O Brasil Privatizado
Fundação Perseu Abramo
Aloysio Biondi
Publicado em 2000
Como se construiu o mito das privatizações? Quais os grupos beneficiados? Por que o Brasil ficou mais pobre depois delas? Um dramático balanço - fartamente documentado - dos resultados que a política de privatização deixou para o país na área social e econômica. Editado pela Fundação Perseu Abramo, foi indicado para o Prêmio Jabuti 2000.
Faça o download da íntegra do livro, dividido por capítulos.
Documentos anexados
1 - Introdução e sumário (PDF - 34.1 KB)
2 - Compre você também (PDF - 117.6 KB)
3 - Estatais, sacos sem fundos? (PDF - 130.4 KB)
4 - Petróleo, um escândalo (PDF - 86.8 KB)
5 - O preço de um patrimônio (PDF - 75.9 KB)
6 - Quem comprou as estatais (PDF - 130.9 KB)
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baitasar
OProfessor pediu e publicamos um pedacinho de nada do assunto petróleo que consta no livro do Biondi. O amigo ou amiga pode fazer download da íntegra do livro, dividido por capítulos
(guri, essa m....)
OProfessor!
(esse me engana que eu gosto todo... só foi possível pela associação dos bandidos com a imprensa - o tal PIG...)
Tento argumentar que uma coisa...
(guri, por favor, penso que todo esse movimento do PIG - o problema são as motivações- em policiar o governo da Dilma, produz sim uma seriedade maior, mais cuidado em escolher os nomes para desempenhar as suas funções... imagina se tivesse feito o mesmo no tempo das privatizações... mas o PIG não existe para defender os brasileiros mocinhos!)
Ia dar m....
(guri, já passou pelos teus neurônios que este livro foi publicado em abril de 1999, desde então, já tivemos três eleições presidenciais e o PIG parece que não leu e se leu... fez cara de paisagem - não sai no jn e na rbs: não aconteceu.)
Peço mais um chimarrão, enquanto começo a leitura do livro do Biondi... depois tem o do Nassif... e o Amauri, antes tarde do que nunca, ainda dá tempo de prender essa gente, basta o Zé e o Procurador...
Petróleo, um
escândalo escandaloso
Aloysio Biondi
barris/dia. Serão mais 2,3 bilhões de reais, totalizando, portanto, 4,9 bilhões de reais ou, arredondados, 5 bilhões de reais, aplicados em Marlim. No entanto, depois que a Petrobrás, isto é, o povo
brasileiro, que é seu verdadeiro dono, caminha para gastar 5 bilhões de reais na região, o governo FHC ordenou que a estatal convide grupos privados para participar dos “gastos” no projeto – e, é claro, também dos lucros bilionários que eles proporcionarão.
Quanto os sacrificados “sócios” vão precisar desembolsar? A cifra espantosamente baixa de 140 milhões de reais. Se forem mesmo 20 “sócios”, como previsto, cada um aplicará 7 milhões – e ficará sócio de um projeto que terá custado 5 bilhões de reais à sociedade brasileira. Um negócio escandalosamente escandaloso. Qual o argumento do governo para adotar essa fórmula? Segundo o BNDES, em seu boletim Informe BNDES de fevereiro último, o governo cortou o orçamento da Petrobrás em 1 bilhão de reais em
1999 e, para não prejudicar “as metas de aumento da produção de petróleo”, era “necessário que parte dos investimentos inicialmente previstos com recursos da própria Petrobrás fosse realizado pela iniciativa privada”... Atenção: o fato de os “acionistas” desembolsarem apenas 140 milhões de reais para participar do projeto não significa que eles terão uma participação pequena, proporcional ao seu investimento, nos lucros de Marlim. Não. Eles terão praticamente 30% ou um terço dos lucros. Por quê? Como assim? O BNDES formou uma espécie de empresa, chamada Sociedade de Propósito Especial, com um capital de 200 milhões de reais, dos quais 140 milhões dos tais “sócios” e 60 milhões do próprio BNDES.
Essa empresa foi criada apenas para pedir um empréstimo especial, no exterior, de 1,3 bilhão de reais, para ser aplicado no campo de Marlim. Quer dizer: os “sócios” foram chamados somente para tomar dinheiro emprestado – que a própria Petrobrás conseguiria facilmente no exterior. E com esse dinheiro emprestado
vão aplicar 1,3 bilhão de reais, mais os 140 milhões de seu “capital” – isto é, o total de 1,44 bilhão, equivalente a menos de um terço dos gastos de 5 bilhões de reais – e ter, portanto, direito àquela participação de 30% nos lucros. Uma calamidade. A fórmula escolhida para o campo de Marlim, com sócios “páraquedistas” engolindo lucros de bilhões que seriam da nação, é apenas uma das operações que o governo vem realizando para privatizar a Petrobrás de forma silenciosa, sem reação da opinião pública.
Promessa de FHC
O governo FHC fez uma promessa para conseguir que o Congresso Nacional aprovasse a nova lei que acabou com o monopólio estatal na exploração do petróleo, em 1997. Assegurou que a Petrobrás não seria privatizada; assim, outras empresas poderiam procurar e explorar petróleo, bem como participar de todas as atividades do setor (refino, distribuição etc.) como concorrentes, mantendo-se a existência da estatal. Graças a manobras dos deputados e senadores governistas, no entanto, foi aprovado um substitutivo ao projeto original que, segundo críticas feitas pelos oposicionistas na época, abriu as portas para a privatização silenciosa da Petrobrás. Como? A nova lei permitiu que todo e qualquer setor de atividades da Petrobrás possa ser “roubado” da empresa e vendido a grupos privados. Por exemplo: o governo pode criar uma empresa “nova” somente para ser dona das refinarias da Petrobrás, ficando portanto com o setor de refino. E, em seguida, vender a empresa. A mesma coisa poderia ser feita – nova empresa e venda – para a exploração de gás. Ou para os oleodutos e gasodutos. Ou para a própria exploração de petróleo. Em resumo: no final de algum tempo, todas as atividades da Petrobrás já não existiriam. Ela seria uma empresa existente apenas no papel. Uma empresa “casca de ovo”, como dizem os especialistas.
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