A aposta do PT para voltar a governar Porto Alegre
O PT apresentou nesta terça-feira (3), em um almoço realizado no restaurante Copacabana, o projeto dos “Diálogos com Porto Alegre” que pretende ouvir a cidadania e buscar elementos que auxiliem na construção do programa do partido para a capital gaúcha nas eleições municipais deste ano. A iniciativa reedita a fórmula usada pela campanha vitoriosa de Tarso Genro nas eleições estaduais de 2010. Como fez naquela ocasião, com os Diálogos com o Rio Grande, o PT realizará nos próximos meses uma série de encontros e debates com diferentes setores da cidade para discutir propostas e alternativas aos problemas da cidade. “Queremos ouvir a cidade. Será um momento de escuta, engajamento e mobilização”, resumiu o pré-candidato do partido à prefeitura, Adão Villaverde.
O ato de lançamento do projeto lotou duas salas do restaurante e contou com a presença de representantes do PR, do PSC e do PSD. Além de vereadores e deputados do PT, estavam presentes os vereadores Tony Proença (PLP), Tarciso Flecha Negra (PSD) Bernardino Vendrusculo (PSD) e José Freitas (PRB). Também participaram do encontro o ator Ze Victor Castiel, o músico Nelson Coelho de Castro e os escritores Tabajara Ruas e Luis Augusto Fischer. Três ex-prefeitos de Porto Alegre participaram do ato: Tarso Genro (hoje governador do Estado), Raul Pont e João Verle.
O PT terá uma dura tarefa em Porto Alegre nas eleições municipais deste ano. Ao contrário do que aconteceu nas eleições anteriores, desta vez, segundo as primeiras pesquisas, o partido larga em terceiro lugar na disputa, atrás do atual prefeito José Fortunati (PDT) e da deputada federal Manuela D’Ávila (PCdoB). Para recuperar o terreno perdido, o PT pretende mobilizar a comunidade e sua militância na discussão do programa de governo. “Essa é uma determinação da direção estadual do partido para todas as cidades do Estado”, anunciou Raul Pont, deputado estadual e presidente do PT gaúcho.
Para Tarso Genro, essa é uma oportunidade para fazer uma crítica da cidade. “É hora de debatermos onde o processo de globalização levou nossas cidades e em que situação nos encontramos. Mas, acima de tudo, é hora de responder á seguinte questão: qual é o passo que queremos dar para Porto Alegre? Quem responder essa questão terá condições de galvanizar apoio social e político”, disse Tarso. O governador também falou em “reconstruir a cultura política” de uma cidade que se tornou conhecida internacionalmente pela democracia participativa e pelo Fórum Social Mundial.
Já o pré-candidato Adão Villaverde apresentou três eixos fundamentais que devem nortear a construção do programa do partido para a cidade. Em primeiro lugar, um conjunto de “fortes e estratégicas intervenções urbanas” que preparem Porto Alegre para as próximas três, quatro décadas. Em segundo, um debate sobre a reterritorialização da cidade para, entre outras coisas, levar os serviços públicos da prefeitura para comunidades que hoje não são atendidas por eles. E, em terceiro, repensar a vocação econômica da cidade. “Porto Alegre hoje é uma cidade de serviços. A alta tecnologia, as indústrias de software e microeletrônica podem vir a ser um elemento estruturador de uma nova vocação para a cidade”, disse Villaverde.
O processo dos Diálogos com Porto Alegre culminará com uma proposta de programa para a cidade que será apresentado em um grande evento público em data ainda a ser definida.
Foto: PT-POA
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