corruptos somos todos que recebemos por um trabalho que não fazemos
baitasar
(boa tarde, baitasar!)
(OProfessor! Por onde andava?)
(as vaquinhas e o riozinho precisavam de cuidados...)
Olho o homem parado na minha frente, uma barriguinha dócil, os cabelos leitosos e imensos, olhos tristes, mas a língua se mantinha afiada
(Toma um chimarrão?)
Estendo as mãos
(Vaquinhas... OProfessor que conversa é essa?)
Sorri
(baitasar, não consigo sair do purgatório nem para beber água.)
Devolvo a cuia com as duas mãos, nunca lembro da etiqueta solene da devolução com a mão direita, não... com a mão esquerda, sei lá
(guri, eu quero sossego, passaria as noites alimentado de frutas, e estrelas, e bosques, e fantasmas; sem terra firme, sem pegadas, apenas com a saliva que me cuspia do vento.)
Senta no chão, se parece com a própria solidão
(baitasar, os tambores e os clarins estão calados, parece que apenas os canalhas têm voz.)
(OProfessor, quero outro chima.)
(rapaz, existem pessoas que botamos os olhos, o nariz, as orelhas, e repetimos que as aparências não enganam.)
Estendo as duas mãos por instinto. Os instintos têm buracos secretos na cabeça, somos uma serpente de muitas cabeças.
Sinto vontade de acusar os dentes afiados de cortar e perturbar os intestinos da terra
(OProfessor, parece que as pessoas estão sumindo dentro da terra, comidos pela lama.)
(baitasar, nós saímos do barro e voltaremos ao barro...)
Não consigo evitar uma gargalhada. Derramo a água quente da cuia no colo
(Una puta!!)
(... pela lama da audiência em jornais, rádios e televisões.)
As aparências enganam
(o que faz um dia nunca ser esquecido? e os outros dias comuns, que carregam nas costas todas as vidas, são cúmplices do que?)
Entendi, o milho é plantado sobre os campesinos enterrados, mas ninguém acredita que o milho brotado tão vigoroso se alimenta das carnes que o semeiam
(baitasar, corruptos somos todos que recebemos por um trabalho que não fazemos, comemos o milho porque temos fome.)
O milho germina robusto e perfeito.
baitasar
(boa tarde, baitasar!)
(OProfessor! Por onde andava?)
(as vaquinhas e o riozinho precisavam de cuidados...)
Olho o homem parado na minha frente, uma barriguinha dócil, os cabelos leitosos e imensos, olhos tristes, mas a língua se mantinha afiada
(Toma um chimarrão?)
Estendo as mãos
(Vaquinhas... OProfessor que conversa é essa?)
Sorri
(baitasar, não consigo sair do purgatório nem para beber água.)
Devolvo a cuia com as duas mãos, nunca lembro da etiqueta solene da devolução com a mão direita, não... com a mão esquerda, sei lá
(guri, eu quero sossego, passaria as noites alimentado de frutas, e estrelas, e bosques, e fantasmas; sem terra firme, sem pegadas, apenas com a saliva que me cuspia do vento.)
Senta no chão, se parece com a própria solidão
(baitasar, os tambores e os clarins estão calados, parece que apenas os canalhas têm voz.)
(OProfessor, quero outro chima.)
(rapaz, existem pessoas que botamos os olhos, o nariz, as orelhas, e repetimos que as aparências não enganam.)
Estendo as duas mãos por instinto. Os instintos têm buracos secretos na cabeça, somos uma serpente de muitas cabeças.
Sinto vontade de acusar os dentes afiados de cortar e perturbar os intestinos da terra
(OProfessor, parece que as pessoas estão sumindo dentro da terra, comidos pela lama.)
(baitasar, nós saímos do barro e voltaremos ao barro...)
Não consigo evitar uma gargalhada. Derramo a água quente da cuia no colo
(Una puta!!)
(... pela lama da audiência em jornais, rádios e televisões.)
As aparências enganam
(o que faz um dia nunca ser esquecido? e os outros dias comuns, que carregam nas costas todas as vidas, são cúmplices do que?)
Entendi, o milho é plantado sobre os campesinos enterrados, mas ninguém acredita que o milho brotado tão vigoroso se alimenta das carnes que o semeiam
(baitasar, corruptos somos todos que recebemos por um trabalho que não fazemos, comemos o milho porque temos fome.)
O milho germina robusto e perfeito.
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