domingo, 1 de maio de 2011

a singela homenagem do OProfessor e baitasar a um dos grandes do século XX

É preciso dar nome à verdade.
Sabato, o jornalismo e a tortura



Sabato entrega o Nunca Mais ao presidente Alfonsín. Que inveja !

A Folha (*), matriz ideológica da “ditabranda”, considera Sabato um autor menor.

Leia na pág. A6 as provincianas observações, que se referem a Sabato como um autor “popular”.

Como se sabe, Sabato é autor de algumas obras-primas (nada que se compare à obra extensa e impopular do Otavinho), como “O Túnel”, elogiado por Thomas Mann e Albert Camus.

(Mann e Camus, autores igualmente menores, diante da cordilheira que é a obra do Otavinho.)
Porém, o que fez de Sabato “popular” foi o “intelectual engajado”, que ele próprio reverenciou em palestra em homenagem a jornalistas, e republicada no jornal El País, da Espanha (convém, sempre, amigo navegante, fugir da reduzida profundidade com que o PiG (**) trata de assuntos e personalidades relevantes): “ … y otros genios de la talla de Camus, Hemingway, Malraux, Sartre, Simone Weil, y el propio Gandhi que, desde las columnas de un humilde y precario periódico alentó su revolución espiritual, el verdadero despertar del alma de su pueblo sometido.”


http://www.elpais.com/articulo/sociedad/Hay/nombrar/verdad/elpepucul/20020510elpepisoc_12/Tes

Sabato foi comunista.

Largou o partido antes de chegar a Moscou, numa viagem do Partido, “porque a dialética se aplicava aos fatos do espírito e , não, aos da natureza; de modo que o ‘materialismo dialético’ era uma contradição.”

Apoiou o golpe militar de 1976 que depôs Isabelita Perón e, depois de um encontro com o primeiro general ditador, Videla, o considerou “um homem culto, modesto e inteligente”.

(Videla foi devidamente condenado a duas prisões perpétuas, na Argentina. Aqui, estaria no shopping center com o netinho.)

Sabato começou a romper com o regime militar quando se instalou a censura.

O primeiro presidente civil, Raúl Alfonsín, pediu que Sabato dirigisse a CONADEP, a Comissão da Verdade, ou Comisión Nacional de Desaparición de Personas, que investigou os crimes do regime militar.

Foi quando Sabato desceu aos infernos, disse ele.

O prefácio da obra “Nunca Mais”, inventário dos crimes do regime militar, talvez seja a mais duradoura obra desse autor “menor”.

Do “Nunca Mais” saíram provas que ajudaram a encarcerar os torturadores, sequestradores e mandantes do regime militar.

O próprio Alfonsín e, sobretudo Menem, o FHC dos argentinos, tentaram aplicar uma Lei da Anistia que anistiava os torturadores – “vamos olhar para a frente”, “o que passou passou”, “em nome da conciliação nacional”, eram o os argumentos.

Mas, o grande presidente Nestor Kirchner – leia “O Duhalde que falta ao Brasil. Viva a Argentina !” – criou as condições políticas para que a Justiça e o Congresso retirassem a alma argentina dos porões do inferno e o país deixasse de ser o que o Brasil se candidata a ser: um pária.

O Conversa Afiada se permite oferecer ao amigo navegante, neste domingo beato, com a sacralização a bordo de um trem-bala de João Paulo II, leitura de trechos de palestra que Sabato fez para jornalistas que recebiam o Premio Ortega y Gasset.

Acompanhe, amigo navegante, como Sabato desmonta o PiG (**) e o culto do pensamento único; e conclama os intelectuais (e jornalistas) a “nomear a verdade”.

O que faz esse ansioso blogueiro se perguntar:

Por que romancistas brasileiros, da direita ou da esquerda, no velório do salão do Club Atlético Defensores de Santos Lugares, o bairro em que Sabato morava, não se reúnem, em silêncio, de dentro do túnel dos infernos do regime militar brasileiro, para exigir o fim da Anistia aos torturadores brasileiros.

Paulo Coelho. Ferreira Gullar. Milton Hatoum. Rubem Fonseca. Patricia Melo. Ana Maria Machado. Lygia Fagundes Teles. Nélida Piñon. João Ubaldo Ribeiro. Chico. Inácio de Loyola Brandão. Sergio Sant’Anna. Suassuna. Ana Miranda. Cony. Sarney.

Sabato, um autor “menor”, com vocês:


Sucede que, ante determinados acontecimientos, todo intelectual auténtico debe postergar su obra personal en favor de la obra común, poniendo su voz al servicio de los hombres, para ayudarlos a construir una nueva fe, una débil pero genuina esperanza. Entonces, en el vertiginoso suceder de los acontecimientos, la palabra que surge en respuesta logra evadir su destino fugaz y perecedero.


En este sentido, quienes trabajamos con la palabra, escritores, filósofos, periodistas, pensadores, y quienes a través de sus imágenes hacen oír el clamor de tantas voces silenciadas, todos nosotros, digo, más que una función pedagógica, tenemos un deber ético con las sociedades. Debemos restaurar el sentido de las grandes palabras deterioradas por aquellos que intentan imponer un discurso único e irrevocable.



Los revolucionarios avances tecnológicos han acrecentado la enorme influencia que el periodismo, y los medios de comunicación en general, poseen sobre la conciencia de la gente. Sin duda son actualmente uno de los principales formadores.


Por la magnitud de su alcance, este poder es a veces utilizado por quienes pretenden perpetuar la hegemonía de un modelo único, sin alternativa. Imponiéndonos el yugo de una obscena globalización que justifica el sufrimiento de millones de hombres y mujeres, a la vez que nos relegan en una sensación de impotencia perpetua e inevitable.


La sociedad está a tal punto golpeada por la injusticia y el dolor; su espíritu ha sido corroído tan a menudo por la impunidad, que se vuelve casi imposible la transmisión de valores a las nuevas generaciones. Sin embargo, la enorme posibilidad de modificar el aciago rumbo que venimos llevando se halla presente en el alcance ilimitado que los medios de comunicación poseen sobre la formación de conciencia de niños, hombres y mujeres.


Es ésta una gran misión que puede llevar a cabo el verdadero periodismo, como lo está demostrando cada vez que con peligro y en situaciones de precariedad nos ha acercado a lo que acontece en el mundo. En todas sus manifestaciones, la actividad periodística debe consagrarse en un compromiso ético que responda al desgarro de miles de hombres y mujeres, cuyas vidas han sido reducidas al silencio a través de las armas, la violencia y la exclusión social.



(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

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