As perguntas à Chevron
Tijolaço
O senhor pode fornecer o nome ANP do poço acidentado?
Pode informar a situação atual dos dois outros poços registrados pela Chevron na ANP, em perfuração por essa mesma sonda SEDCO 706, segundo o registro de 3 de novembro?
O senhor pode fornecer as coordenadas exatas do posicionamento da plataforma? Pode dizer a distância e a direção, em relação a ela, do ponto onde houve o vazamento de petróleo cujos as imagens os senhores cederam à ANP? E também a distância em metros entre plataforma e o limite entre os campos de Frade e de Roncador?
Nessa foto da Agência France Presse, o senhor aparece ao lado de uma projeção da trajetória do poço acidentado. O senhor poderia indicar, nessa imagem, a profundidade aproximada das sapatas e das cimentações correspondentes, feitas ao longo do poço?
A imprensa divulgou que o senhor tinha dito que o último revestimento do poço seria a 567 m de profundidade. Pelo diagrama mostrado na fotografia, é possível ver que a extensão do poço seria, mais ou menos, de 4 quilômetros . Desde esse revestimento 567 m de profundidade, vocês trabalharam por 3,5 quilômetros com o que os técnicos chamam de poço aberto? Qual era ou eram os diâmetros da perfuração?
É uma prática comum na Chevron perfurar essa extensão de poço sem a colocação de revestimento, sapatas de sustentação e a cimentação de selagem? Quais foram as bases desta decisão. O senhor poderia entregar à custodia da ANP os diários de perfuração, os registros e testemunhos de perfilagem e os logs de cimentação?
O desvio da perfuração realizado, pelo diagrama, ao nível de 500 metros abaixo do solo marinho estava planejado? A grande curva também? Qual a razão desse desvio? Erro de posicionamento da sonda em relação ao alvo? Mudança de alvo? Foram formações rochosas inesperadas em um nível tão superficial? Isso não colocaria em dúvida a qualidade das sísmicas?
O senhor pode informar também a distância e
a direção, em relação à plataforma, da vertical do ponto onde ocorreu o “kick “ que provocou o acidente?
O senhor declarou que o “kick” inesperado no fundo do poço aconteceu no dia 7. No dia 8 foram avistadas as manchas de petróleo pelo pessoal da Petrobrás… Eu pergunto, não era evidente que os dois episódios estavam provavelmente relacionados? Por que só no dia 13 foi apresentado a ANP um plano de cimentação e abandono do poço?
Estou encaminhando às suas mãos a reprodução da matéria publicada em 2008 pelo Wall Street Journal onde o jornalista Russell Gold diz que seu superior, Ali Moshiri, trancou os projetos de exploração feitos pelas equipes de geólogos e engenheiros da própria empresa e mandou substituir por outro, com a perfuração de poços mais rápidos e mais baratos. O senhor pode explicar como é que se faz poços mais rápidos e mais baratos sem abrir da segurança?
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