sexta-feira, 31 de julho de 2015

"Aí, eles veriam o que é bom para a tosse. Iam se urinar de medo."


Psicologia de brigadiano


Correio do Povo - Juremir Machado da Silva




| Foto: ARTE JOÃO LUIS XAVIER
Crédito: ARTE JOÃO LUIS XAVIER




Os brigadianos andam queimando pneus em busca de salário melhor. Meu pai era brigadiano. Eu sempre quis entender a psicologia dos policiais, militares ou não, brasileiros. É uma profissão estranha. Ganha-se muito pouco para correr risco de vida em defesa da sociedade. Policial só tem deveres. Não pode fazer grave. Não pode fazer manifestações fardado. Por qualquer coisa, cadeia. Deve morrer por nós tendo como recompensa um salário miserável. Mesmo ganhando muito pouco, deve ser ético, responsável, bem-educado, sereno, boa gente e heroico. Nossa sociedade é hipócrita. Quer bons policiais, mas não quer gastar muito com eles. Policial é pago com impostos. A sociedade quer excelentes policiais e poucos impostos.

Se eu fosse brigadiano, pegaria cana todo mês. Faria greve e exigiria ganhar muito mais. Brigadianos só pagam o pato. Arriscam-se por nós e são vítimas de preconceito. Tem gente que sente medo de policial. Vê o policial como inimigo, o repressor. É assim com qualquer agente da lei. O sujeito que dirige falando ao telefone fica indignado quando recebe multa. Brigadiano, até pouco tempo, era chamado de "pé de porco". Policial civil era "rato". O machismo autorizava falar em "mulher de brigadiano", esposas que ficariam felizes em apanhar. Eu, se fosse brigadiano, queimaria muito pneu por aí. Exige-se que o policial não seja corrupto. Mas ninguém o recompensa por essa probidade posta à prova diariamente. Eu não me arriscaria a morrer por quem quer que seja por menos de R$ 1 mil mensais. Minha vida custa um pouco mais. Uau!

Vereadores, deputados, juízes, promotores públicos, médicos, todo mundo ganha mais do que policial e professor. Por quê? Mera questão de quantidade. A sociedade precisa de mais professores e policiais. Logo, logicamente, eles devem ganhar menos. Eis o paradoxo que ninguém enfrenta. Sonhamos com uma tropa submissa e corajosa, que morra por nós sem pedir aumento. Um vereador não pega sol ou chuva na rua, salvo quando esquece o guarda-chuva ou vai à praia faltando a uma sessão no parlamento. Policiais e professores funcionam como pilares sociais. Quem os valoriza por tudo o que fazem? São obrigados a fazer cumprir leis esdrúxulas aprovadas por legisladores que ganham muito mais e ainda se corrompem. Morrem no campo de batalha do cotidiano. Ninguém dá bola. Faz parte da profissão. Problema deles. Policial é como poste. Ninguém cumprimenta nem afaga.

Todo vereador, deputado e senador deveria ser obrigado a ser policial e professor por uma semana. Aí, eles veriam o que é bom para a tosse. Iam se urinar de medo. A maioria aceitaria um trocado para arredondar o final de mês. Uma parte daria no pé 1 hora depois. Ser policial é padecer no inferno e ainda bater continência. Queimar pneu é pouco diante da péssima remuneração. Eu sempre me pergunto: por que alguém quer ser policial? Mais duro do que isso, só professor. O sujeito faz uma licenciatura, paga caro e vai ganhar R$ 400 reais para educar filho malcriado dos outros. É mole? É pura dureza.


Juremir Machado da Silva | juremir@correiodopovo.com.br

O albergue Diaz da Cruz vai fechar? Porto Alegre vai deixar?


Por falta de recursos, albergue para 100 pessoas em situação de rua pode fechar




SUL 21




Foto: Guilherme Santos/Sul21



Luís Eduardo Gomes


Cleiton não conheceu os pais. Foi criado pelos avós, em Pelotas. Aos 12 anos, perdeu a avó. Quando seu avô conheceu outra mulher, saiu de casa. Sem contato com parentes, o encaminhamento que recebeu foi o das drogas e o das ruas. Naturalmente, também o do crime.

Aos 39 anos, depois de idas e vindas, ele está há seis anos sem passagem pela polícia. Trabalha em uma das obras do Zaffari em Porto alegre. Há mais de um mês, tem carteira assinada como pedreiro, mas não tem onde morar. Ele é uma das mais de 60 pessoas que passaram a noite da última quarta-feira (29) no albergue noturno do Instituto Espírita Dias da Cruz.

Por falta de recursos, porém, esse teto também pode não estar mais disponível em breve. De acordo com o presidente do instituto, Eder Cardoso, os altos custos de manutenção do albergue estão quase inviabilizando que ele permaneça aberto.

Segundo números fornecidos pela instituição, o custo total do albergue é de R$ 56.530,26 por mês. O convênio com a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), órgão da prefeitura de Porto Alegre, repassa R$ 28.262,40 mensais, valor que não cobre a folha de pagamento dos 12 funcionários contratados especificamente para o albergue, R$ 33.817,26.




Cleiton não quis pousar para fotos| Foto: Guilherme Santos/Sul21


Cardoso afirma que, frequentemente, a entidade deve se virar para não fechar no vermelho. Como a maioria das roupas doadas para a instituição é feminina – ele estima que 90% – e a maioria dos albergados são homens, ou não são o tipo de peça que os albergados precisam, a casa faz rotineiramente brechós, bazares e feirões com as peças para arrecadar fundos. Mas, apesar de constituir uma fonte de recursos importante, isso não é suficiente para cobrir o déficit mensal com o albergue, obrigando a casa a recorrer a doações, carnês e mensalidades dos associados.

O problema é que o albergue é apenas um dos serviços oferecidos pelo instituto. Também há uma escola gratuita para 120 crianças carentes, de 4 meses a 6 anos, da região. Para ela, a instituição possui convênios com Secretária Municipal de Educação (Smed) e com o Hospital Ernesto Dornelles, mas estas parcerias também não cobrem a integridade dos custos mensais, R$ 71.425,70.

No fim das contas, estes serviços dependem do superávit do centro espírita para que as contas da instituição fecham. Contudo, até junho, o déficit geral acumulado é de R$ 12.677,12. Cardoso explica que, se tiver de optar entre manter a escola ou o albergue abertos, a instituição deverá ficar com a primeira opção.

“Do jeito que está, se não houver um aumento significativos de recursos que a gente recebe da Fasc e da comunidade, não tem como continuar com o albergue. Pode fechar no final do ano”, diz Cardoso.


Exigências inviabilizam o albergue

A primeira noite posterior ao fechamento do albergue seria a primeira em que o Dias da Cruz não atendeu pessoas em situação de rua em seus 84 anos de funcionamento.


Cardoso explica que isso ocorreria porque, depois de firmado o convênio com a Fasc, em 2009, aumentaram as exigências ao Dias da Cruz. Se antes voluntários faziam o acompanhamento dos albergados, passou-se a exigir que profissionais especializados assumissem todas as funções da casa, o que fez multiplicar a folha de pagamento.

A situação financeira, porém, ainda pode piorar muito. O Marco Regulatório das ONGs, legislação criada para regularizar o trabalho do terceiro setor e afastar entidades que agem de má fé, também aumenta as exigências de infraestrutura para albergues. Em outras palavras, dificulta a vidas das instituições, especialmente as filantrópicas.





O Instituto também abriga uma escola para 120 crianças carentes | Foto: Caroline Ferraz/Sul21


Quando o marco entrar em vigor – já deveria ter entrado, mas foi adiado -, o Dias da Cruz, por exemplo, terá que instalar dois elevadores de acesso. Também terá que contratar mais assistentes sociais – atualmente só tem uma para 100 pessoas – e mais funcionários. “Vai triplicar o custo”, afirma Cardoso, que ainda diz acreditar que o poder público deveria arcar com 100% ou ao menos perto disso dos custos do albergue, mas só arca com aproximadamente 43% atualmente.


Segundo a Fasc, há uma pequena diferença no repasse mensal, que seria de R$ 28.785,63. Como o convênio é renovado anualmente e reajustado de acordo com a inflação, o novo contrato, firmado em 22 de julho de 2015, deve aumentar um pouco nos próximos meses, mas não há previsão para elevação significativa do repasse – ainda que também não haja risco de o repasse ser cortado.


Caso a manutenção do albergue noturno se comprove insustentável para o Dias da Cruz, a Fasc deve procurar outra instituição para transmitir o convênio. “Se a decisão do Instituto Dias da Cruz for pelo fechamento do albergue, a Fasc deverá buscar outra parceria para executar a ação de albergue no município. O convênio deverá ser repassado a essa nova entidade, que terá que, além de atender os requisitos apontados acima, seguir o que diz a nova Lei 13.019/2014 (Marco Regulatório)”, disse a assessoria da Fasc em resposta a questionamentos do Sul21.





Albergue tem 62 vagas para homens e 38 para mulheres | Foto: Caroline Ferraz/Sul21



100 vagas por noite


Todos os dias, às 19h, o albergue Dias da Cruz abre vagas para 100 pessoas – 62 homens e 38 mulheres (a população de rua da cidade é primordialmente masculina). Qualquer um pode dormir ali, desde que não esteja alcoolizado ou sob efeito de narcóticos. Às 6h30, tem que deixar o local, porque os funcionários da casa, por trabalharem no regime de 12 horas por 36 de folga, podem ficar, no máximo, até às 7h do dia seguinte.

No Dias da Cruz, os albergados recebem banho, janta e café da manhã. Para as mulheres, há berçários. Elas também ganham um enxoval completo, feito por voluntários, quando estão no oitavo mês de gravidez. Enquanto esperávamos a abertura dos portões da casa, na última quarta-feira, havia menos de dez mulheres, uma delas grávida, enquanto os homens, provavelmente, eram mais do que suficientes para preencher suas 62 vagas.





Albergadas contam com berços e brinquedos para seus bebês | Foto: Caroline Ferraz/Sul21



Na sala de jantar, os albergados podem ver TV. Também tem acesso a livros, que, se quiserem, podem ler até as 21h, quando as luzes são desligadas. Uma vez por semana, recebem a visita de um médico voluntário. Há um consultório odontológico todo equipado, mas há mais de ano não há dentista voluntário, então fica parado. Por falta de voluntário na parte da noite, os albergados também não conseguem utilizar os computadores do laboratório – máquinas em bom estado doadas pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e pelo Senac. Aqueles que desejam, porém, podem participar de oficinas culturais e de artesanato uma vez por semana.

Quem já passou a noite anterior no albergue, tem acesso garantido na noite seguinte. Os demais, devem esperar por vaga. Se não há, são encaminhados para outros locais da rede de apoio ou têm de passar a noite na rua.

Também há um limite para a permanência. Podem dormir até 15 noites seguidas no local. Ao chegar nesse limite, precisam passar outras 15 noites em local diferente para poderem retornar. Contudo, segundo a administração, a maioria pousa apenas duas ou três noites em sequência.

Fábio Quilomba é um desses que entra e sai a toda hora do Dias da Cruz. Em situação de rua há 9 anos, alterna duas semanas ali e duas no albergue Felipe Diehl, localizado no bairro Navegantes. Em outros dias, opta pela rua. “Quando tô chapado”, diz Quilomba, que é um dos responsáveis pelo jornal Boca de Rua, escrito inteiramente por pessoas em situação de rua.




Histórias distintas, realidades semelhantes


Como está trabalhando, Cleiton conseguiu estender sua estadia no Dias da Cruz por mais 30 dias, benefício concedido a todos na mesma situação – o instituto diz que se preocupa também com a reinserção dos albergados. Ele diz que até poderia tentar conseguir alugar algo com seu salário atual, mas, como está na fila do aluguel social, poderia perder o processo do benefício.

Antes do Dias da Cruz, porém, ele alternava suas noites entre albergues, a rua e moradias temporárias. Leva seus pertences em uma grande mochila. Na quarta, deixou no trabalho, mas temia ser roubado. Não tem contato com parentes, mas conta que, anualmente, recebe a visita de duas irmãs finlandesas, Katri e Laura, estudantes de geografia social, que conheceu quando atuava em um projeto de Hip Hop, Amizade, em Pelotas.





Luiz Augusto teve várias passagens pela polícia, mas agora espera por uma oportunidade | Foto: Guilherme Santos/Sul21


A realidade de Cleiton é semelhante a de muitos que esperavam para entrar no albergue esta semana. Pessoas que não conheceram os pais, que caíram nas drogas, que saíram de suas cidades para buscar emprego, que têm passagens pela polícia, que tentam conseguir trabalho, mas não conseguem. Como eles mesmo disseram, ninguém é santo, mas todos estão à espera de uma oportunidade.

“Todo mundo quer uma oportunidade para não fazer coisa errada”, disse Luiz Augusto, 30 anos, e desde os 16 com passagens pela rua. “Minha infância toda foi na cadeia”. Diferentemente de Cleiton, ele ainda diz se dar muito bem com o pai.

Sua última passagem foi por assalto e tentativa de homicídio. “A vítima reagiu”, afirma. Passou três anos no Presídio Central. Saiu no ano passado. Agora, diz que está muito velho para cair de novo no presídio. “Quem quer voltar para o inferno?”, questiona, acrescentando que está há três meses sem usar drogas e tentando ficar longe das más companhias.

Seu último emprego foi em Gramado, há cerca de seis meses. Estava trabalhando na montagem de um estande, mas se desentendeu com o patrão e foi mandado embora. Sem dinheiro, não tinha como pagar aluguel. Voltou para Porto Alegre para tentar uma oportunidade, mas ainda não conseguiu.

Enquanto aguarda, alterna seus dias entra o albergue e a rua. Na quarta-feira, iria tentar uma vaga no Dias da Cruz. Incerta, já que não tinha dormido ali no dia anterior. Caso não conseguisse, suas opções seriam o Viaduto da Conceição ou a galeria do Rosário. Ao se despedir, nos convidou para voltar e conhecer seu trabalho artístico. Faz casas artesanais com palitos de picolé.





O haitiano Beuna Pierra chegou há seis meses em Porto Alegre, mas ainda não encontrou lugar para morar | Foto: Guilherme Santos/Sul21


Quem também espera uma oportunidade é Beuna Pierre, 33 anos, haitiano. Sem trabalho em sua terra natal, parou primeiro em Rondônia. Em Porto Alegre desde fevereiro, já está cadastrado no Sine, mas ainda não encontrou nenhum emprego e teve que dormir na rua. Diferentemente de outros estrangeiros que chegaram ao Estado nos últimos anos, Pierre não conhecia ninguém aqui. Sugiro que procure alguma associação de haitianos, pois há vários conterrâneos seus que se organizam para dividir alojamento.



Sem dinheiro


Para aqueles que estão em situação de rua, mas aguardam uma oportunidade para melhorar de vida, a janta e a cama do albergue são uma benção. Contudo, o Dias da Cruz também serve de abrigo para quem se encontra em situações diferentes.

Dirceu Bilefet, 40 anos, tem um bom emprego em uma empresa grande. É soldador na Ross Montagens de Estruturas Metálicas. Começou a semana em uma fábrica da Cherry Motors, em Jacareí (SP). Com o fim da obra, foi transferido para Porto Alegre. Dezenove horas depois, desembarcou na Rodoviária no fim da tarde de quarta. Sem dinheiro no bolso, tentou sacar no caixa eletrônico. Atrapalhou-se. Teve um dos cartões bloqueados e uma “grana não caiu”. Natural de São Grabriel, não conhece ninguém por aqui. Ficou sem ter para onde ir.





Dirceu não está em situação de rua, mas ficou sem dinheiro e precisou recorrer ao albergue | Foto: Guilherme Santos/Sul21


No dia seguinte, provavelmente teria sua situação resolvida e poderia dormir no alojamento indicado pela empresa ou até mesmo pagar por uma diária. Na Rodoviária, lhe indicaram o Dias da Cruz. Como era o albergue ou dormir na Rodoviária, optou pela primeira opção. Mas seu pouso não estava garantido, pois era o último da fila que esperava o acesso para novas entradas. Na quinta, descobrimos que Dirceu tinha conseguido acesso.



E se fechar?


Aline de Almeida Carvalho, assistente social do Dias da Cruz, diz que não gosta nem de imaginar o impacto que o fechamento do albergue teria para a população em situação de rua.

“Eu circulo na rede própria da Fasc e nos conveniados e a estrutura física para atender estas pessoas é muito melhor no Dias da Cruz e no Felipe Diehl (outro albergue que tem convênio com a Fasc)”, afirma, acrescentando que apesar de insuficiente, os albergues existentes conseguem atender a maior parte da pessoas que desejam dormir sob um teto. “O descontinuamento do Dias da Cruz levaria uma população muito maior de pessoas a dormir na rua, mas sem querer dormir na rua”.

Ela também acrescenta que o Dias da Cruz é essencial para o atendimento dessa população por se tratar do único localizado nesta região da Azenha, com possibilidade de atender Centro, Cidade Baixa, Menino Deus, etc.

Atualmente, a rede de albergues de Porto Alegre com 355 vagas ao longo do ano distribuídas entre o Dias da Cruz, o Felipe Diehl e o Albergue Municipal. Durante a Operação Inverno, 100 vagas a mais são criadas.

Caso o instituto precise realmente fechar o albergue, Cardoso diz que poderá apenas oferecer um lanche, uma janta e continuar com as doações. Apesar de ser um cenário real, prefere não ser tão pessimista e segue confiando que o quadro pode mudar. “Não vou simplesmente fechar os portões e dizer que a partir de hoje eu não recebo mais ninguém”.





Dormitório feminino tem berços | Foto: Caroline Ferraz/Sul21



Enquanto o Dias da Cruz abriga pessoas em situação de rua de noite, durante a dia recebe 120 crianças em sua escola | Foto: Caroline Ferraz/Sul21



Instituição conta com um depósito de alimentos compartilhado e bem organizado | Foto: Caroline Ferraz/Sul21



Albergados recebem chinelos ao chegarem ao setor de triagem | Foto: Caroline Ferraz/Sul21



Casa conta com consultório odontológico, mas não há dentista | Foto: Caroline Ferraz/Sul21





Um comentário para “Por falta de recursos, albergue para 100 pessoas em situação de rua pode fechar”

Eder Geraldo Cardoso disse:


31 de julho de 2015 às 11:51


Parabéns pela matéria Luís Eduardo Gomes e muito obrigado por sua sensibilidade.

O que a assessora da FASC deixou de informar é a grande dificuldade senão impossibilidade de outra instituição querer assumir o trabalho que o Dias da Cruz realiza. Por ser um trabalho que não visa lucro (somente lucro social), quem em sã consciência construiria ou locaria um local para abrigar 100 pessoas com um custo alto e uma receita em torno de 43% deste custo? Se fosse tão fácil assim teríamos vários albergues na cidade.

A FASC tem sido nossa parceira e o presidente Marcelo Soares não mede esforços para nos ajudar, mas não depende só dele e de sua equipe. Sabemos que a Prefeitura tem suas limitações orçamentárias e também questões políticas.

Continuaremos lutando para que esta obra social de vital importância para a comunidade não feche, mas para isso precisaremos da ajuda de todos.

Saúde e Paz.


Éder Geraldo Cardoso – Presidente do IEDC

Inacreditável para quem votou no básico? Bobagem, assinaram o voto em branco para o gringo que faz


Entidades da BM anunciam aquartelamento na segunda e pedem que população fique em casa


SUL 21



Documento assinado pela BM nesta sexta | Foto: Reprodução


Luís Eduardo Gomes


A Associação Beneficente Antonio Mendes Filho (Abamf), que representa os servidores de nível médio da Brigada Militar, anunciou nesta sexta-feira (31) que, após uma reunião envolvendo nove entidades de servidores da corporação, foi convocado para segunda-feira o aquartelamento da polícia militar e do Corpo de Bombeiros. Além disso, o jurídico da entidade deve protocolar um pedido de prisão do governador José Ivo Sartori pelo descumprimento de uma decisão judicial que impedia o governo do Estado de parcelar os salários do funcionalismo.

“A recomendação é que os policiais só saiam para o atendimento de emergências e retornem para o quartel”, disse o secretário-geral da Abamf, Ricardo Agra.

Segundo ele, ainda não é possível calcular o percentual dos servidores da BM e dos Bombeiros que irão aderir ao aquartelamento na segunda, mas já existe a recomendação de que a população fique em casa nesse dia. “Vamos dar publicidade a isso a partir de agora. Estamos pedindo para a nossa sociedade que as pessoas não abram os seus estabelecimentos comerciais e que fiquem em casa para se resguardar”, complementou.

Em nota (acima) assinada pelas nove entidades que participaram da reunião, os servidores também recomendaram a população a ficar em casa na segunda-feira. “Orientamos a população do Rio Grande do Sul, que vê a criminalidade se alastrar diariamente, que não saiam de suas residências na 2ª Feira”, diz a nota.

Agra também afirmou que 100% da categoria foi afetada pelo parcelamento dos salários. Nesta sexta-feira, os servidores do Estado receberam seus vencimentos até o limite de R$ 2,150.

Em decorrência desse parcelamento, o jurídico da Abamf deve protocolar ainda hoje ou “no mais tardar na segunda-feira” ao Tribunal de Justiça um pedido de prisão do governador Sartori pelo governo ter descumprido a decisão judicial que exigia que os salários fossem pagos na íntegra.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

odeia o PT, mas não quer ver o PSDB nem pintado de ouro


FHC vê país com amnésia, por isso acusa PT de “não saber governar”


Blog da Cidadania


Posted by eduguim on 29/07/15








A televisão aberta está veiculando inserção publicitária do PSDB que constitui uma afronta ao povo brasileiro. No vídeo, Aécio Neves e José Serra aproveitam situação da economia que até parte da mídia antipetista já atribui ao comportamento da oposição.

Contudo, há uma participação, nesse vídeo, que é inaceitável. Quem fala é Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República (1995 – 2002) pelo PSDB. Eis a locução:

“Não sabem governar. Nós estamos assistindo, com os nossos olhos, a desmoralização do funcionamento do atual sistema político”.

Assista, abaixo, à prova de que o que vai relatado acima não é invenção.




Ao fim dessa exibição insuperável de caradurismo e falta de respeito para com o povo brasileiro, o PSDB ainda tem a coragem de cravar uma frase que vai de encontro a tudo que o partido tem feito no âmbito de uma crise que não é só econômica, mas política.







Será mesmo que a oposição que o PSDB faz é “a favor do Brasil”? Quem diz o contrário não é este Blog, mas um veículo da grande mídia que ao longo dos governos do PT notabilizou-se por lhes fazer oposição cerrada.

Leia, abaixo, o que diz a Folha de São Paulo sobre a forma do PSDB e de outros partidos de oposição de exercerem seus papéis constitucionais.




FOLHA DE SÃO PAULO

29 de julho de 2015

EDITORIAIS

editoriais@uol.com.br

Quanto pior, pior

Mudança de perspectiva da nota de crédito do país aumenta importância de consenso político capaz de reerguer economia nacional

Marcado para esta quinta-feira (30), o encontro da presidente Dilma Rousseff (PT) com os governadores de todos os Estados adquiriu importância ainda maior com a decisão tomada terça-feira (28) pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s.

A companhia norte-americana alterou a perspectiva da nota de crédito do Brasil para negativa, aumentando as chances de o país perder o grau de investimento. Apenas um andar abaixo está a categoria especulativa, em que, aos olhos dos credores, é alta a possibilidade de calotes.

Nem mesmo os oposicionistas mais aguerridos deveriam desejar essa cereja podre no bolo estragado que se tornou a economia no governo Dilma. Agências como a S&P ficaram desacreditadas depois de 2008, pois não anteviram a crise que se desenhava nos EUA, mas suas avaliações não deixaram de interessar a quem procura porto seguro para o próprio dinheiro.

A expectativa crescente de que o Brasil venha a perder o atestado de bom pagador já produz efeitos: investidores exigem juros cada vez maiores para compensar os riscos e o dólar bate recordes de alta.

Tanto pior, já se considera que outras duas companhias, a Moody’s e a Fitch, podem fazer análise semelhante à da S&P, rebaixando a nota brasileira até o fim do ano.

Combater esse cenário sombrio deveria ser um objetivo de todos os que se importam com o futuro nacional, mesmo que não deem a mínima para o destino de Dilma.

Ao expor suas razões, a S&P reconhece mudanças neste segundo mandato da petista, mas afirma que aumentaram as incertezas na política e na economia. Diminuí-las, portanto, é um imperativo.

Tudo se resume, no fundo, à instabilidade da relação entre o Executivo e o Legislativo, agravada pelos desdobramentos da Operação Lava Jato e traduzida no comportamento pernicioso do Congresso.

Notoriamente incapaz de mobilizar deputados e senadores em torno de uma agenda positiva, a presidente Dilma Rousseff resolveu pedir ajuda aos governadores. Espera que eles convençam suas bancadas a rejeitar projetos que tornem ainda mais penoso o necessário ajuste das contas públicas.

Se mantido estritamente nesses termos, o encontro pode resultar em algo proveitoso. Muitas das medidas que ampliam os gastos têm impacto direto nos cofres estaduais.

Que fique claro: cobrar responsabilidade dos congressistas não significa aceitar conchavos ou dividir a culpa pelo descalabro atual. Esta cabe só ao governo Dilma, e a oposição decerto teria muito a perder se fosse vista como sócia da crise.

O país, contudo, terá ainda mais a perder se não houver renovados esforços na busca por soluções. Já se sabe quão venenosa pode ser uma oposição que aposta no lema “quanto pior, melhor”. Como atestam as agências de classificação de risco, quanto pior, pior.

Este Blog vem dizendo há meses que a crise econômica já poderia ter sido superada caso a oposição, a mídia e até a Operação Lava Jato não se comportassem como sabotadores da economia.

Nesse aspecto, a matéria da Folha simplesmente expõe a posição do mercado, do capital, que já começa a ficar preocupado com a irresponsabilidade de gente como esses três que protagonizam o vídeo que postei aí em cima.

FHC dizer que o PT não sabe governar é uma afronta ao povo brasileiro porque fazê-lo revela que o ex-presidente acha que o Brasil é um país de amnésicos idiotizados, incapazes de lembrar do que foi sua gestão desastrosa, com apagão, crise da dívida externa, monitoramento do FMI, desemprego e inflação recordes, abafamentos sucessivos de escândalos e investigações…

Para refrescar a memória do ex-presidente tucano e dos que lhe dão crédito, informo, abaixo, dados oficiais comparando o governo dele com os dos sucessores.



Produto Interno Bruto:

2002 – R$ 1,48 trilhões

2013 – R$ 4,84 trilhões


PIB per capita:

2002 – R$ 7,6 mil

2013 – R$ 24,1 mil


Dívida líquida do setor público:

2002 – 60% do PIB

2013 – 34% do PIB


Lucro do BNDES:

2002 – R$ 550 milhões

2013 – R$ 8,15 bilhões


Lucro do Banco do Brasil:

2002 – R$ 2 bilhões

2013 – R$ 15,8 bilhões


Lucro da Caixa Econômica Federal:

2002 – R$ 1,1 bilhões

2013 – R$ 6,7 bilhões


Produção de veículos:

2002 – 1,8 milhões

2013 – 3,7 milhões


Safra Agrícola:

2002 – 97 milhões de toneladas

2013 – 188 milhões de toneladas


Investimento Estrangeiro Direto:

2002 – 16,6 bilhões de dólares

2013 – 64 bilhões de dólares


Reservas Internacionais:

2002 – 37 bilhões de dólares

2013 – 375,8 bilhões de dólares


Índice Bovespa:

2002 – 11.268 pontos

2013 – 51.507 pontos


Empregos Gerados:

Governo FHC – 627 mil/ano

Governos Lula e Dilma – 1,79 milhões/ano


Taxa de Desemprego:

2002 – 12,2%

2013 – 5,4%


Valor de Mercado da Petrobras:

2002 – R$ 15,5 bilhões

2014 – R$ 104,9 bilhões


Lucro médio da Petrobras:

Governo FHC – R$ 4,2 bilhões/ano

Governos Lula e Dilma – R$ 25,6 bilhões/ano


Falências Requeridas em Média/ano:

Governo FHC – 25.587

Governos Lula e Dilma – 5.795


Salário Mínimo:

2002 – R$ 200 (1,42 cestas básicas)

2014 – R$ 724 (2,24 cestas básicas)


Dívida Externa em Relação às Reservas:

2002 – 557%

2014 – 81%


Posição entre as Economias do Mundo:

2002 – 13ª

2014 – 7ª


PROUNI – 1,2 milhões de bolsas


Salário Mínimo Convertido em Dólares:

2002 – 86,21

2014 – 305,00


Passagens Aéreas Vendidas:

2002 – 33 milhões

2013 – 100 milhões


Exportações:

2002 – 60,3 bilhões de dólares

2013 – 242 bilhões de dólares


Inflação Anual Média:

Governo FHC – 9,1%

Governos Lula e Dilma – 5,8%


PRONATEC – 6 Milhões de pessoas


Taxa Selic:

2002 – 18,9%

2012 – 8,5%


FIES – 1,3 milhões de pessoas com financiamento universitário


Minha Casa Minha Vida – 1,5 milhões de famílias beneficiadas


Luz Para Todos – 9,5 milhões de pessoas beneficiadas


Capacidade Energética:

2001 – 74.800 MW

2013 – 122.900 MW


Criação de 6.427 creches


Ciência Sem Fronteiras – 100 mil beneficiados


Mais Médicos (Aproximadamente 14 mil novos profissionais): 50 milhões de beneficiados


Brasil Sem Miséria – Retirou 22 milhões da extrema pobreza


Criação de Universidades Federais:

Governos Lula e Dilma – 18

Governo FHC – zero


Criação de Escolas Técnicas:

Governos Lula e Dilma – 214

Governo FHC – 11

De 1500 até 1994 – 140


Desigualdade Social:

Governo FHC – Queda de 2,2%

Governo PT – Queda de 11,4%


Produtividade:

Governo FHC – Aumento de 0,3%

Governos Lula e Dilma – Aumento de 13,2%


Taxa de Pobreza:

2002 – 34%

2012 – 15%


Taxa de Extrema Pobreza:

2003 – 15%

2012 – 5,2%


Índice de Desenvolvimento Humano:

2000 – 0,669

2005 – 0,699

2012 – 0,730


Mortalidade Infantil:

2002 – 25,3 em 1000 nascidos vivos

2012 – 12,9 em 1000 nascidos vivos


Gastos Públicos em Saúde:

2002 – R$ 28 bilhões

2013 – R$ 106 bilhões


Gastos Públicos em Educação:

2002 – R$ 17 bilhões

2013 – R$ 94 bilhões


Estudantes no Ensino Superior:

2003 – 583.800

2012 – 1.087.400


Risco Brasil (IPEA):

2002 – 1.446

2013 – 224


Operações da Polícia Federal:

Governo FHC – 48

Governo PT – 1.273 (15 mil presos)


Varas da Justiça Federal:

2003 – 100

2010 – 513


38 milhões de pessoas ascenderam à Nova Classe Média (Classe C)


42 milhões de pessoas saíram da miséria



FONTES:

47/48 – http://www.dpf.gov.br/agencia/estatisticas

39/40 – http://www.washingtonpost.com

42 – OMS, Unicef, Banco Mundial e ONU

37 – índice de GINI: www.ipeadata.gov.br

45 – Ministério da Educação

13 – IBGE

26 – Banco Mundial




Claro que, neste momento, a situação parou de melhorar e até piorou um pouco, mas se pegarmos 12 anos de PT (2003 – 2014) e compararmos com 8 anos de PSDB, veremos que os problemas está acontecendo após mais de uma década de bonança, de crescimento do emprego, da renda e de melhoria dos indicadores sociais.

Um presidente que largou o país com 12% de inflação, 12% de desemprego, sem reservas internacionais e vigiado pelo FMI, entre outras desgraças, não pode fazer de conta que não teve problemas até piores que os de Dilma quando governou. E deveria ter, portanto, a compostura de não dizer que “eles não sabem governar”. Até em respeito à inteligência das pessoas.

Os três patetas do vídeo acima, porém, esquecem que mais da metade dos brasileiros votou contra eles no ano passado. Apesar dos problemas na economia, a maioria mostrou que não esqueceu do que foi o governo desses três no final dos anos 1990, começo dos anos 2000.

A Folha foi injusta com Dilma, apesar de ter criticado acertadamente a oposição. A crise era absolutamente contornável. O ajuste fiscal de 1,1% do PIB poderia ter ocorrido rapidamente e a esta altura estaríamos retomando o crescimento.

Durante reunião com ministros e o vice-presidente Michel Temer, na tarde de segunda-feira, porém, Dilma traduziu ainda melhor essa “oposição a favor do Brasil”; responsabilizou a Operação Lava-Jato por parte da queda do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.

Ao discorrer sobre as dificuldades econômicas que o país enfrenta, a presidente citou a operação da Polícia Federal dizendo que provocou queda de um ponto percentual no PIB: “Para vocês terem uma ideia, a Lava-Jato provocou uma queda de um ponto percentual no PIB brasileiro”

Diante de tudo isso, este Blog acredita que o oportunismo e a irresponsabilidade do PSDB não só já começam a revoltar quem tem um mínimo de apreço por seu país, mas, também, que apoio tucano à manifestação golpista que se avizinha poderá até esvaziá-la.

Muita gente que odeia o PT não quer ver o PSDB nem pintado de ouro.

O que o PSDB não percebe, portanto, é que a maioria esmagadora dos brasileiros pode até estar insatisfeita com o início do segundo governo Dilma, mas não é idiota a ponto de esquecer do quanto sofreu quando FHC e companhia governavam.

e precisa desmoralizar? precisa enquanto ocê compra e sustenta esse lixo que mente


Romário desmoraliza repórteres da 'Veja'




Por Fernando Brito, no blog Tijolaço:


O senador e eternamente marrento Romário tocou de lado para que seus eleitores chutassem.

Ontem, publicou no Facebook a pergunta “inocente”:

Alguém aí tem notícias dos repórteres da revista Veja Thiago Prado e Leslie Leitão, que assinaram a matéria afirmando que tenho R$ 7,5 milhões não declarados na Suíça? E do diretor de redação Eurípedes Alcântara? Dos redatores-chefes Lauro Jardim, Fábio Altman, Policarpo Junior e Thaís Oyama?

Gostaria que eles explicassem como conseguiram este documento falso.

E tascou os links para as páginas de Facebook dos indigitados, sem sugerir nada, porque era desnecessário.

Foi uma avalanche de críticas e ironias nas páginas cujos endereços eletrônicos foram fornecidos pelo “baixinho”.

As de Thiago Prado e Leslie Leitão saíram do ar. A página de Lauro Jardim, que ainda funcionava hoje de manhã, tinha centenas de comentários que o ridicularizavam.

Certo que alguns exageradamente agressivos, mas a maioria indignados e irônicos:


E sobre o Romário Faria não vai falar nada ou vai desativar o Facebook também?

Amigo, explica como arranjaram o documento falso do Romário por gentileza? Abraço!

Quem foi o estelionatário que falsificou o documento da sua matéria contra o Romário ? Algum parceiro seu? Peixe!

É sobre o documento do Romário Faria? Sendo falso pode citar a fonte, ou será que é falsa a noticia?

E um dos mais engraçados:

Tem um vizinho meu aqui que tá me incomodando muito, já tivemos até algumas rusgas. Gostaria de saber quanto a Veja cobra para publicar uma matéria dizendo que ele tá enriquecendo urânio na casa dele?

A revista mantém o mais sepulcral silêncio desde que Romário contestou a informação publicada.

Nada, nem uma palavra ou explicação.

Se a revista confia no trabalho dos seus repórteres e na autenticidade do que publica, é obvio que teria respondido.

Eles próprios deveriam exigi-lo. A redação inteira, aliás.

Se não descambar para a agressão, o método “cobrança direta” estimulado por Romário talvez seja uma boa lição.

Somos responsáveis pelo que escrevemos e, se erramos, temos de reconhecer que erramos e porque o fizemos.

Disse ontem aqui que não há “sigilo de fonte” quando se trata de uma falsificação para atingir a honra alheia.

E mais: se temos o direito e o dever de em nome da apuração jornalística publicar o que temos segurança de que é verdadeiro, também temos o dever de suportar as consequências disso.

Romário tem o direito de reagir e um argumento irrespondível para os que vierem com “punhos de renda” politicamente corretos contra sua iniciativa de publicar os endereços onde seus detratores tem de ler o que se leu acima.

Afinal, eles tem um império de comunicação para responder e, 24 horas depois de apontada a farsa, não o fizeram.

A grande mídia não deu, é claro.

Enquanto os cães ladram e os coxinhas fritam: Depois de Dilma ir à Europa, Itália quer comprar avião do Brasil

O Brasil está fazendo uma política de comércio exterior forte e ativa para abrir mercados e estimular exportações. A Presidenta Dilma foca na venda de produtos e serviços com valor agregado e que gerem cada vez mais empregos no Brasil.  A grande mídia não deu, é claro. A grande mídia prefere transformar um dos menores índices de desemprego do mundo, que é o do Brasil, numa suposta tragédia assustando e gerando incerteza e insegurança no povo. Por isto publico matérias do Portal Vermelho e do Jornal do Brasil
 

“Nesse sentido, a Itália vai representar um grande mercado para nós. Assim como a Rússia, que abriu o mercado de leite ao Brasil”, afirmou. Segundo a presidenta, os italianos mostraram interesse em comprar o cargueiro de grande porte KC 390, a maior aeronave desenvolvida e produzida no País.

“É um grande avião de carga que vai substituir os Hércules, fabricados pelos Estados Unidos. Além de ser um avião de transporte de carga pesada, é um jato, o que modifica as oportunidades de transporte que ele tem”. A aeronave realizou o primeiro voo experimental em fevereiro e a primeira entrega para a Força Aérea Brasileira (FAB) está prevista para o segundo semestre de 2016.

Viagem produtiva

A presidenta acrescentou que sua viagem à Itália foi bastante produtiva e falou sobre os encontros que manteve com o presidente da República Italiana, Sergio Mattarella, e com o primeiro-ministro, Matteo Renzi. “Nas duas conversas, nós estreitamos muito a nossa parceria”, disse.

Atualmente, 1,2 mil empresas italianas têm negócios no Brasil, em diversos setores, como o de automóveis. Por isso, na sexta-feira (10), a presidenta Dilma afirmou que a Itália é um “parceiro essencial” e convidou o empresariado local a “intensificar” os investimentos no País, por meio do Programa de Investimento em Logística (PIL).

Em Milão, ela lembrou ainda os bons resultados obtidos durante a II Cúpula dos Brics, em Ufa, na Rússia. “Eu gostei muito dessa viagem dos Brics”, comentou.

Expo Milão 2015

A presidenta elogiou a Expo Milão 2015, sobretudo o pavilhão brasileiro que, segundo ela, mostra com muitos detalhes a produção e a força da agricultura nacional. Desta forma, os visitantes têm a oportunidade de ver que o Brasil é um grande produtor de alimentos. “Grãos, cereais. É um grande produtor de proteína. É um grande produtor de frutas. E a exposição tem uma certa característica bem nossa. Achei muito interessante o som dos passarinhos”, comentou.

A imprensa italiana classificou o estande brasileiro como um dos cinco melhores da feira. Além dele, Dilma Rousseff visitou também o Pavilhão Zero (Divinus halitus terrae), onde conheceu, entre outras atrações, o “Arquivo do Mundo”, uma sala com uma instalação artística inspirada em grandes bibliotecas e murais sobre conhecimento humano nas áreas de artes e ciências; a instalação “Domesticação das plantas”, em formato de jarra de terracota com imagens relativas ao mundo vegetal como base da nutrição; e a “Domesticação dos animais”, sala com esculturas de animais com importância na alimentação humana.


Vai também a matéria do Jornal do Brasil publicada esta semana


Itália vai comprar avião cargueiro produzido no Brasil

KC390 é rival do famoso Hercules, criado nos Estados Unidos

 


    “É um grande avião de carga que vai substituir os Hércules [usados pela FAB], fabricados pelos Estados Unidos. Além de ser um avião de transporte de carga pesada, é um jato, o que modifica as oportunidades de transporte que ele tem”, disse a mandatária.


O KC 390 fez seu primeiro voo experimental em fevereiro deste ano e as primeiras unidades serão entregues à Força Aérea Brasileira (FAB) no segundo semestre de 2016. Ainda de acordo com informações do governo, foram desembolsados cerca de US$ 2 milhões para desenvolver a nova aeronave.
O Hercules é o avião de carga favorito de diversos países do mundo e é amplamente utilizado na aviação militar há mais de 50 anos. Dilma esteve em Roma e em Milão nos dias 10 e 11 de julho e participou de reuniões com seu homólogo italiano, Sergio Mattarella, e o primeiro-ministro, Matteo Renzi. A líder ainda visitou a Expo Milão 2015 e conheceu o pavilhão brasileiro no local. (ANSA)

terça-feira, 28 de julho de 2015

Chutaram o balde

Odebrecht “peita” Moro: Lava Jato é um “reality show”

28 de julho de 2015 | 02:19 Autor: Fernando Brito
escuta


É impressionante a peça oferecida pela defesa de Marcelo Odebrecht em resposta ao “pedido de explicações” dirigido ao acusado pelo Juiz Sérgio Moro.

Claro que a imprensa, como fazem a Folha, Estadão e O Globo “puxam” para o fato de que não se “apresentou explicações” sobre as anotações do executivo.

A pergunta obvia é sobre qual o dever de apresentar explicações sobre fatos que não se constituem, em princípio, em ilícitos e nem mesmo em indícios de que possam ser ou ter relação com outros dos que o pretendem acusar.

É nenhum, em qualquer sistema de Justiça que não tenha como regras as da fábula do lobo.
Mas a dureza da peça vai além.

A comparação da Lava Jato com um “reality show faz uma evidente comparação com a “Casa do Big Moro Brasil”, onde os participantes ficam enclausurados, pressionados e monitorados enquanto são preparados para a ida ao “paredão”, onde disputarão entre si aqueles que  serão eliminados ou os que cairão nas boas graças do público.

A defesa – exercida pelos advogados Dora Cavalcanti Cordani, Augusto de Arruda Botelho e Rafael Tucherman – aliás, só comenta uma das especulações servidas para a imprensa: as sobre uma menção a “LJ” e a “ações B”, como se fossem referências à Lava Jato e a iniciativas extra-legais, afirmando que se tratam, na verdade, das iniciais do colunista da Veja, Lauro Jardim e das ações da Braskem, gigante petroquímica controlada pela Odebrecht em sociedade com a própriaPetrobras.

Mas, de fato, importa menos a defesa técnica e pontual, porque as acusações não são, em geral, também técnicas.

O texto da Odebrecht é político.

Ao questionar abertamente não apenas as acusações, mas os métodos empregados para formulá-la e a parcialidade do Dr. Sérgio Moro –  afirmando que “parece fazer ouvidos de mercador” a qualquer argumento da defesa, aos agentes da Polícia Federal e à Força Tarefa do Ministério Público no caso,  fica claro que a decisão de Marcelo Odebrecht e sua empresa é a de enfrentamento  e não a de se amoldar, via “delação” , à acusação que recebe.

O que era, aliás, a regra, antes que quatro meses de prisão “provisória” transformassem a operação num amontoado de delações de parte a parte, onde uma dúzia e meia de pessoas dizem o que a polícia e o MP querem que digam.

É claro que nem Marcelo nem sua defesa esperam que argumentos e questionamentos vão impressionar Moro.

São apenas preparatórios para outras instancias judiciais.

Se nelas vão ter algum sucesso, diante do chantageamento que sobre todas exerce a pressão midiática é outra história.


Leia a petição da defesa de Marcelo Odebrecht, publicada na íntegra pelo site Jota, especializado em cobertura de tribunais e veja se não é mais uma peça de ataque que defesa:


EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 13ª VARA DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ

Pedido de Busca e Apreensão Criminal no 5024251-72.2015.4.04.7000

MARCELO BAHIA ODEBRECHT, nos autos do Pedido de Busca e Apreensão em epígrafe, vem, por seus advogados, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, em atenção ao r. despacho lançado no Evento 437, expor o quanto segue:

Desde a prisão do peticionário, há mais de um mês, teve início a caça a alguma centelha de prova que pudesse, enfim, legitimar uma segregação baseada no nada.

Depois do emprego deturpado da teoria do domínio do fato, da utilização de uma mensagem eletrônica de quatro anos atrás (que nem foi o paciente quem mandou e que Vossa Excelência mesmo reconheceu que precisa ser mais bem investigada), e da transformação da presunção de inocência e do exercício do direito de defesa em causas de encarceramento, era mesmo de se imaginar que houvesse uma busca por algo que disfarçasse a colossal ilegalidade da custódia de MARCELO.

Polícia e Ministério Público Federal engajaram-se na missão com afinco, e para tanto deixaram a razoabilidade de lado.

O Parquet adotou estratégia tão clara quanto intolerável: tudo que surgisse relacionado a qualquer executivo de empresas do grupo Odebrecht seria, automaticamente, imputado também ao requerente. Por tudo, leia- se tudo mesmo – desde documentos velhos de autenticidade duvidosíssima, engavetados para serem usados a conta-gotas, até uma artificiosa correlação entre telefonemas e depósitos bancários lógica e cronologicamente estapafúrdia, e sempre sem qualquer liame com MARCELO.

A Polícia Federal não ficou atrás. Chegou mesmo a violar o sigilo da comunicação entre o preso e seus advogados, transformando um bilhete com tópicos para a discussão de Habeas Corpus – entregues aos defensores por um agente penitenciário, depois de ter sido a ele passado pelo requerente! – em uma esdrúxula ordem voltada ao cometimento do que seria o mais impossível dos crimes: destruir fisicamente aquela mesma mensagem eletrônica, há muito estampada no relatório policial, no decreto prisional e em dezenas de páginas de internet Brasil afora.

Já em despacho do último dia 21, Vossa Excelência instou a defesa a se pronunciar sobre o novo capítulo da tentativa de coonestar a prisão do peticionário. Dessa feita, a autoridade policial apresentou, em anexo ao Relatório Parcial do Inquérito 5071379-25.2014.4.04.7000, um relatório de análise de notas contidas em telefone celular apreendido na residência do requerente.

Em seu afã de incriminar MARCELO a todo custo, a Polícia Federal nem se deu ao trabalho de tentar esclarecer as anotações com a única pessoa que poderia interpretá-las com propriedade – seu próprio autor. Ao reverso, tomou desejo por realidade e precipitou-se a cravar significados que gostaria que certos termos e siglas tivessem.

E, mais uma vez, transformou as peculiaridades do processo eletrônico em sua aliada na tática de atirar primeiro e perguntar depois. Sabedora de que a livre distribuição de chaves eletrônicas tornou os processos da Lava Jato uma espécie de reality show judiciário, a polícia lançou no mundo as anotações pessoais de MARCELO e as tortas interpretações que deu a elas, e aguardou que fossem quase instantaneamente noticiadas como verdades absolutas.

Houvesse tido a cautela que sua função exige, e a Polícia Federal teria evitado a barbaridade que, conscientemente ou não, acabou por cometer: levou a público segredos comerciais de alta sensibilidade em nada relacionados aos pretensos fatos sob apuração, expôs terceiros sem relação alguma com a investigação e devassou mensagens particulares trocadas entre familiares do peticionário, que logo caíram no gosto de blogs sensacionalistas.

Lamentavelmente, a obstinação investigativa e persecutória de autoridades que atuam na Lava Jato parece ter turvado sua compreensão de que o país não se resume a um caso criminal. Há indivíduos, famílias, empresas, finanças, obras e empregos em jogo – no caso das empresas do grupo Odebrecht, são mais de 160.000! –, que deveriam impor um mínimo de cuidado na análise e divulgação de documentos e informações por parte dos agentes públicos, ao menos até que bem esclarecidos seu conteúdo e eventual pertinência com as apurações.

Com a intimação lançada no Evento 437, a defesa até imaginou que esse MM. Juízo decidira impor alguma ordem às coisas. Não obstante já então houvesse sinalizado que estava tendente a encampar as desatinadas interpretações da autoridade policial, ao menos optara por ouvir previamente a defesa sobre as anotações que, conforme vossas palavras, estavam todas sujeitas a interpretação.
Todavia, a inobservância injustificada da contagem de prazo do processo eletrônico para a defesa se manifestar, bem como a iniciativa de Vossa Excelência – estranha ao sistema acusatório que vigora em nosso país – de dragar documentos de inquérito que estava com vista ao Ministério Público Federal para oferecimento de denúncia já faziam prever o que viria.

Um dia depois de conceder o prazo que se esgota na data de hoje, Vossa Excelência não esperou os esclarecimentos da defesa para decretar de novo a prisão do peticionário, com fundamento exatamente naquelas anotações sujeitas à interpretação!
 
Escancarado, desse modo, que a busca da verdade não era nem de longe a finalidade da intimação, a defesa não tem motivos para esclarecer palavras cujo pretenso sentido Vossa Excelência já arbitrou.
Inútil falar para quem parece só fazer ouvidos de mercador.

O peticionário deplora, isso sim, o rematado absurdo de se considerar anotações pessoais a si mesmo dirigidas, meras manifestações unilaterais de seu pensamento, como atos efetivamente executados ou ordens de fato passadas. Ainda que o conteúdo dos registros fosse aquele nascido das criativas mentes policiais, rematado absurdo, nada indica que eles de algum modo tiveram repercussão prática, ou seja, que foram de fato implementados ou determinados a terceiros.

De mais a mais, o relatório de análise condensa anotações inseridas no campo “tarefas” do programa Outlook ao longo do tempo, umas em sobreposição a outras, sem qualquer ordem cronológica, muitas delas inclusive com seu conteúdo cortado automaticamente pelo programa por limitações de espaço no campo em que digitadas.

Impressiona, igualmente, a dubiedade do discurso de Vossa Excelência. De um lado, quando intima a defesa, assevera que “tudo está sujeito à interpretação”. De outro, porém, antes mesmo de ouvir explicações, prende novamente quem já está preso dando por certo aquilo tudo que estava sujeito a interpretação!

Isto é: mesmo sem poder assegurar o sentido das anotações, e muito menos se elas surtiram efeito prático, Vossa Excelência não hesitou em empregá-las para o mais drástico propósito.
Ademais, esse ínclito Magistrado acabou por encampar o indecoroso uso que a Polícia Federal fez daquilo que a r. decisão tachou de “o trecho mais perturbador” das anotações.

Nos dizeres do relatório policial, quando o requerente escreveu “dissidentes PF”, ele estaria se referindo à Polícia Federal, e teria “a intenção de usar os ‘dissidentes’ para de alguma forma atrapalhar o andamento das investigações”. E mais: “se levarmos em consideração as matérias (grampos na cela, descoberta de escuta, vazamento de gás, dossiês) veiculadas nos vários meios de comunicação, nos últimos meses, que versam sobre uma possível crise dentro do Departamento de Polícia Federal, poder-se-ia, hipoteticamente, concluir que tal plano já estaria em andamento”.
A perfídia é inominável.

Às voltas com denúncias reportadas por seus próprios integrantes de que membros da Força-Tarefa teriam plantado uma escuta ilegal na cela de presos, e depois tentado acobertar fraudulentamente esse gravíssimo fato, o Delegado de Polícia Federal que assina o relatório do inquérito insinua que por trás disso estaria…o peticionário! E não só desse fato, como também de um “vazamento de gás” nas dependências daquele Departamento!

Ao que parece, quem tem um “plano em andamento” é uma parcela da própria Polícia Federal: expiar seus aparentes pecados à custa de MARCELO, para tanto subvertendo o sentido de palavras e adivinhando o significado de siglas na forma que lhe convém.

Aliás, será que Alberto Youssef, que desfruta de infinita credibilidade perante a Polícia, Ministério Público e esse MM. Juízo Federal, também faz parte do “plano em andamento” levianamente atribuído ao requerente?

Afinal, não custa lembrar que foi o eterno delator quem revelou a existência da escuta em sua cela, e afirmou categoricamente que sabia estar sendo monitorado desde o primeiro dia de prisão pela escuta que a Polícia Federal, até hoje, afirma que se encontrava desativada àquele tempo…

Ora, uma leitura minimamente neutra das anotações selecionadas pelo agente policial que figurou como analista destacaria também as inúmeras passagens que revelam a preocupação do peticionário em esclarecer sociedade e mercado, além de dar guarida a medidas de investigação independente e de apuração interna (Evento 124, Anexo 11, pp. 3, 4 e 8, por exemplo).
Preferiu-se, entretanto, tomar “LJ” por Lava Jato ao invés de Lauro Jardim, e “ações B” como providências do submundo, e não como alusões justamente à nota sobre a auditoria interna da Braskem publicada na mesma coluna:
Economia – Nova postura
Desde que as investigações, grampos, depoimentos de presos e delações premiadas foram envolvendo a Odebrecht na roubalheira da Petrobras, a empresa manteve uma postura imutável: negava tudo em comunicados escritos em tom peremptório, beirando o raivoso. Foram dezenas de textos escritos neste diapasão.
Agora, há algo de novo no ar. A Braskem, sociedade entre a Odebrecht e Petrobras, mandou à CVM um comunicado em que “à luz das alegações de supostos pagamentos indevidos para seu favorecimento em contratos celebrados com a Petrobras “, admite que “deu início a um procedimento de investigação interna”.
Certamente, não por vontade própria, mas por uma obrigação com o mercado de ações – não só brasileiro, pois a Braskem tem também ADRs negociadas na Bolsa de Nova York.
Informou também que contratou “escritórios de advocacia no Brasil e nos EUA com reconhecida experiência em casos similares para conduzir a investigação”. Não disse, porém, que escritórios são esses.
Por Lauro Jardim
Tags: Braskem, Lava-Jato, Odebrecht
Braskem: investigação interna
Enfim, uma vez oferecida a denúncia, e porventura recebida em parte ou na sua integralidade, cumpre respeitar-se daqui em diante o rito do Código de Processo Penal, reservando-se o interrogatório do acusado para o final da instrução.
Esse o contexto, além de lamentar que o empenho em se lhe aplicar pena sem processo tenha chegado a esse ponto, o peticionário requer o imediato desentranhamento dos autos do inquérito policial de informações, notas ou conversas privadas que não possuam relação com o caso, de modo a evitar a indevida exposição de terceiros alheios à apuração.

Requer ainda seja prontamente determinado à Polícia Federal que se abstenha de lançar, neste ou em quaisquer outros autos do sistema e- proc, documentos físicos ou eletrônicos sem prévia definição de pertinência com o objeto dos autos. Na eventual impossibilidade de assim se proceder, de rigor sejam gravados daqui em diante com grau mais elevado de sigilo os documentos carreados para os autos, na medida em que o nível atual de sigilo do processo eletrônico em tela não tem logrado impedir reiterados vazamentos na imprensa.

Termos em que,
Pede deferimento.

domingo, 26 de julho de 2015

um governo amigo melhoraria


Uma questão de dinheiro: a origem do ódio assassino da Abril pelo PT. 
Por Paulo Nogueira


Diário do Centro do Mundo


Postado em 26 jul 2015
por : Paulo Nogueira


O dinheiro explica



Os franceses têm uma frase para a investigação de crimes: “Procure a mulher.”

Você pode adaptá-la para o Brasil de hoje.

“Procure o dinheiro.” É o que você deve fazer caso queira entender o ódio desumano da Veja pelo PT, expresso mais uma vez na capa desta semana.

Isso vale não apenas para a Veja, é bom acrescentar.

O jornalista Ricardo Kotscho, que fez parte da equipe de Lula em seus primeiros tempos, conta uma história reveladora.

Roberto Civita queria uma audiência com Lula, algum tempo depois de sua posse. E pediu a Kotscho que a arranjasse.

O objetivo não era discutir os rumos do Brasil e do mundo. Era pedir dinheiro para o governo, na forma de anúncios.

Ou mais dinheiro.

As coisas não correram como Roberto esperava. As consequências editoriais estão aí. Nem a morte de Roberto deteve a fúria assassina da Veja.

É um paradoxo. As mesmas empresas liberais que condenam o Estado são visceralmente dependentes do dinheiro público que ele canaliza para elas.

Sem esse dinheiro, elas simplesmente não sobreviveriam.

Não é errado dizer que o Estado brasileiro financia as grandes empresas jornalísticas. É, para elas, um Estado Babá.

Não é apenas dinheiro de anúncios, embora seja este o grosso. Ele vem de outras formas.

Poucos anos atrás, quando ainda tinha resultados contábeis expressivos, a Abril levou cerca de 25 milhões de reais do BNDES para uma obra que deveria ter sido bancada por ela mesma, e não pelo contribuinte: um arranjo em seu sistema de assinaturas.

É um dado público.

Parêntese: se na CPI do BNDES for aberto um capítulo para as relações da mídia com o banco, teremos informações sensacionais.

Em 2009, quando a Veja já abdicara de qualquer honestidade no ataque ao PT, a Abril levou 50 milhões de reais do governo de Lula apenas em anúncios.

Por que tamanha revolta, então?

Mais uma vez: procure o dinheiro. A Globo estava levando, e continua a levar, dez vezes mais, 500 milhões por ano.

Lula e Dilma, ironicamente, vem financiando a mídia que tenta exterminá-los.

Tamanha dependência leva a surtos de paranoia a cada eleição: e se a festa acabar? E se o governo decide reduzir ao mínimo os investimentos publicitários que vão dar nas corporações jornalísticas?

Seria uma calamidade para essas empresas. Elas cresceram graças ao dinheiro público posto nelas em proporções nababescas.

Note. Não é só o governo federal. Quantos recursos públicos não são encaminhados para as companhias de jornalismo pelo governo de São Paulo, o mais ricos do Brasil? De anúncios a compras de assinaturas, a mãozinha amiga está sempre presente.

No futuro, estudiosos tentarão decifrar por que nem Lula e nem Dilma mexeram adequadamente neste sistema que irriga recursos do contribuinte para mãos e bolsos particulares.

Minha hipótese é: medo, medo e ainda medo.

Quando os dados se tornaram públicos, e começou a surgir aqui e ali indignação, inventou-se uma coisa chamada “mídia técnica” para justificar o injustificável.

Com isso, teoricamente estava explicado por que anualmente o governo colocava 150 milhões de reais no SBT para terminar num jornalismo com Sheherazades.

Mas era e é uma falácia. Governo nenhum é obrigado a colocar dinheiro em empresa nenhuma, sobretudo quando há fundadas desconfianças sobre o caráter dela e seu comprometimento com o bem estar público.

No caso específico da Abril, e da Veja, a questão do dinheiro público se tornou especialmente dramática com a Era Digital e seu efeito destruidor sobre a mídia impressa.

Um governo amigo melhoraria extraordinariamente a situação financeira da Abril. O declínio não seria estancado, porque é impossível, mas seria mitigado.

A verba de anúncios federais cresceria instantaneamente. Lotes gigantescos de assinaturas de revistas seriam comprados. Financiamentos a juros maternais seriam obtidos.

É isso o que move a Abril — e, em medidas diferentes, as demais grandes empresas jornalísticas.

Procure o dinheiro, caso queira entender a sanha homicida delas, maldisfarçada num moralismo cínico, demagógico e canalha, para não dizer criminoso.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Obama faz lobby em jantar com empresários (chama o Moro)


Obama faz jantar para 70 empresários de lobby em Cuba






Trânsito no Bairro Vedado, em Havana | Foto Eduardo Seidl



Helena Sthephanowitz

Da RBA



O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reuniu em um jantar a portas fechadas na Casa Branca cerca de 70 empresários estadunidenses que fazem forte lobby pelo fim do embargo comercial, econômico e financeiro a Cuba instituído em 1961. A informação foi apurada pelo jornal espanhol El País.

Com o embargo empresas estadunidenses tem severas restrições para atuar no país, que é a maior economia da América Central e visto como o de maior potencial de crescimento pela abertura na economia. Os empresários norte-americanos estão ansiosos para não perder grandes oportunidades de negócios que veem no país.

O governo Obama defende o fim do embargo, mas o Congresso estadunidense, com perfil mais conservador e de maioria oposicionista ao presidente, ameaça impedir qualquer mudança nesta questão.

Os Estados Unidos já reataram relações diplomáticas com a ilha. As embaixadas já foram reabertas em ambos os países. Houve libertação de presos pelos dois lados, considerados presos políticos sob a ótica de cada lado. Mas o embargo econômico continua em vigor até que o Congresso norte-americano o suspenda.

O jantar na Casa Branca foi visto como uma união de forças para pressionar, ou seja, fazer lobby, sobre o Congresso para dar fim ao embargo. Se visto apenas como vitória da política externa do presidente, as chances de o Congresso oposicionista aprovar são menores. Se houver pressão vinda de uma demanda do setor empresarial, as chances são maiores de, pelo menos, flexibilizar o embargo.

Imagine como esta notícia sairia na imprensa oligárquica brasileira se o país fosse o Brasil em vez dos EUA e se a presidenta fosse Dilma Rousseff ou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em vez de Obama.

Não precisa imaginar. A imprensa oposicionista já faz um esforço para criminalizar a diplomacia comercial legítima e necessária no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva em busca da abertura de mercados para empresas brasileiras. Obama age de forma muito semelhante, inclusive com Cuba, atrasado em relação a Lula.

Presidentes atuarem a favor de empresas de seus países é até um dever dentro das políticas de estado, uma obrigação com a economia nacional e com a geração de empregos. Suspeito seria se não atuassem. Tão suspeito como um jogador de futebol que entrega o jogo para o adversário. Pois é isso que boa parte da oposição partidária e midiática está pregando.

Fazer oposição a um governo ou a lideranças de outros partidos jamais deve se confundir com fazer oposição a políticas de estado, ou fazer oposição “ao” Brasil, como disse, em ato falho, o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Se levarmos para o lado do humor, desse jeito a oposição se comporta como aquele passageiro que torce para seu avião cair porque não gosta do piloto. Se levarmos a sério, sabotar a economia nacional diante dos interesses de outros países é traição à pátria.

terça-feira, 21 de julho de 2015

a dureza das palavras


Dilma precisa se reconciliar com quem a elegeu, diz Ciro Gomes. 
Assista.




21 de julho de 2015 | 08:40 
Autor: Fernando Brito





Dura, mas lúcida, a entrevista de Ciro Gomes a Paulo Henrique Amorim no Conversa Afiada.

São 14 minutos que merecem ser vistos na íntegra, e que atingem seu apogeu na fala final do ex-ministro.

“A…grande missão é fazer com que a Presidente Dilma caia em si o quanto antes, e se reconcilie com o povo brasileiro. Não adianta acreditar que se abraçando os nossos adversários eles vão fazer qualquer coisa minimamente digna…Eles não têm entranhas. E isso significa claramente tomar outro caminho na gestão da economia, na gestão da política brasileira”.

Ciro já perdeu muitas oportunidades políticas por, às vezes até com inabilidade, não cortar as verdades pelo meio e por não fazer concessões ao silêncio que a política, por vezes, impõe.

Mas como faz falta na política brasileira quem diga as coisas por inteiro…

Assista.



agora condena antes mesmo de qualquer acusação


O Globo, a arte da calúnia e um conselho de Fernando Pessoa





 




A mídia hegemônica brasileira, sistema Globo à frente, prossegue a sua cantilena udenista, cujo enredo simplista engana muita gente.


Este enredo tem como base a seguinte fábula: acabou a impunidade no Brasil e em pouco tempo o PT e o Lula, que inventaram a corrupção, serão criminalizados. Segue trecho de um colunista amestrado do segundo escalão do jornal O Globo, na edição desta segunda-feira (20): “Os donos do poder não estão mais acima das leis. A transparência de uma sociedade aberta assusta mentes retrógradas que se habituaram à subserviência e à impunidade (...) Barbosa e Moro decretam o fim da impunidade para os donos do poder”. Sem dúvida é uma fábula edificante. Contudo, é bom que se esclareça que o articulista, ao se referir a “poder” não inclui nesta categoria os donos dos meios de comunicação, governantes ou políticos ligados ao PSDB e magnatas do mercado financeiro, todos eles protegidos pela cumplicidade de um aparelho policial e judiciário ocupado em boa parte por convictos direitistas confortavelmente embalados pela hipocrisia de uma mídia venal e intocável. O comendador da Globo, os delegados aecistas e outros tantos exemplos comprovam estes fatos.


Um colunista amestrado e sua obsessão



Nesta mesmo edição de O Globo, outro colunista amestrado, este do primeiro escalão, Ricardo Noblat, depois de apresentar como ilustração em sua coluna a cabeça da presidenta Dilma cortada em uma bandeja, traz agora uma charge com a foto do ex-presidente Lula ao lado de Cunha e Collor, todos vestidos como os personagens "Irmãos Metralha", com sacos de dinheiro na mão e fugindo de uma viatura policial. Um fato “irrelevante”: Lula de nada é acusado e o inquérito aberto contra o ex-presidente pelo Ministério Público Federal pode ou não redundar em alguma acusação, desfecho que ainda não conhecemos (ou talvez os irmãos Marinho já conheçam e já tenham até prometido ao promotor Valtan Timbó Mendes Furtado uma medalha igualzinha a que o Moro ganhou). Segundo diversos juristas, o inquérito é risível, aborda fatos ocorridos quando Lula já não exercia qualquer cargo público e fica nítida a motivação meramente política do procedimento. De qualquer maneira O Globo agora adota um padrão ainda mais elevado no seu jornalismo, antes condenava quem não tinha sido julgado e agora condena antes mesmo de qualquer acusação.


Sobre caluniadores e as ilusões

Publicar uma charge do ex-presidente Lula como um bandoleiro, comparando-o a Cunha e a Collor, não tem qualquer justificativa e faz de O Globo um reles panfleto caluniador movido pelo desejo de vingança política contra um líder popular que derrotou os candidatos apoiados pela família Marinho em quatro sucessivas eleições presidenciais. Se existe um lado bom nisto tudo, e sempre existe, é que visões idílicas sobre “transições suaves” e outros mitos que tanto ajudaram a desarmar politicamente a esquerda, perdem cada vez mais espaço diante da virulência de uma direita neofascista que ataca com fúria mesmo os sociais-democratas mais moderados. Abandonar ilusões é uma coisa sempre útil, quando se trata de enfrentar a realidade concreta, pois como dizia Fernando Pessoa: “Saber não ter ilusões é absolutamente necessário para se poder ter sonhos”.




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