quarta-feira, 7 de março de 2012

Salário-mínimo Regional no RS é R$ 700


Aumento de salário-mínimo regional no RS agrada CUT, mas incomoda empresariado

Samir Oliveira no SUL 21
A Assembleia Legislativa aprovou na terça-feira (6) por unanimidade um reajuste de 14,75% para o salário-mínimo gaúcho. Negociado pelo governo do Estado, o aumento representa cerca de 90 reais a mais na primeira categoria do piso, que passa a ser R$ 700, e 98 na última faixa, que será de R$ 761.
Todos os anos, quando é reajustado, o salário-mínimo regional pauta o debate entre trabalhadores e empresários. Enquanto as centrais sindicais entendem que é preciso valorizar essa remuneração, as federações empresariais defendem o fim do piso gaúcho.
Para o economista André Azevedo, da Federasul, o reajuste de 14,75% é visto “com o pior olhar possível”, pois ficou bem acima dos 6,5% de variação da inflação.
Ele sustenta que uma valorização excessiva do piso gaúcho torna o Estado menos competitivo. “Reduz a competitividade das empresas que atuam no Estado e tem uma consequência econômica negativa. Boa parte dos trabalhadores poderá ser demitida ou ir para o sub-emprego, pois as pequenas e médias empresas não têm cacife para arcar com um aumento tão grande”, explica.
O economista lembra que a criação de um saláio-mínimo regional surgiu quando o piso nacional era muito baixo, mas não se justifica mais hoje em dia. “Nos últimos 15 anos o piso nacional quase triplicou em termos reais. A principal razão para a existência de um mínimo regional deixou de existir”, avalia.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores no Rio Grande do Sul (CUT-RS), Celso Woyciechowski, critica a postura “conservadora” dos empresários e alega que uma valorização do mínimo regional impulsiona a economia gaúcha. “A unanimidade na aprovação mostra que essa é uma política acertada. A roda da economia só irá girar de forma mais rápida se o trabalhador tiver renda”, argumenta.
O sindicalista defende a criação de um mecanismo fixo para o reajuste do piso regional, o que eliminaria a necessidade de negociações todos os anos com o governo gaúcho. Celso também rebate a tese de que os trabalhadores ficariam desempregados por conta de um aumento muito grande. “É um argumento altamente conservador e ideológico, que não vem se sustentando ao longo dos anos. A micro empresa é o setor que mais gera emprego e postos formais. Costumam, inclusive, pagar mais que o piso regional”, informa.

Nenhum comentário: