Ricardo, o Lula manda na Dilma ?
Conversa Afiada
Ninguém conhece mais a Dilma do que o Lula
Essa foi a primeira pergunta que o ansioso blogueiro fez a Ricardo Batista Amaral, autor do excelente livro “A vida quer é coragem – a trajetória de Dilma Rousseff, a primeira presidenta do Brasil”, editado pela Primeira Pessoa.
A entrevista vai ao ar nesta terça-feira, às 22h15, na Record News, depois do programa do Heródoto Barbeiro.
O livro conta a história da Presidenta desde infância, em que sobressai a figura fascinante de Pedro Rousseff, o pai búlgaro que a ensinou a ler na infância Emile Zola e Dostoievski – e a lutar pela justiça social.
E a quem a filha dedica admiração que se percebe nas vírgulas.
Tem a Dilma guerrilheira – da Polop, Colina e VAR-Palmares, onde se forma para entrar no PDT e, depois, no PT.
(Ela não participou do roubo do cofre do Ademar, nem tramou o sequestro do Delfim, tal como concebido pela peça de ficção da Folha (*).)
Dilma foi torturada por 20 dias seguidos.
Imagine qualquer tipo de tortura – que ela própria descreve no livro, em letras fortes e chocantes, em entrevista extraída do livro “Mulheres que foram à luta armada”, de Luiz Maklouf.
(Amaral acredita que, de tão expressiva, aguda, jamais a Presidenta voltaria a dar uma entrevista igual.)
Clique aqui para ler “Como Dilma vai entrar para a História. Com uma foto”
Ricardo Amaral não entrevistou Dilma para o livro.
Valeu-se da experiência de respeitado jornalista político de Belo Horizonte e Brasília que trabalhou na campanha, ao lado da atual Ministra Helena Chagas, e dos depoimentos dos que trabalharam e militaram com ela, desde a clandestinidade política.
Não é uma biografia autorizada.
Nem um livro de proselitismo, partidário.
É um jornalista objetivo, daqueles que, um dia, habitaram o PiG (**).
Amaral conta que a foto que está na contra-capa do livro e, na opinião deste ansioso blogueiro, é o perfil inteiro da Dilma que vai para a História, foi a própria Dilma quem deu de presente ao ex-marido e para sempre amigo, Carlos Araújo.
Porque Dilma não abriu o bico sob tortura, Araújo não caiu.
“Lealdade” – essa é de todas as virtudes, a que a Dilma mais venera.
Dilma não entregou ninguém.
E não se arrepende do que fez na juventude.
Ela sempre teve um lado.
Ela está do lado em que o pai, Pedro, lhe ensinou a ficar.
E está lá, até hoje.
Amaral conta que Lula se encantou com o talento da jovem economista mineiro-gaúcha com a crise do Apagão, que desmoralizou a suposta eficiência dos governos tucanos.
Dilma, secretária de Energia do Rio Grande do Sul, em pleno Apagão tucano, aumentou a produção de energia do Rio Grande e conseguiu escapar do racionamento.
O Lula recém eleito temia um novo Apagão.
Dilma resolveu o problema.
Quando veio a crise do mensalão que derrubou José Dirceu, a quem Lula poderia recorrer, para evitar um novo apagão, político ?
À Dilma.
Ainda no primeiro mandato, numa conversa com Olívio Dutra, governador do Rio Grande do Sul e chefe da Secretária Dilma, pela primeira vez Lula deu a entender que Dilma seria a sucessora.
Nunca, em nenhum momento, Lula disse a Dilma que ela era a escolhida.
Ele criou o fato consumado.
E ela foi em frente.
Quando surgiu o câncer, Dilma, lealmente, perguntou a Lula se queria ir em frente.
Ele foi em frente.
Durante a campanha, este ansioso blog disse que Dilma é Lula, e Dilma é Dilma.
Ricardo, o Lula manda na Dilma ?
A relação entre eles é de lealdade, ele disse.
Ninguém conhece mais a Dilma do que o Lula.
E ele sabe.
Ninguém manda na Dilma – foi a resposta.
Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
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