terça-feira, 9 de novembro de 2010

relações invisíveis, mas nem tanto (?)

Profissão: promiscuidade


Diário Gauche
 
Leitor deste blog me telefona.
Semana passada foi procurado por repórter de um veículo da RBS. Entrevista longa, mais de três horas de conversas, fotografias, relatos, fotografias, histórias. O objeto do repórter é a relação do entrevistado com a futura presidenta, Dilma Rousseff. Trabalharam juntos, amigos de longa data, ambos foram presos políticos, compartilham até hoje dos mesmos ideais políticos e tal e coisa.


Ao fim e ao cabo da entrevista o repórter vira-se para o entrevistado (que não o conhecia até três horas antes) e pede-lhe um emprego para a mulher dele, ela está desempregada, sabe como é doutor...

Passado o pasmo, mas ainda pálido, o entrevistado disse que não sabe como é.

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Assim se formaram - durante a ditadura - e se formam até hoje, as teias de relações invisíveis (e perigosas) da mal denominada "classe política" com os pequenos agentes da mídia empresarial brasileira. Um estudo sociológico interessante seria o exame das cadernetas de telefones de produtores de programas de rádio e TV e de repórteres e editores dos grandes jornais. A partir destas cadernetas - todas certamente cabeludíssimas ou felpudíssimas - se revelaria o segredo de todo o atavismo das nossas "minorias brancas" (no dizer do liberal Claudio Lembo).

Um exemplo empírico da genial categoria buarqueana da ética do "brasileiro cordial".

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