Foto-legenda:
Diário Gauche
Fotografia prenhe de significados. Para mim, a grande e melhor fotografia do ano de 2011. Lamento desconhecer o autor.
Na linha do que diz Barthes - 'uma fotografia será considerada fala exatamente como um artigo de jornal' -, quero comentar essa foto.
Lembra o mito platônico da caverna, o príncipe Charles - o parasita-hominídeo mais célebre e longevo do mundo - insiste em olhar para trás, para a saudosa caverna escura (o tanto que éramos felizes, ali, mamãe!), para os privilégios das monarquias, no tempo em que os bichos falavam e os monarcas de sangue azul tinham poder real.
Outra leitura: como a banca anexou a política, colonizando-a ao reino da economia, a República se confunde com a realeza de aparência. O presidente, uma representação da República, na foto, está subsumido à inutilidade da monarquia britânica. Obama é um peão – consciente - das corporações e da banca.
Os personagens, patetas sob a ação inclemente da natureza (o vento), indecisos, entregues à própria insignificância simbólica, são como as figuras de Bosch, à espera de que as piores suspeitas se realizem, enfim.
A cena é a de um teatro onde não cabem mais falas, quando, finalmente, todos inexoravelmente conhecem o seu destino trágico. A atmosfera é a de uma resignação perturbada, mas voluntária.
[Nas próximas semanas será oficializado: o PIB do Brasil ultrapassa o PIB da Grã-Bretanha, já somos a sexta maior economia do mundo conhecido. O império britânico, onde outrora o sol nunca se punha, das glórias inenarráveis, e feitos heróicos, se verga diante de um "país de botocudos selvagens, iletrados e gentinha de quinta classe". Agora, de fato, devemos admitir, a caverna era aconchegante, segura, e onde éramos felizes, mamãe!]
Diário Gauche
Fotografia prenhe de significados. Para mim, a grande e melhor fotografia do ano de 2011. Lamento desconhecer o autor.
Na linha do que diz Barthes - 'uma fotografia será considerada fala exatamente como um artigo de jornal' -, quero comentar essa foto.
Lembra o mito platônico da caverna, o príncipe Charles - o parasita-hominídeo mais célebre e longevo do mundo - insiste em olhar para trás, para a saudosa caverna escura (o tanto que éramos felizes, ali, mamãe!), para os privilégios das monarquias, no tempo em que os bichos falavam e os monarcas de sangue azul tinham poder real.
Outra leitura: como a banca anexou a política, colonizando-a ao reino da economia, a República se confunde com a realeza de aparência. O presidente, uma representação da República, na foto, está subsumido à inutilidade da monarquia britânica. Obama é um peão – consciente - das corporações e da banca.
Os personagens, patetas sob a ação inclemente da natureza (o vento), indecisos, entregues à própria insignificância simbólica, são como as figuras de Bosch, à espera de que as piores suspeitas se realizem, enfim.
A cena é a de um teatro onde não cabem mais falas, quando, finalmente, todos inexoravelmente conhecem o seu destino trágico. A atmosfera é a de uma resignação perturbada, mas voluntária.
[Nas próximas semanas será oficializado: o PIB do Brasil ultrapassa o PIB da Grã-Bretanha, já somos a sexta maior economia do mundo conhecido. O império britânico, onde outrora o sol nunca se punha, das glórias inenarráveis, e feitos heróicos, se verga diante de um "país de botocudos selvagens, iletrados e gentinha de quinta classe". Agora, de fato, devemos admitir, a caverna era aconchegante, segura, e onde éramos felizes, mamãe!]
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