Coerência é uma qualidade nem sempre admirável. No caso da Rede Globo, o esforço em reescrever a história do Brasil tem se mostrado uma prioridade. Por repetidas vezes, a emissora usou a tática de apagar passagens, eventos e personagens fundamentais da Nação. Não satisfeita, agora quer recontar a história da humanidade. Pois, se depender da Velha Senhora, as Olimpíadas de Londres não serão realizadas.
É uma maratona de omissões. E, segurando a tocha das trevas, à frente de um pelotão de profissionais constrangidos, impera Galvão Bueno. No jogo deste domingo (03), contra o México, não foi diferente.
É um teste de resistência e concentração. Como cobrir os preparativos do time de futebol olímpico sem dizer isso ao público? Simples: menosprezando a inteligência dos telespectadores. Pior: o time brasileiro em campo era justamente o olímpico, contra uma seleção aberta do México (ou seja, que está sendo preparada para Copa do Mundo).
Para quem escondeu da população as Diretas Já, os abusos da ditadura militar, os desmandos e malfeitos de Fernando Collor, a ascensão de Lula ao poder, chega a ser um estimulante desafio passar a borracha no maior evento esportivo do planeta.
Eles treinaram bastante no ano passado, riscando do mapa mundi os Jogos Pan-americanos. Se a Globo não deu, não aconteceu, acham esses presunçosos donos da verdade.
O desrespeito com nossos atletas não é maior do que o descaso com que sempre trataram a democracia e todo o povo brasileiro. Parece até que vivem disso, de varrer para debaixo do tapete dos palácios as grandes lutas e conquistas nacionais. E daí, se está todo mundo vendo? A Globo não liga pra você.
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