Militares sequestraram bebês. Falta um Duhalde ao Brasil.
O romancista, contista, tradutor e meu querido amigo Eric Nepomuceno fez no Valor desta sexta-feira, na pág. 24 de seu suplemento, imperdível entrevista com Eduardo Luis Duhalde, juiz federal que o grande presidente Néstor Kirchner nomeou Secretario Nacional de Direitos Humanos da Argentina.
Kirchner deu a Duhalde uma tarefa muito clara:
Sepultar as leis de “Obediência devida” e “Ponto Final”, que correspondiam à Lei da Anistia brasileira, a que anistiou os torturadores e terroristas (Clique aqui e aqui para ler as duas reportagens de Chico Otávio, no Globo, sobre o atentado ao Riocentro e do regime militar.
Duhalde sepultou as duas.
E botou os militares torturadores, sequestradores de bebês e militares terroristas na cadeia.
Eles e seus mandantes.
Enfrentar e esclarecer os horrores ou olhar para frente ?
Diz Duhalde: “ Para mim, uma coisa não impede a outra, mas se complementa. Foi a hora de entender que existe um vinculo indivisível entre democracia e direitos humanos.”
“Os direitos humanos incluem o direito à memória, à verdade, à justiça e à reparação”.
“Se não há reparação, se a memória é negada, se a verdade é mentida, estaremos enganando o presente e condenando o futuro.”
“A memória da sociedade quer a busca da verdade e a punição dos culpados.”
Uma as obras de Duhalde, conta Nepomuceno, foi tomar da Marinha as instalações da ESMA, escola Superior de Mecânica da Armada, maior campo de concentração e centro de torturas do regime militar.
Mais de cinco mil presos passaram por ali e apenas 200 sobreviveram.
Agora, funciona ali em centro cultural de preservação da memória, administrado pelas Mães e Avós da Praça de Maio.
Uma espécie de Museu do Holocausto argentino.
Nepomuceno conta uma história que revela que tipo de presidente Nestor Kirchner foi.
Ele mandou os chefes militares retirarem as fotos dos generais Videla e Bignone das paredes do Colégio Militar – eles tinham sido diretores do Colégio.
Um dia antes da visita de Kirchner ao Colégio, as fotos sumiram (para que não fossem retiradas).
Kirchner chegou.
Antes da cerimônia, ordenou que achassem as a fotos e pendurassem onde estavam.
Assim foi feito.
As fotos estavam lá enquanto Kirchner discursava.
Quando acabou de falar, olhou para as fotos, lembrou que, segundo a Constituição, era o Comandante Supremo das Forças Armadas e mandou que retirassem as fotos imediatamente.
Que inveja da Argentina !
Paulo Henrique Amorim
Saiu na Carta Capital, pág. 24, reportagem de Lucas Figueiredo sobre “Os filhos do Araguaia”.
“Guerrilha – chegam à Justiça os primeiros casos de bebês sequestrados pela ditadura”.
“A 1ª. Vara Federal de Brasília tem informações sobre dois casos. E num deles, o de Lia Cecília da Silva Martins, a ciência já se pronunciou: há 90% de chance de ela ser filha do guerrilheiro Antônio Theodoro de Castro, o Raul, desaparecido desde meados de 1974.”
Foi assim que a Argentina começou a botar os torturadores do regime militar na cadeia – com o sequestro de bebês.
Clique aqui para ler “É preciso dar nome à verdade”, diz Sabato.
E aqui para ler “O Brasil tem duas caras”, de Fábio Comparato.
“Guerrilha – chegam à Justiça os primeiros casos de bebês sequestrados pela ditadura”.
“A 1ª. Vara Federal de Brasília tem informações sobre dois casos. E num deles, o de Lia Cecília da Silva Martins, a ciência já se pronunciou: há 90% de chance de ela ser filha do guerrilheiro Antônio Theodoro de Castro, o Raul, desaparecido desde meados de 1974.”
Foi assim que a Argentina começou a botar os torturadores do regime militar na cadeia – com o sequestro de bebês.
Clique aqui para ler “É preciso dar nome à verdade”, diz Sabato.
E aqui para ler “O Brasil tem duas caras”, de Fábio Comparato.
NAVALHA
Kirchner deu a Duhalde uma tarefa muito clara:
Sepultar as leis de “Obediência devida” e “Ponto Final”, que correspondiam à Lei da Anistia brasileira, a que anistiou os torturadores e terroristas (Clique aqui e aqui para ler as duas reportagens de Chico Otávio, no Globo, sobre o atentado ao Riocentro e do regime militar.
Duhalde sepultou as duas.
E botou os militares torturadores, sequestradores de bebês e militares terroristas na cadeia.
Eles e seus mandantes.
Enfrentar e esclarecer os horrores ou olhar para frente ?
Diz Duhalde: “ Para mim, uma coisa não impede a outra, mas se complementa. Foi a hora de entender que existe um vinculo indivisível entre democracia e direitos humanos.”
“Os direitos humanos incluem o direito à memória, à verdade, à justiça e à reparação”.
“Se não há reparação, se a memória é negada, se a verdade é mentida, estaremos enganando o presente e condenando o futuro.”
“A memória da sociedade quer a busca da verdade e a punição dos culpados.”
Uma as obras de Duhalde, conta Nepomuceno, foi tomar da Marinha as instalações da ESMA, escola Superior de Mecânica da Armada, maior campo de concentração e centro de torturas do regime militar.
Mais de cinco mil presos passaram por ali e apenas 200 sobreviveram.
Agora, funciona ali em centro cultural de preservação da memória, administrado pelas Mães e Avós da Praça de Maio.
Uma espécie de Museu do Holocausto argentino.
Nepomuceno conta uma história que revela que tipo de presidente Nestor Kirchner foi.
Ele mandou os chefes militares retirarem as fotos dos generais Videla e Bignone das paredes do Colégio Militar – eles tinham sido diretores do Colégio.
Um dia antes da visita de Kirchner ao Colégio, as fotos sumiram (para que não fossem retiradas).
Kirchner chegou.
Antes da cerimônia, ordenou que achassem as a fotos e pendurassem onde estavam.
Assim foi feito.
As fotos estavam lá enquanto Kirchner discursava.
Quando acabou de falar, olhou para as fotos, lembrou que, segundo a Constituição, era o Comandante Supremo das Forças Armadas e mandou que retirassem as fotos imediatamente.
Que inveja da Argentina !
Paulo Henrique Amorim
Nenhum comentário:
Postar um comentário