Fidel desmente os coveiros da mídia
Foto: Alex Castro |
Fidel Castro, o líder da revolução cubana, está com 86 anos de idade e apresenta sinais naturais de fragilidade. Como todo ser humano, ele vai morrer. Mas chama a atenção a torcida da mídia burguesa pelo seu falecimento. É uma coisa sádica, desumana, repugnante. Na semana passada, ela voltou a soltar rojões com a falsa notícia sobre a morte do líder cubano. Alguns “calunistas” da mídia colonizada do Brasil não esconderam a sua alegria – o mesmo sentimento mórbido expresso com as doenças de Hugo Chávez, Dilma Rousseff e Lula.
Eles se basearam em informações do “blogueiro” Nelson Bocaranda – o mesmo que havia previsto a morte de Hugo Chávez antes das eleições de 7 de outubro e que expôs ao ridículo “calunistas” do mundo inteiro, como o “imortal” Merval Pereira. Em seu blog, o falso jornalista – que muitos afirmam ser um agente da CIA que produz factóides para desestabilizar governos progressistas da América Latina – garantiu que Fidel Castro teve “morte cerebral” e que o governo cubano estava escondendo a notícia temendo tumultos na ilha.
Ontem, no sítio CubaDebate, o próprio Fidel Castro aproveitou para tirar um sarro dos coveiros do império e da mídia – que ele batiza, de maneira sarcástica, de “galinheiro da propaganda imperialista”. Reproduzo o seu texto na íntegra:
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Fidel Castro está agonizando
Bastou uma mensagem aos formandos do primeiro curso do Instituto de Ciências Médicas “Victoria de Girón”, para que o galinheiro da propaganda imperialista se alvoroçasse e as agências informativas se lançassem com infâmia voraz para as mentiras. Não só isso, mas em suas notícias adicionaram ao paciente as mais absurdas estupidezes.
O jornal ABC da Espanha publicou que um médico venezuelano radicado em ninguém sabe onde, revelou que Castro sofreu um derrame na artéria cerebral direita, “posso dizer que não voltaremos a vê-lo publicamente”. O suposto médico, que se é abandonaria primeiro seus próprios compatriotas, qualificou o estado de saúde de Castro como “muito perto do estado neurovegetal”.
Apesar de muitas pessoas no mundo serem enganadas pelos meios de comunicação de massa – quase todos em mãos dos privilegiados e ricos, que publicam estupidezes – os povos acreditam cada vez menos neles. Ninguém gosta de ser enganado; até o mais incorrigível mentiroso espera que lhe digam a verdade. Todo mundo acreditou, em abril de 1961, nas informações publicadas pelas agências de notícias, que os invasores mercenários de Girón ou Baía dos Porcos, como queiram chamar, estavam chegando a Havana, quando na realidade alguns deles tentavam chegar infrutiferamente em botes até os navios de guerra ianques que os escoltavam.
Os povos aprendem e a resistência cresce diante da crise capitalista que se repete cada vez com maior frequência; nenhuma mentira, repressão ou armas novas poderão impedir a queda de um sistema de produção crescentemente desigual e injusto.
Há alguns dias, perto do 50º aniversário da “Crise de outubro”, as agências indicaram três culpados; Kennedy, um recém-chegado à liderança do império, Khruchev e Castro. Cuba não tinha nada a ver com armas nucleares, nem com a matança desnecessária de Hiroshima e Nagasaki, perpetrada pelo presidente dos Estados Unidos, Harry S. Truman, que instituiu a tirania das armas nucleares. Cuba defendia seu direito à independência e à justiça social.
Quando aceitamos a ajuda soviética de armas, petróleo, alimentos e outros recursos, foi para nos defender dos planos ianques de invadir a nossa Pátria, submetida a uma suja e sangrenta guerra que este país capitalista nos impôs desde os primeiros meses, ao custo de milhares de vidas e mutilados cubanos.
Quando Khruchev propôs instalar mísseis de médio alcance semelhantes aos que os Estados Unidos tinham na Turquia – ainda mais perto da URSS que Cuba dos Estados Unidos – como uma necessidade solidária, Cuba não vacilou em aceitar tal risco. Nossa conduta foi eticamente irrepreensível. Nunca pediremos desculpa a ninguém pelo que fizemos. O certo é que transcorreu meio século e ainda continuamos de cabeça erguida.
Gosto de escrever e escrevo; gosto de estudar e estudo. Há muitas tarefas na área dos conhecimentos. Nunca as ciências, por exemplo, avançaram em tão surpreendente velocidade.
Deixei de publicar as Reflexões porque certamente não é meu papel ocupar as páginas da nossa imprensa, consagrada a outras tarefas de que o país precisa.
Aves de mau agouro! Não lembro sequer o que é uma dor de cabeça. Como evidência de quão mentirosos são, os presenteio com as fotos que acompanham este artigo.
Fidel Castro Ruz
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