Crise da oposição já era visível em 2010. Agora é debandada em busca da sobrevivência
No último dia 21 de abril, uma pesquisa do Datafolha mostrou o que os brasileiros já estão cansados de saber, que o PT é o partido mais admirado do país. Os números arredondados são estes: PT 26%, PMDB 6% e PSDB 5%. A diferença é o que se poderia chamar de abissal, contudo, mesmo que estes índices venham se repetindo há anos, isto parece não passar de um detalhe para os formadores de opinião agora muito empenhados – e alguns visivelmente angustiados – em explicar o que chamam de “crise da oposição”. Como se ela estivesse acontecendo agora.
Houve até quem preferisse chamar a atenção para o fato de que 54% dos brasileiros não gostam de nenhum partido como se esta fosse, também, uma novidade. Ou quem sabe, culpa do PT…
Pois nem a acachapante superioridade petista sobre as demais siglas, nem o desinteresse dos brasileiros pelos partidos e muito menos a crise da oposição, são novidades.
Voltemos algumas poucas páginas… Na última campanha eleitoral, já sabendo que seu discurso tradicional não convenceria ninguém, o candidato da oposição (Serra) entrou em tal desespero que sua campanha tentou rotular Dilma como uma assassina. Isso por ela ter lutado contra a ditadura e considerar o aborto uma alternativa. Serra sempre soube, até porque também esteve na oposição aos militares, que Dilma ofereceu seu corpo à tortura em nome da liberdade; e que isto é uma virtude de sua biografia. E depois se soube, também, que sua esposa Mônica, num momento difícil, teria optado, ela sim, pelo aborto.
Ora, quando a oposição lança mão de temas tão conservadores quanto enganosos e desprezíveis para tentar ganhar a eleição, é porque, neste momento, já está em crise, já abandonou o seu próprio discurso. Mas, de novo, ao final do pleito, os formadores de opinião preferiram analisar o percentual do candidato Serra ressaltando seu “bom” resultado eleitoral em lugar de chamar a atenção para o que era mais evidente e nítido: que o PSDB sepultava ali, sua própria história de partido moderno, laico portanto, forjado em premissas democráticas.
Se só hoje, muito tardiamente, as manchetes identificam uma crise na oposição, é porque se negaram, por miopia política ou conivência, a enxergá-la quando ela realmente ocorria. Não, o que está acontecendo agora não é mais a crise, apenas sua conseqüência inevitável, a sua fase agônica, a debandada natural em nome da sobrevivência eleitoral de alguns poucos que ainda têm vergonha na cara e de outros muitos que não sabem fazer outra coisa senão lambuzar a si e aos seus com dinheiro público.
Mas nos deixemos enganar: os mesmos que tentaram proteger os tucanos sonegando do grande público a evidência de que há muito eles vinham voando para a morte, tentam agora disfarçar sua cumplicidade e/ou incompetência incluindo em suas análises sobre a “crise”, uma crítica: o PSDB não consegue encontrar um discurso. Nada disso! O PSDB tem, sim, um discurso, e ele foi aplicado ao tempo em que FHC governou o Brasil e, mais recentemente, ao tempo em que Yeda comandou o Rio Grande. O fato, então, não é que os tucanos perderam o discurso; o fato é que discurso deles, não convence mais ninguém (nem Bresser, nem Feldmann). Há muito tempo. (Maneco)
Houve até quem preferisse chamar a atenção para o fato de que 54% dos brasileiros não gostam de nenhum partido como se esta fosse, também, uma novidade. Ou quem sabe, culpa do PT…
Pois nem a acachapante superioridade petista sobre as demais siglas, nem o desinteresse dos brasileiros pelos partidos e muito menos a crise da oposição, são novidades.
Voltemos algumas poucas páginas… Na última campanha eleitoral, já sabendo que seu discurso tradicional não convenceria ninguém, o candidato da oposição (Serra) entrou em tal desespero que sua campanha tentou rotular Dilma como uma assassina. Isso por ela ter lutado contra a ditadura e considerar o aborto uma alternativa. Serra sempre soube, até porque também esteve na oposição aos militares, que Dilma ofereceu seu corpo à tortura em nome da liberdade; e que isto é uma virtude de sua biografia. E depois se soube, também, que sua esposa Mônica, num momento difícil, teria optado, ela sim, pelo aborto.
Ora, quando a oposição lança mão de temas tão conservadores quanto enganosos e desprezíveis para tentar ganhar a eleição, é porque, neste momento, já está em crise, já abandonou o seu próprio discurso. Mas, de novo, ao final do pleito, os formadores de opinião preferiram analisar o percentual do candidato Serra ressaltando seu “bom” resultado eleitoral em lugar de chamar a atenção para o que era mais evidente e nítido: que o PSDB sepultava ali, sua própria história de partido moderno, laico portanto, forjado em premissas democráticas.
Se só hoje, muito tardiamente, as manchetes identificam uma crise na oposição, é porque se negaram, por miopia política ou conivência, a enxergá-la quando ela realmente ocorria. Não, o que está acontecendo agora não é mais a crise, apenas sua conseqüência inevitável, a sua fase agônica, a debandada natural em nome da sobrevivência eleitoral de alguns poucos que ainda têm vergonha na cara e de outros muitos que não sabem fazer outra coisa senão lambuzar a si e aos seus com dinheiro público.
Mas nos deixemos enganar: os mesmos que tentaram proteger os tucanos sonegando do grande público a evidência de que há muito eles vinham voando para a morte, tentam agora disfarçar sua cumplicidade e/ou incompetência incluindo em suas análises sobre a “crise”, uma crítica: o PSDB não consegue encontrar um discurso. Nada disso! O PSDB tem, sim, um discurso, e ele foi aplicado ao tempo em que FHC governou o Brasil e, mais recentemente, ao tempo em que Yeda comandou o Rio Grande. O fato, então, não é que os tucanos perderam o discurso; o fato é que discurso deles, não convence mais ninguém (nem Bresser, nem Feldmann). Há muito tempo. (Maneco)
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