Quando se perde a identidade não se ganha eleições
TijolaçoComo era esperado, o Partido Socialista sofreu uma pesada derrota, ontem, nas eleições regionais e municipais realizadas na Espanha.
Foi, segundo o jornal El Pais, o pior resultado dos socialistas desde que se restabeleu a democracia naquele país: dois milhões de votos a menos que o direitista PP.
Não foram o voto branco ou a abstenção que pregavam os manifestantes que acamparam pelas praças espanholas, pedindo por emprego e perspectivas, os culpados da derrota do PSOE, porque não houve alteração singinicativa nem nos percentuais daqueles votos, nem no comparecimentodos eleitores.
Certamente, porém, os motivos que levaram dezenas de milhares de jovens às ruas estão na raiz das derrotas.
A Espanha foi devastada pela crise de um modelo ao qual o Partido Socialista não soube claramente se opor. Muito mais do que uma deformidade da ordem econômica, que deveria ser apontada e mudada, ela passou a ser tratada como uma “fatalidade”.
O desmprego de 23% da população ativa não pode ser um indicador econômico. É, sim, um drama social.
Ontem mesmo, o dirigente do PSOE na região de Castilla-La Mancha – uma das maiores do país – José María Barreda, pediu “uma revisão ideológica que vá além de querer eleger o primeiro-ministro nas próximas eleições gerais, que ocorrem ano que vem.
Quando a esquerda não se diferencia da direita, não pode exigir que a população a reconheça. E muito menos conservar a hegemonia eleitoral.
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