Cpers devolve documento ao governo e promete nova assembleia
Rejane de Oliveira afirma que documento da secretaria de
Rejane de Oliveira afirma que documento da secretaria de
Educação gaúcha “desrespeita a categoria e aprofunda o conflito”
| Foto: Bruno Alencastro/Cpers
Samir Oliveira no SUL 21
O que era para ser a retomada das negociações acabou se tornando mais um motivo para desavenças na relação entre Cpers e governo gaúcho. A direção do sindicato ficou furiosa com o ofício do governo, convidando a compor um grupo de trabalho com o governo para discutir as reformas que o Palácio Piratini pretende implementar no Ensino Médio da rede pública. O Cpers devolveu o texto à Secretaria de Educação, sem nenhum pronunciamento oficial sobre as propostas nele contidas.
O documento foi elaborado pelo governo após uma reunião entre o Cpers e a Secretaria Estadual de Educação na manhã de terça-feira (29). Embora o encontro não tenha resolvido nenhum impasse, sindicato e governo sentaram na mesa para conversar pela primeira vez desde o início da greve no dia 18, em um indicativo da retomada de diálogo entre as partes.
Porém, a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, diz que o ofício assinado pelo secretário da Educação, José Clóvis de Azevedo, “desrespeita a categoria e aprofunda o conflito”. O Cpers rechaçou o texto por dois motivos: porque não apresenta nenhum cronograma para o pagamento do piso nacional de R$ 1.187,00 e porque um trecho dá a entender que a continuidade do diálogo depende fim da greve.
A frase que causou indignação nos sindicalistas está logo no segundo parágrafo do ofício e informa que “o governo do Estado reitera sua disposição de dialogar com a direção do Cpers-Sindicato, discutindo propostas concretas que aproximem conceitos na busca de pontos de acordo possíveis de serem alcançados, assim que a categoria deliberar pelo fim da greve”.
A colocação foi interpretada pelo Cpers como chantagem. “O governo tenta, de forma autoritária, condicionar o diálogo ao fim da greve”, dispara Rejane. Ela considera, ainda, que o convite para compor um grupo de trabalho com o governo é uma provocação. “Aquilo não é uma proposta, é uma provocação”, condena.
A presidente do Cpers, que é filiada ao PT, mesmo partido do governador Tarso Genro, não economiza críticas à administração estadual. “É a primeira vez que um governo não apresenta propostas para uma categoria que está em greve. Esse governo não tem capacidade política para dirimir os conflitos do Estado”, acusa.
Na prática, o Piratini nem considera que está ocorrendo uma greve no magistério gaúcho, já que a adesão de professores ao movimento é bastante baixa. A Secretaria de Educação diz que apenas 1,56% das escolas estaduais estão fechadas.
Rejane considera que é uma ironia o governo exigir o fim das paralisações para continuar as conversas. “O governo condiciona o diálogo ao fim de uma greve que ele mesmo diz que não existe”, aponta.
Diante desse panorama, o Cpers fará nova assembleia em frente ao Palácio Piratini, às 13h30min desta sexta-feira (2). “A categoria vai decidir que tipo de relação terá a partir de agora com o governo Tarso”, informa Rejane.
“Estou chocada”, desabafa secretária-adjunta de Educação
A secretária-adjunta de Educação, Maria Eulalia Nascimento (PT), conversou com o Sul21poucos minutos depois de receber de volta o ofício que havia sido encaminhado ao Cpers. Ela se disse “chocada” com a reação do sindicato.
“Estou chocada. Se a direção do Cpers acha que convidar ao diálogo é desrespeito, então não sei mais o que é negociação”, desabafou.
Ela reitera que o governo não tem condições de pagar o piso salarial imediatamente e que só não apresentou um calendário fixo para se chegar ao valor porque aguarda o reajuste que será dado pelo Ministério da Educação em janeiro. E assegura que as reformas do Ensino Médio continuarão sendo discutidas.
Maria Eulalia destaca que não há confronto entre o governo e os professores. “Estamos discutindo as propostas com a categoria, hoje (terça) mesmo reunimos mais de 500 profissionais”, informa, acrescentando que “não há situação de conflito no ensino público, o que existe é uma disposição da direção do Cpers de brigar consoco, é isso que está acontecendo”, resume.
A secretária-adjunta avalia que o sindicato nega sua própria história ao se recusar a compor um grupo de trabalho com o governo. De acordo com ela, muitas conquistas foram atingidas através desse tipo de negociação.
“A impressão que tenho é que a atual direção do Cpers não conhece a história do sindicato”, dispara Maria Eulália.
Confira a íntegra do documento que foi enviado pelo governo do Estado ao Cpers na tarde de terça-feira (29).
Samir Oliveira no SUL 21
O que era para ser a retomada das negociações acabou se tornando mais um motivo para desavenças na relação entre Cpers e governo gaúcho. A direção do sindicato ficou furiosa com o ofício do governo, convidando a compor um grupo de trabalho com o governo para discutir as reformas que o Palácio Piratini pretende implementar no Ensino Médio da rede pública. O Cpers devolveu o texto à Secretaria de Educação, sem nenhum pronunciamento oficial sobre as propostas nele contidas.
O documento foi elaborado pelo governo após uma reunião entre o Cpers e a Secretaria Estadual de Educação na manhã de terça-feira (29). Embora o encontro não tenha resolvido nenhum impasse, sindicato e governo sentaram na mesa para conversar pela primeira vez desde o início da greve no dia 18, em um indicativo da retomada de diálogo entre as partes.
Porém, a presidente do Cpers, Rejane de Oliveira, diz que o ofício assinado pelo secretário da Educação, José Clóvis de Azevedo, “desrespeita a categoria e aprofunda o conflito”. O Cpers rechaçou o texto por dois motivos: porque não apresenta nenhum cronograma para o pagamento do piso nacional de R$ 1.187,00 e porque um trecho dá a entender que a continuidade do diálogo depende fim da greve.
A frase que causou indignação nos sindicalistas está logo no segundo parágrafo do ofício e informa que “o governo do Estado reitera sua disposição de dialogar com a direção do Cpers-Sindicato, discutindo propostas concretas que aproximem conceitos na busca de pontos de acordo possíveis de serem alcançados, assim que a categoria deliberar pelo fim da greve”.
A colocação foi interpretada pelo Cpers como chantagem. “O governo tenta, de forma autoritária, condicionar o diálogo ao fim da greve”, dispara Rejane. Ela considera, ainda, que o convite para compor um grupo de trabalho com o governo é uma provocação. “Aquilo não é uma proposta, é uma provocação”, condena.
A presidente do Cpers, que é filiada ao PT, mesmo partido do governador Tarso Genro, não economiza críticas à administração estadual. “É a primeira vez que um governo não apresenta propostas para uma categoria que está em greve. Esse governo não tem capacidade política para dirimir os conflitos do Estado”, acusa.
Na prática, o Piratini nem considera que está ocorrendo uma greve no magistério gaúcho, já que a adesão de professores ao movimento é bastante baixa. A Secretaria de Educação diz que apenas 1,56% das escolas estaduais estão fechadas.
Rejane considera que é uma ironia o governo exigir o fim das paralisações para continuar as conversas. “O governo condiciona o diálogo ao fim de uma greve que ele mesmo diz que não existe”, aponta.
Diante desse panorama, o Cpers fará nova assembleia em frente ao Palácio Piratini, às 13h30min desta sexta-feira (2). “A categoria vai decidir que tipo de relação terá a partir de agora com o governo Tarso”, informa Rejane.
“Estou chocada”, desabafa secretária-adjunta de Educação
A secretária-adjunta de Educação, Maria Eulalia Nascimento (PT), conversou com o Sul21poucos minutos depois de receber de volta o ofício que havia sido encaminhado ao Cpers. Ela se disse “chocada” com a reação do sindicato.
“Estou chocada. Se a direção do Cpers acha que convidar ao diálogo é desrespeito, então não sei mais o que é negociação”, desabafou.
Ela reitera que o governo não tem condições de pagar o piso salarial imediatamente e que só não apresentou um calendário fixo para se chegar ao valor porque aguarda o reajuste que será dado pelo Ministério da Educação em janeiro. E assegura que as reformas do Ensino Médio continuarão sendo discutidas.
Maria Eulalia destaca que não há confronto entre o governo e os professores. “Estamos discutindo as propostas com a categoria, hoje (terça) mesmo reunimos mais de 500 profissionais”, informa, acrescentando que “não há situação de conflito no ensino público, o que existe é uma disposição da direção do Cpers de brigar consoco, é isso que está acontecendo”, resume.
A secretária-adjunta avalia que o sindicato nega sua própria história ao se recusar a compor um grupo de trabalho com o governo. De acordo com ela, muitas conquistas foram atingidas através desse tipo de negociação.
“A impressão que tenho é que a atual direção do Cpers não conhece a história do sindicato”, dispara Maria Eulália.
Confira a íntegra do documento que foi enviado pelo governo do Estado ao Cpers na tarde de terça-feira (29).
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