terça-feira, 24 de maio de 2011

circulou pela primeira vez em 1981

Jornal Sem Terra completa 30 anos furando bloqueios




Ainda antes de nascer oficialmente um dos principais movimentos sociais do planeta, seu jornal já circulava na forma de boletim. O Jornal Sem Terra, informativo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, circulou pela primeira vez em 1981 para furar o bloqueio da Ditadura Militar sobre o acampamento que originou o MST, em Ronda Alta, no Rio Grande do Sul.


“As famílias ocuparam um trecho da estrada para reivindicar a posse da terra. Exigiam a desapropriação de latifúndios na própria região, e não em projetos de colonização em outros estados”, explica reportagem do Brasil de Fato. Mais famílias foram se agregando ao movimento, e a Ditadura cercou a área. Nasceu, então, um boletim que levava para fora do cerco as informações sobre o que acontecia ali. Esse acampamento foi a principal origem do MST, fundado oficialmente em 1984. Esse boletim virou o Jornal Sem Terra, que hoje fura outros bloqueios.


O bloqueio do silêncio é uma forma torturante de sufocar qualquer movimento social e qualquer setor oprimido. A informação é uma grande arma, e o domínio dessa arma por alguns poucos grupos empresariais é uma realidade. Com o monopólio das armas pelas elites, não há como lutar. A imprensa dominante é aliada do latifúndio, das grandes empreiteiras, das produtoras de automóveis, das produtoras de tabaco. Não há como acreditar que dará voz aos diferentes. A imprensa dominante tem lado, e não é o dos movimentos sociais. Já tratamos muitas vezes aqui no Jornalismo B das formas como o MST, especialmente, é tratado. Coloque “MST” na busca, ali em cima, e confira você mesmo.


Daí a importância da imprensa alternativa, incluindo-se aí os veículos que dão voz diretamente a sindicatos e movimentos sociais, tal qual o Jornal Sem Terra. A atuação desses grupos de mídia, para se tornar eficaz, precisa ser conjunta. É necessário, para furar cada vez mais o bloqueio midiático, que haja diálogo constante. Veículos como o Jornal Sem Terra precisam dos meios independentes para ampliar suas vozes, da mesma forma como estes precisam daqueles para inserirem-se e compreenderem a prática dos movimentos sociais.


A matéria do Brasil de Fato sobre os 30 anos do Jornal Sem Terra é um bom exemplo desse diálogo, retomando momentos importantes da trajetória do MST a partir da história do boletim/jornal. Nessa troca, nesse diálogo, na construção coletiva, sai fortalecida a mídia contra-hegemônica, a sociedade e a democracia.


* Para ler o site do MST, AQUI. Para seguir o Twitter oficial do MST, AQUI.

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