quarta-feira, 10 de novembro de 2010

to com a Maria Frô e não abro

Haddad no Bom Dia Brasil e seus ‘perguntadores’


Maria Frô
 
A entrevista de Haddad ao Bom Dia Brasil e as perguntas que não têm intenção alguma de ouvir respostas é didática sobre o nível do jornalismo atualmente praticado pela grande mídia. Ela nos mostra como os jornalistas da mídia velha não escondem seu rancor e desgosto em relação ao ENEM, mas revela também como o jornalismo anda mal das pernas: todas as respostas que Haddad deu aos três ‘perguntadores’ foram ignoradas. Os ‘perguntadores’ não se permitem apreciá-las, refletir se há algo aproveitável nelas e a partir delas criar outras questões.


Para quem não entendeu ontem que o que vimos na mídia foi mais uma escandalização de um evento minúsculo, sugiro leitura atenta do texto de HÉLIO SCHWARTSMAN e também a análise dos dados levantados no blog Imprença.

Não sei quanto a vocês, mas o mau jornalismo está me cansando muito, vejamos:

Reproduzi aqui três entrevistas recentes da Globo e nas três todos os entrevistados são ótimos e não foram ouvidos, pois os ‘perguntadores’ parecem surdos. Eles perguntam de modo agressivo e, independente do que o entrevistado responda, continuam na mesma cantilena, ignorando todas as informações recebidas que nós, telespectadores, aproveitamos e refletimos.

As três entrevistas mostram que os ‘perguntadores’ além de terem uma opinião negativa formada sobre o assunto, não se preparam para fazer as entrevistas. Ao ouvirmos as respostas dos quatro entrevistados (Haddad no vídeo abaixo, Lena Lavinas e as perguntadoras do ‘rombo da previdência’; Marta Suplicy e a socióloga Fátima Jordão é visível o banho de conhecimento que estes entrevistados deram.

Por último, irrita-me sobremaneira (além dos dois pesos e duas medidas usados pela mídia velha em relação a qualquer assunto que envolvam políticos de governos no nível federal ou estadual, particularmente, os do governo de São Paulo) a escandalização que fazem de assuntos pequenos.

O episódio de ontem para mim foi didático: num universo de mais de 4 milhões de inscritos, no maior exame nacional que ocorre no país, 1800 candidatos receberem provas com problemas (alguns cartões de resposta trocados e foram informados como proceder) e que poderão refazer a prova sem prejuízo, pergunto, qual é o escândalo? Que grande prova não teve candidatos descontentes que entraram com recursos?

Se dependesse da gritaria dos perguntadores e suas câmeras e notebooks nas redações aquários distanciadas da realidade o evento #Enem teria se tornado uma questão de Estado com queda de um dos mais bem avaliados ministros do governo Lula, cuja boa gestão é reconhecida até mesmo por secretários que o antecederam e são do partido da oposição.

Não sei quanto a vocês que me lêem, mas eu realmente não posso levar os perguntadores a sério.

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