sábado, 28 de agosto de 2010

Um rio que segue para o mar

A Dilma não é um tsunami.
Dilma é o rio que segue para o mar

O Serra é um jenio



A Catanhêde, na pág. 2 da Folha (*) consegue resumir muito bem o sentimento que domina os tucanos (explícitos ou, como ela, dissimulados) em fuga.

Clique aqui para ver o vídeo inesquecível da “massa cheirosa”.

A Catanhêde considera que a Dilma é um tsunami.

No twitter, o Ancelmo do Globo, um especialista em bom-pracismo, disse o mesmo: um tsunami !

O tsunami são ondas gigantes de grande concentração de energia, provocadas por um deslocamento de água que ocorre após uma movimentação inesperada de placas tectônicas abaixo dos oceanos.

O tsunami costuma provocar catástrofes.

Uma catástrofe gigantesca, inesperada – é o que a Catanhêde quer dizer.

Catástrofe, a gente sabe qual é: é a que o jornal nacional mostra todos os dias (clique aqui para ler “O Pará e o Brasil não são o que o jn diz”)

Mas, “inesperada”, por quê ?

O Governo Lula é um sucesso e a popularidade dele, recordista desde o primeiro dia de Governo.

Promoveu a inclusão social, ampliou a classe média e assistiu os pobres.

Fez uma política externa que não tirou o sapato para os Estados Unidos.

A Dilma é a sua legítima sucessora: foi a CEO do Governo Lula.

O Serra é um nada.

Em 50 anos de vida pública não conseguiu produzir uma obra, uma ideia original.

Não tomou uma atitude de que se possa lembrar com admiração.

Como “inesperado”, se a oposição ficou ancorada em 2002 ?

A oposição se deixou imobilizar pela a vaidade do Fernando Henrique.

O Farol de Alexandria amarrou o PSDB na tarefa inglória de preservar seu Governo.

O Farol segurou a oposição na defesa de um Governo que quebrou o Brasil três vezes.

O Farol não deixou o PSDB produzir uma alternativa ao Governo Lula.

Porque obrigou o PSDB a pensar que a alternativa era ele – quando Lula fracasse e caísse num impeachment.

Enquanto o Farol cuidava de seu verbete nos livros de História, a oposição se deixou atropelar pela Classe C.

Enquanto bradava contra o “Bolsa Vagabundagem”, se encaminhava para a extrema direita, puxada pelos DEMOS e a nova carreira do César Maia, no plano nacional.

O Serra não conseguiu se livrar da maldita herança do neo-liberalismo do Farol.

Lula pendurou o FHC no pescoço do Serra e ali ficou.

O Sarney, o Itamar, o Collor – todos eles se submeteram ao voto popular, ao sair da Presidência.

Por que o Farol não se submeteu ?

Porque não tem voto.

Ele faz sucesso no PiG (**).

O Serra foi para a campanha sem temas: do Ministério do Acarajé ao Ministério do Cano.

Invadiu a Bolívia e subiu na garupa do Lula.

Até o Farol sabe que o Serra não formula nada: ele é um gerentão.

E um gerentão desastrado.

O Serra foge: não cumpre um mandato até o fim, para não ser julgado pelo que (não) fez.

O Serra foge para a frente.

Só que, agora, bye bye Serra forever.

E a Dilma não é um tsunami.

A Dilma é o rio que corre para mar.

Segue o curso traçado há muito tempo.

Com algumas cachoeiras e quedas d’água.

Mas, segue inexoravelmente o seu curso.

Desde Vargas.

Paulo Henrique Amorim

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.


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