segunda-feira, 7 de novembro de 2011

"Me obrigaram a remover meu solo e isso me fez muito mais socialista do que antes”.


Mujica faz conferência nesta terça em Porto Alegre


O presidente do Uruguai, José ‘Pepe’ Mujica, fará uma conferência nesta terça-feira, a partir das 19 horas, no plenário 20 de setembro, da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. A atividade faz parte da programação do “Destinos e Ações para o Rio Grande”, uma parceria entre a Assembleia Legislativa e a Câmara dos Deputados. Antes da conferência, Mujica receberá a Medalha do Mérito Farroupilha, distinção máxima outorgada pelo Parlamento gaúcho. O presidente uruguaio estará em Porto Alegre nos dias 8 e 9, cumprindo agendas culturais e políticas com o governador Tarso Genro e o presidente da Assembleia, Adão Villaverde.

Mujica é uma das principais lideranças políticas da esquerda latino-americana. Mas, antes de tudo, é um homem simples, luminoso e extraordinário. Junto com outros dirigentes do Movimento de Libertação Nacional – Tuparamos, passou mais de doze anos preso em quarteis uruguaios durante a ditadura militar. Durante dois destes doze anos ficou praticamente enterrado vivo, no fundo de um poço. Em uma entrevista concedida ao semanário Brecha, Mujica descreveu assim essa experiência:

“Pode parecer uma monstruosidade o que vou dizer, mas dou graças à vida por tudo o que vivi; se eu não tivesse passado por estes anos e aprendido o ofício de galopar para dentro de mim mesmo, teria perdido o melhor de mim mesmo. Me obrigaram a remover meu solo e isso me fez muito mais socialista do que antes”.

Saiu da prisão, do buraco, voltou à militância política e foi senador, ministro e, agora, presidente. É uma voz a ser ouvida, um exemplo de vida digna e corajosa, um militante, na sua definição:

“Que seria deste mundo sem militantes? Como seria a condição humana se não houvesse militantes? Não porque os militantes sejam perfeitos, porque tenham sempre a razão, porque sejam super homens e não se equivoquem. Não é isso. É que os militantes não vem para buscar o seu, vem entregar a alma por um punhado de sonhos. Ao fim e ao cabo, o progresso da condição humana depende fundamentalmente que exista gente que se sinta feliz em gastar sua vida ao serviço do progresso humano. Ser militante não é carregar uma cruz de sacrifício. É viver a glória interior de lutar pela liberdade em seu sentido transcendente”.

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