Lição de Cidadania
Mauro Marques
O blog do mauro pergunta: qual a lição de cidadania que você quer, como exemplo para você mesmo?
Abaixo temos dois clipes, onde encontramos humanidade amorosa... construída com todos incluídos num mundo menos elitista, preconceituoso, autoritário e desigual?
Já não basta fazermos a leitura da realidade e dos saberes existentes em determinada comunidade, precisamos compreender como quem interpreta a nossa própria realidade, não há outra saída, creio, a qual não seja estar junto do povo, falar, dialogar, aceitar, meter a colher, mudar nosso modo de vê-los, deixar que nos ensinem e nos toquem, ah... esses pequenos monstrinhos. Fazer, não para teorizar em relatos de seminários, mas para mudar a nossa vida, muito mais que as da classe social dominante e que se diz, também, vítima. Pensando assim a pedagogia não é uma traição e a medicina não é um negócio. Claro, ela pode ser uma ferramenta de mudança desde que assim o façamos, ou melhor, desde que assim a entendemos, mas tudo isso exige disciplina e método dialético. Com toda certeza, o abismo nos espera, E nós, a quem esperamos? Um cavaleiro inexistente ou o último vôo do flamingo?
Quem sabe a esperança no homem e na mulher descobrindo que o amor não é paz, mas a contradição do outro e da outra em si mesmos reinvente a pedagogia da alegria e a medicina das cores, da música, da poesia, da dança. Homens e mulheres com esperança não se acabam, já estão tentando isso por aí.
E a mulher que é encantada por dentro, esperando uma filha, brotando um filho e florescendo ao sabor das marés, com novos sabores, refletindo a luz que se liberta da opressão, da ignorância, faz desaparecer a escravidão desumana.
A mim parece importante chamar a atenção para quantas e quantas vezes sucumbimos frente a falas destrutivas e desesperançadas, que nos fragmentam e nos implodem em pequeninos pedaços voadores, transformando em poeira nossas esperanças. Nas muitas e tantas vezes em que isto acontece, não o sabemos se ocorre por intenção deliberada ou por não sabermos pensar e sentir diferente. Guardamos silêncio para o enfrentamento final quando o bem vencerá definitivamente o mal. Eis o imobilismo na crença que haverá somente um combate e que todos os desgastes dos afrontamentos anteriores se dão sem razão. Ao assumir uma posição crítica e não lírica deixamos de assumir os defeitos e dificuldades dos outros para estabelecer parcerias razoáveis de comprometimento com a esperança, dentro de uma aceitação libertadora do outro em mim que retorna ao outro que está fora de mim.
Você é energizado de humanidade ao ver qual destes vídeos? Não por ingenuidade, mas por esperança! Não por ignorância, mas por saber que não existem governos, homens e mulheres perfeitos!
A esperança no homem e na mulher, independentemente da maneira como se manifesta e se diz pertencente e querendo a humanidade que nos habita, é permanentemente mobilizada para recriar as condições humanas de ser mais. E é esta palavra carregada com nossos desejos que aviva voltada para o humano que se quer sendo mais humana, recriadora das possibilidades e oportunidades que nos aproximam.
Sonhar esperança é pensar a vida com um chá refrescante de hortelã na xícara, em nossas mãos, quentinho e aconchegante, que necessita ser sorvido, tomado delicada e decisivamente, sem esperar que amorne ou esfrie. A esperança do chá está na sua delicadeza e na sua maneira diferente de observar e influir na vida, na saúde da existência, na ausência de agressões e resultados inflamados por fármacos tirânicos e imediatistas.
A receita antibiótica se revela eficaz para acabar com a fome porque acaba com o esfomeado, excluindo a vida ela recolhe a mão que ampara e ajuda. Antes das receitas está o amor capaz de nos aliviar aos poucos um pouco mais, antes que o tempo veloz nos engula e nos impeça de estarmos juntos, novamente, descobrindo que o amor não é paz, mas a contradição do outro e da outra em mim mesmo. Assim, na diversidade, deveríamos ajudar o mundo a mudar.
Quem está ajudando o mundo a mudar? Quem está cuidando apenas do umbigo?
Nos dois vídeos acima, quem está lutando por uma humanidade amorosa... construída com todos incluídos num mundo menos elitista, preconceituoso, autoritário e desigual?
Alguns dias atrás, uma colega de muitos anos já passados, me encontrou no facebook e postou um comentário sobre o cabeçalho do blog do mauro e o desejo por uma humanidade amorosa (hum... era tudo que eu queria.), e o que eu quero? O que tenho feito além de choromingar insatisfeito e algumas vezes revoltado contra os políticos corruptos? São todos e todas assim, como as mídias (incorruptas... rsrsrsrsrs) nos mostram? Eu mesmo nunca me acomodei ou deixei pra lá ou pra cá uma putrefação moral, na troca por um favorzinho latente? Ou por não querer me desacomodar de alguma posição favorável? Quem mede o tamanho da corrupção? Quem mede o tamanho da mentira? Ou será que nos acostumaram (nós deixamos?) a reclamar dos políticos e assim não enxergarmos o próprio umbigo? Todos temos umbigo, ou não?
Eu da minha parte retomo um exemplo de agente político, numa luta próxima dos portoalegrenses, já vimos esse vídeo, eu sei, mas gosto de rever e mostrar as boas lutas, as boas lutadoras e os lutadores bons. Não por ingenuidade, mas por esperança! Não por ignorância, mas por saber que não existem governos, homens e mulheres perfeitos!
Morro Santa Teresa - Verª Sofia Cavedon from Com a Câmara na Cidade on Vimeo.
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