Sigilo: derrotado Collor, agora faltam o Supremo e o Johnbim
Sim, da tortura, porque ninguém está preocupado, como Collor, com a Guerra do Paraguai.
Já se sabe a que papel o Brasil aí se prestou.
Clique aqui para ler no Estadão.
Falta acertar agora a conta com o Nelson Johnbim e com o Supremo.
Com o Nelson Johnbim, porque, na qualidade de Ministro da Defesa, anunciou que os documentos sobre a tortura sob sua guarda tinham sido destruídos.
O PiG (*) está muito preocupado com a mixórdia no Ministério do Esporte, sob a guarda do Agnello e do Orlando Silva.
Mas, sobre os documentos sob a guarda do Johnbim, o ministro cerrista do Nunca Dantes, sobre isso o PiG se cala – clique aqui para ler “PiG é PiG nao por denunciar a corrupção, mas por fazer qualquer negócio para derrubar qualquer governo trabalhista”.
O PiG deve achar perfeitamente razoável o Ministro ver subordinados a jogar uns papeis velhos numa fogueirinha, na porta do gabinete dele, e não perguntar “ei, rapaziada, que fogueirinha é essa ?”
Depois do fim do sigilo eterno sobre a tortura e o PC Farias, cabe agora o Congresso encher-se de brios e reescrever a negra página que saiu do Supremo, com a sinistra relatoria do Ministro Eros Grau: anistia à Lei da Anistia e, portanto, a anistia eterna aos torturadores do regime militar.
Já, já, antes da Missa do Galo, quando militares e supremos ministros se penitenciarem diante do Todo Poderoso, chega a conta da Corte de Direitos Humanos da OEA com a decisão: no capítulo da punição a torturadores, que cometeram crime de Lesa Humanidade, o Brasil está na categoria de país-pária.
O fim do sigilo eterno pode ser outra meia-verdade, como a Comissão da Verdade.
Enquanto o coronel Ustra não estiver na cadeia, como estão todos os militares da Argentina, do Uruguai e do Chile, que formaram, com o Brasil, a nobre Operação Condor.
Viva o Brasil !
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista
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