Inflação despenca. Cadê os urubólogos?
Por Altamiro Borges
Quando o Banco Central iniciou a trajetória de queda nas taxas básicas de juros, Mirian Leitão, Carlos Alberto Sardenberg e outros “especialistas” em economia alertaram que a inflação iria explodir. O tom apocalíptico recrudesceu ainda mais quando o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal decidiram cortar drasticamente os seus juros. A mídia rentista anteviu o fim do mundo.
Nesta semana, porém, a mesma mídia foi obrigada a noticiar que a inflação anual caiu para 4,99%. Ela, porém, não fez qualquer autocrítica de suas previsões estapafúrdias. A mídia rentista adora criticar os outros, mas não tem qualquer senso autocrítico. Os urubólogos de plantão, muitos deles vinculados ao capital financeiro, não fazem previsões. Na verdade, eles defendem os interesses dos banqueiros!
Segundo o IBGE, o IPCA, índice oficial de inflação, subiu 0,36% em maio. Ficou abaixo das previsões dos agiotas do mercado e foi inferior à taxa de abril (0,64%). A taxa acumulada no ano atingiu 4,99%, a mais baixa desde setembro de 2010. A queda já é efeito da retração da economia nativa, decorrente da crise capitalista mundial, e confirma o acerto do governo ao reduzir a taxa Selic.
A nova queda da inflação abre caminho para o BC reduzir ainda mais os juros – bem ao contrário do que os urubólogos da mídia projetavam. O ideal seria que o governo também tivesse ousadia para enfrentar a maldição do superávit primário – o nome fictício da reserva de caixa dos banqueiros – e a libertinagem na política cambial. Aí é que os urubólogos teriam um enfarto! Leitão e Sardenberg perderiam a pose!
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