Wikileaks: soldados da ONU ofereceram comida em troca de sexo na Costa do Marfim
Oito em cada 10 meninas da cidade de Toulepleu, na Costa do Marfim, entrevistadas por funcionários da ONU (Organização das Nações Unidas), revelaram ter feito sexo em troca de comida com soldados do Benin ligados à missão de paz no país. A preocupante revelação aparece em um despacho de janeiro de 2010 divulgado pelo WikileaksToulepelu é palco de conflitos étnicos há mais de dez anos. Segundo dados da Cruz Vermelha, a população na cidade teria diminuído de cerca de 40 mil habitantes para três mil após o início dos conflitos.
De acordo com o documento da diplomacia norte-americana, as menores faziam sexo com soldados da força de paz em troca de alimentação ou hospedagem e incentivam outras a fazer o mesmo. “Quando voltavam para suas aldeias, elas contavam sobre seus 'namorados' e incentivavam os pais a levarem suas filhas para receber os 'benefícios”.
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Michel Bonnardeaux, porta-voz da ONU, em declaração dado ao The Huffington Post, confirmou que 16 soldados que atuavam na região de Toulepleu foram afastados após denúncias de abuso sexual. Bonnardeauz afirmou que há um problema de controle e que os comandantes das tropas não conseguiram “manter um ambiente que impedisse a exploração e o abuso sexual”
O documento trata dos repetidos casos de denúncias de exploração sexual e tráfico de pessoas envolvendo pessoas ligadas à ONU. De acordo com os números citados no despacho em 2008, foram feitas 13 denúncias e em 2009 o número teria diminuído para cinco casos.
Nesbitt relata que, em conversa com Maria Rocheteau, integrante do Comitê de Conduta e Disciplina da ONU, foi informado que a entidade reconhece a exploração sexual como um problema e que entre as medidas para combatê-la está a visita periódica aos locais onde estão as forças de paz.
No entanto, Rocheteau lamenta a existência de “lacunas graves” devido à falta de funcionários e que os poucos recursos financeiros prejudicam a adoção de medidas que poderiam diminuir ou acabar com o problema. Outro trecho do despacho alerta que o problema pode ser “mais extenso do que se imagina” .
A mensagem revela também a falta de acompanhamento para as meninas que engravidavam após as relações com os soldados.
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