gente tem de se vacinar todos os dias.
Assim como fez a Ana:
Minhas palavras foram pros profissionais de saúde que dão o sangue todo dia, mesmo com condições péssimas de trabalho, com salários atrasados, numa saúde abandonada e caótica. Eles sim, são verdadeiros heróis.Minhas palavras foram direcionadas àqueles que acreditam e lutam por um mundo transformado a partir da educação e do amor. Minhas palavras foram um agradecimento aos professores, a classe Trabalhadora com T maiúsculo!! Que têm seu serviço desvalorizado ao máximo, mas toma a linha de frente na luta pela transformação diária do futuro de milhões de jovens sem oportunidade no país.
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