Marta e o BBB.
O PT tem medo da Globo
Conversa Afiada
A senadora Marta Suplicy do PT de São Paulo escreveu importante artigo na pág. 2 da Folha (*) sobre o Big Brothel Brasil.
Importante pelo que diz e o que não diz.
O amor é lindo
Coloque um monte de jovens -homens e mulheres- com pouca roupa, jogos e brincadeiras que propiciem tensão e esfrega-esfrega, menos camas do que participantes (esta eu achei incrível!), muita bebida, diversão suficiente para descontrair, intrigas para algum suspense e você tem o “BBB”. Acrescente uma busca e seleção de personagens em escala nacional com promoção de mídia, todos com perfil para o enredo ter o mix mais picante e consegue-se a garantia de boa audiência, um pornô palatável, pois os que gostam se deliciam e os que desprezam passam longe e não criam confusão.
Até que das redes sociais ouvimos um grito de protesto. Este, agora, seguido por várias instituições que exigem apuração e questionam os procedimentos no programa. Duas novidades importantes: as redes sociais fizeram diferença e a questão da violência contra a mulher entrou na pauta!
A falta de intimidade, as dificuldades nos relacionamentos ditadas pela competitividade, o estresse, o cotidiano das cidades, a ruptura de laços familiares, tudo colaborou para uma enorme vontade de pertencer, saber mais (de longe) sobre o outro. Acrescente a curiosidade gerada por este mundo novo, fruto das mudanças dos anos 60, e dá para entender o surgimento do “An American Family”, no ano de 1973, que precedeu as variações que hoje temos. Falou-se então de divórcio e homossexualidade.
O desejo por mais adrenalina, a exploração cada vez maior da sexualidade, o prazer sádico, as alternativas pobres de entretenimento, somadas à contínua tensão deste mundo globalizado, onde cada vez mais cada um é mais por si e sozinho, levaram ao que temos hoje.
Não teríamos coisas mais interessantes do que estarmos aqui discutindo esse programa? Creio que sim. Mas o suposto estupro -negado pelos participantes do “BBB”, assim como foi ignorada pelos editores a vulnerabilidade da moça alcoolizada-, além de desencadear uma discussão sobre a adequação e a ética dos responsáveis pelo “BBB”, trouxe visibilidade a uma forma de violência pouco denunciada e que defendo revisão.
Há meses, apresentei um projeto de lei ao Senado que recria o tipo penal do “atentado violento ao pudor”. Isso porque depois de uma mudança de lei, em 2009, passou-se a considerar também como estupro atos libidinosos.
As condenações por tais atos diminuíram em virtude de os juízes ficarem constrangidos em dar penas tão severas por ato que consideram não tão grave quanto o estupro. O novo projeto mantém a pena de reclusão de seis a dez anos, em caso de estupro, e pena de dois a seis anos de reclusão, quando ocorrer o atentado violento ao pudor.
O amor é lindo, como disse Pedro Bial olhando a movimentação debaixo do edredom. Mas passa longe do “BBB”.
MARTA SUPLICY
NAVALHA
A senadora não entra na área.
Para antes do edredom.
De fato, ela observa que “a safadeza subedredônica”- como diz o Edu – provocou “ uma discussão sobre a adequação e a ética dos responsáveis pelo “BBB”.
Mas, em lugar de discutir a ética dos responsáveis pelo BBB, a Senadora defende um projeto de sua autoria no Senado.
Muito louvável a iniciativa da legisladora.
Lamentável é a sua omissão.
Diante da Globo, ela também foge, como fugiu o Bernardo, pela enésima vez, ao dizer que não tem nada com isso e, portanto, com a preservação dos princípios constitucionais, aqueles a que se referiu o Fernando Brito, do Tijolaço, e, depois, o Ministério Público, como revelou o Nassif.
Quando prefeita de São Paulo, a senadora batizou uma avenida de nome lindo – Águas Espraiadas – de Avenida “Jornalista (sic) Roberto Marinho” !
Na verdade, a Avenida do “jornalista” se embrica com a ponte do “Seu Frias” – aí, já uma obra do prefeito (sic) Padim Pade Cerra.
Ou seja, a cidade de São Paulo foi irremediavelmente invadida pelo PiG (**).
São Paulo é a única metrópole brasileira que não tem uma avenida “Getúlio Vargas”.
Como provavelmente não terá uma “Lula da Silva”.
Porque, como se sabe, São Paulo venceu a Guerra da Secessão de 1932.
O PT tem medo da Globo.
PT homem e mulher.
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
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