segunda-feira, 31 de agosto de 2015

a semeadura do ódio criminoso


O boneco protegido


SUL21



Por Tarso Genro

A proteção policial oferecida ao boneco inflável e infamante do Presidente Lula vestido de presidiário na Avenida Paulista, neste domingo, não é um fato irrelevante, na crise que vive o país. Vejam: não estou falando do “boneco”, que poderia ser do Sartori, do Fernando Henrique, do Aécio, deste que vos escreve ou de qualquer outra pessoa, que poderia, ao sentir-se injuriado ou difamado, acionar a Justiça, para buscar as devidas reparações legais. Estou me referindo à proteção policial oferecida aos que resolveram, por decisão política, assumir o risco de atacar desta forma um ex-Presidente, assumindo uma forma muito usada na Alemanha convulsa que precedeu o nazismo. Ali, as principais vítimas eram os sociais–democratas, os comunistas e a comunidade judia.

Naqueles anos tristes de decomposição da República de Weimar as hordas das SA, protegidas pela Polícia do Estado, invadiam estabelecimentos de comércio dos judeus, lares de adversários políticos e, em nome do futuro da Alemanha, saqueavam e matavam, preparando um regime totalitário que foi responsável pela eclosão da Segunda Grande Guerra. Faziam tudo isso com a proteção da Polícia e com a “luz verde” das organizações políticas conservadoras, muitas delas depois também devastadas ou perseguidas pela besta nazista. Estou me referindo, portanto, a um certo nível de ultrapassagem do rito democrático, quando as forças de segurança do Estado deixam de preservar a sua neutralidade formal e avançam na sua partidarização aberta.

Tal avaliação serviria para qualquer “boneco” protegido, porque o fato emblemático deste episódio é a Polícia protegendo uma ação que, claramente, acionada a Justiça pelo ofendido, poderia ser considerada uma ação delituosa. A presença da Polícia, protegendo atos injuriosos ou difamatórios, abre uma ferida no pacto democrático vigente, porque incita, também, os inconformados, a exigirem dela um tratamento isonômico, ou seja, o direito à proteção de atos que realizem contra os seus adversários políticos, com o risco de gerar um espiral de violência que , substitua a política pela ação direta e, finalmente, a disputa pela hegemonia dentro da democracia pela violência sem freios.

Agnes Heller, no seu “O Cotidiano e a História”, diz que “os políticos grandes e vitoriosos foram sempre aqueles cujas representações da própria classe ou nação e até mesmo dos (seus) inimigos mantiveram-se isentas de preconceitos”, por isso puderam ver com clareza o que deveriam e poderiam fazer, em defesa da sua classe, do seu país ou do que imaginavam ser o melhor para todo o povo.

Os que observam os outros somente através de um sistema de preconceitos, por exemplo, achando “que o seu opositor” é invariavelmente “um covarde”, ou que permanecerá eternamente acuado, mais dia menos dia será derrotado.

Estas pessoas não conseguem nunca compreender as reservas de dignidade humana que todas as pessoas possuem, independentemente da sua ideologia e das adversidades que enfrentam em algum momento. O fascismo, além de ser uma ideologia anti-humanista é, também, uma patologia social, que emerge em determinadas situações históricas, e proteger esta patologia já é um sinal de sintoma totalitário em qualquer Estado.

O ataque sistemático que os meios de comunicação dominantes tem feito à esfera da Política (ironicamente reservando para si a dignidade ética da nação), o novo ciclo de enriquecimento dos mais ricos no ajuste recessivo e “austero” promovido no país e na maioria dos estados federados (v. “Valor” D2, 27 ag.), a semeadura do ódio criminoso contra pessoas e instituições, a falta de negociação política para estabilizar o país entre as principais lideranças nacionais formam um caldo de cultura facilmente apropriável por qualquer tipo de messianismo, tão simplista e de fácil compreensão “das massas”, como falso e manipulatório. Se isso prosperar, o resultado é previsível: novo ciclo autoritário e radicalização da violência, Por dentro e por fora do Estado.

.oOo.

Tarso Genro foi governador do Estado do Rio Grande do Sul, prefeito de Porto Alegre, Ministro da Justiça, Ministro da Educação e Ministro das Relações Institucionais do Brasil.

Petróleo continua sendo o maior negócio do mundo e só um tolo abre mão dele... ou safado entreguista


Petróleo repõe perdas de agosto em dois dias e deixa “sabidos” pendurados no pincel




POR FERNANDO BRITO · 31/08/2015






O preço internacional do petróleo, que havia subido 10% na sexta-feira, subiu outros 10% hoje, em relação á cotação em que fechou a semana passada.


As perdas, imensas, do mês de agosto foram “zeradas” em 48 horas.

Uma semana atrás, Celso Ming, colunista de economia do Estadão, reproduzia a opinião de mais um “sabido” do mundo dos negócios, o especialista norte-­americano em Petróleo David Kotok, presidente da Cumberland Advisers, dizendo que o petróleo ia baixar até 15 dólares o barril, quando estava a 40 dólares ( e chegou a US$ 38).



Em dois dias, as previsões do sabichão viraram pó, com o petróleo tipo Brent passando de US$ 52 dólares e o WTI (de forma simplificada, o americano) a US$48.


A história da energia – e, com ela a do poder mundial – está há mais de 50 anos fundada no petróleo.

A energia nuclear, única aposta energética que tendeu a se estabelecer como ameaça energética à hegemonia do petróleo, mostrou-se apenas capaz de suprir parcela pequena das necessidades de energia, seja pelas complicações técnicas, segurança, problemas acidentais e oposição política, seja porque os EUA e seus aliados nunca permitiram que se estabelecesse, de forma global, o conhecimento e o uso de uma tecnologia que tem como um de seus produtos o poder militar representado pelo “subproduto bomba atômica”.

Não é possível tratar a política do petróleo, portanto, com base em movimentos de “espasmo” de um mercado em que suas torneiras são controladas pela política e, ainda mais, sujeito a todo tipo de turbulência: guerras, acidentes, tensões….


Este é o erro dos “sabichões” – muito mais apropriado seria chamá-los de espertalhões – que vivem apregoando que o petróleo “não valerá nada” e que usam aqui este argumento, tão ingênuos, para tentar desvalorizar nosso pré-sal e viabilizar politicamente sua entrega às multinacionais.

É o “quem desdenha quer comprar”, que vale desde os tempos dos avós de nossos avós.

Ou, por acaso, você viu a Shell, a Chevron, a Total e outras saírem por aí dizendo: olhem, eu não estou valendo nada, vocês não querem me comprar?


Petróleo continua sendo o maior negócio do mundo e só um tolo abre mão dele.

domingo, 30 de agosto de 2015

Vale o compartilhamento

O passo a passo para conhecer os super salários do juiz Sérgio Moro

agosto 26, 2015 13:06 ATUALIZADO
Captura de tela 2015-08-26 13.14.55(2)
Qualquer cidadão pode fazer a pesquisa no site do TRF-4. Veja abaixo. Não há aqui imputação de crime ao juiz. Mas  Moro acha compatível receber remuneração muito acima do teto legal, no momento em que é transformado no “super-herói” da moralidade nacional?
O juiz que promete passar o Brasil a limpo: as regras valem para todos?
O juiz que promete passar o Brasil a limpo: as regras valem para todos?
Por Rodrigo Vianna
Quanto ganha o juiz que foi transformado em “herói nacional” pela Globo e pela Veja?
Apontado como moralizador da pátria, Sérgio Fernando Moro não é um super-herói. Mas um funcionário público. Deveria submeter-se às regras que valem para todos. É assim, também, que se combate corrupção: com respeito às regras. Sem escândalo. Todos os dias, todos os meses. E não apenas à frente dos holofotes midiáticos.
Os advogados apontam inúmeras tropelias do magistrado: na Lava-Jato, dizem os juristas (clique aqui para saber mais), Moro atropela regras e impõe humilhações aos réus – tudo em nome do ideal da “moralidade pública”. Mas parece haver mais que isso…
A lei estabelece que nenhum funcionário do Judiciário pode ganhar acima do salário dos ministros (juízes) do STF-  clique aqui para saber mais.
Mas quanto ganha Sérgio Moro?
O TRF-4 (Tribunal Regional Federal da quarta região; é o Tribunal responsável por toda a região Sul, incluindo o Paraná), em nome da transparência, expõe os ganhos de funcionários e juízes na internet. “Expõe” talvez seja exagero dizer. Não é tão fácil encontrar a informação.
A seguir, indicamos o passo a passo – para que qualquer cidadão possa descobrir: quanto ganham os juízes de Curitiba? Quanto ganha Sérgio Moro?
- Primeiro passo: clique na página do TRF-4 – http://www2.trf4.jus.br/trf4/.
- Segundo Passo: clique na aba “Institucional”, e depois em “Transparência Pública”.
- Terceiro Passo: clique em “Seção Judiciária do Paraná”
- Quarto Passo: aqui está o pulo do gato, porque agora surge uma lista de difícil compreensão. Mas insista um pouco, e clique no item “Detalhamento da folha de pagamento de pessoal – valores brutos em Reais (Anexo VIII) - Resolução 151/CNJ
- Quinto Passo: pronto, você finalmente chegou à página certa (mas ainda precisará avançar…)
- Sexto Passo: no campo “Tipo”, selecionar a opção “magistrados ativos” e clicar em “pesquisar”. Você cairá, então, numa página de “controle”. É preciso preencher as letras que aparecem na tela.
- Sétimo Passo: preenchidas as letras e códigos, você chegará à página com a lista dos magistrados.
- Oitavo Passo: o nome de Sérgio Moro não aparece nesse primeiro momento, por isso é preciso ir ao “pé” da página e mover a setinha para a página 2 , e depois página 3… Ali está “Sérgio Fernando Moro - PRCTB13 – 13ª Vara Federal de Curitiba”.
- Nono Passo: o cidadão pode selecionar a “competência” (ou seja, o mês) que pretende pesquisar. A pesquisa assim está completa.
Cumprimos todos esses passos.
Ao abrir a página referente a julho de 2015, encontramos juízes federais no Paraná com ganhos líquidos superiores a 90 mil reais! É o caso, por exemplo, de Alexandre Arnold, juiz lotado em Paranavaí: 116.587, 87 reais de ganho bruto;  e 97.113,23 de ganho líquido.
Mas e Sérgio Moro?
A página do TRF-4 indica que, em julho de 2015, ele recebeu salário bruto de 63.694,36.
Clicando em cima do nome dele, com alguma sorte, aparece a remuneração de forma detalhada, numa tela auxiliar, que copiamos abaixo
Remuneração de SERGIO FERNANDO MORO
Cargo: JUIZ FEDERAL
RENDIMENTOS (R$)
Remuneração ParadigmaVantagens PessoaisSubsídio, Diferença de Subsídio, Função de Confiança ou Cargo em ComissãoIndenizaçõesVantagens EventuaisTotal de Créditos
 0,00 0,00 28.947,55 5.176,73 29.570,08 63.694,36
DESCONTOS (R$)
Previdência PúblicaImposto de RendaDescontos DiversosRetenção por Teto ConstitucionalTotal de Débitos
 3.184,23 11.025,60 0,00 11.699,83 25.909,66

Líquido (R$):37.784,70
Órgão de Origem:
Diárias (R$):1.734,83

===
O mesmo pode ser feito com relação a todos os magistrados. Mês a mês.
Reparemos que em julho houve uma “Retenção por Teto Constitucional” de 11,699,83 reais. Ou seja, em julho o TRF-4 aparentemente impediu que Moro tivesse acesso a um valor excessivo – acima das regras vigentes.
Algumas questões:
1) O que são as tais  “Vantagens Eventuais” incluídas no contra-cheque do juiz?
2) Por que o juiz Sérgio Moro recebeu R$ 1.734,83 em diárias? Que tipo de viagem – paga pelo contribuinte – um juiz federal tão atarefado realizou em julho?
===
Uma rápida busca no sistema mostra que o TRF-4 aparentemente não foi tão rigoroso com Sergio Moro no mês de abril/2015. Vejamos…

Remuneração de SERGIO FERNANDO MORO
Cargo: JUIZ FEDERAL
RENDIMENTOS (R$)
Remuneração ParadigmaVantagens PessoaisSubsídio, Diferença de Subsídio, Função de Confiança ou Cargo em ComissãoIndenizaçõesVantagens EventuaisTotal de Créditos
 0,00 0,00 28.947,55 5.176,73 43.299,38 77.423,66
DESCONTOS (R$)
Previdência PúblicaImposto de RendaDescontos DiversosRetenção por Teto ConstitucionalTotal de Débitos
 6.384,26 6.111,28 0,00 0,00 12.495,54

Líquido (R$):64.928,12
Órgão de Origem:
Diárias (R$):0,00

Ou seja: em abril de 2015, Sergio Moro recebeu o valor líquido de 64.928,12 reais.
Perguntas:
1) Por que não houve “Retenção por Teto Constitucional” em abril?
2) Por que o magistrado obteve em abril o valor de 43.299,83 reais em “Vantagens Eventuais”?

=============

O site “VioMundo” noticiou semana passada que o ex-presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, hoje deputado federal (PT-RJ), denunciou na tribuna os ganhos excessivos na Justiça Federal – clique aqui para ver o que diz Damous.
Este jornalista e blogueiro observou que o site CONJUR (especializado em assuntos jurídicos) havia publicado texto com informações sobre ganhos excessivos dos juízes federais – clique aqui.
Ao pé da matéria do CONJUR há acesso a um “levantamento” (quem seria o autor da planilha?), mostrando ganhos médios de magistrados. Estranhamente, o CONJUR “escondeu” a informação de que na lista estava o nome de Sérgio Moro.  Evidentemente, isso é notícia. Para o CONJUR, não foi.
O fato de Sergio Moro ganhar acima do teto constitucional pode não configurar crime. Mas há amparo moral para que o juiz receba 77 mil reais num mês?
Não há aqui nenhuma acusação ao juiz Moro. Mas entendemos que ele faria muito bem se viesse a público esclarecer exatamente quanto ganha.
Moro acha compatível receber remuneração muito acima do limite legal, no momento em que é transformado no “super-herói” da moralidade nacional?
Encaminhamos essas indagações à assessoria de imprensa do TRF-4. E não obtivemos resposta.
Consultei um advogado que esclareceu: magistrados federais tem o direito a duas férias por ano; Moro pode ter deixado de tirar férias, e isso talvez explique o pagamento de abril (um mês de férias mais um terço, como prevê a lei trabalhista). Isso talvez explique o super-salário. Mas justifica?
Sabe-se que muitos tribunais pagam “auxílios extras” variados aos magistrados , e que esse expediente é a forma usada para burlar o teto constitucional. Mas reparem o que diz a Constituição:
Artigo 117 dos Atos das Disposições Transitórias
“Os vencimentos, a remuneração, as vantagens e os adicionais, bem como os proventos de aposentadorias que estejam sendo percebidos em desacordo com a Constituição serão imediatamente reduzidos aos limites dela decorrentes, não se admitindo, neste caso, invocação de direito adquirido ou percepção de excesso a qualquer título”.
Certamente, Moro e o TRF-4 encontrarão explicações “legais” para justificar ganhos tão excessivos.
====
Abaixo, o rendimento do juiz Sérgio Moro em janeiro de 2015:
Remuneração de SERGIO FERNANDO MORO
Cargo: JUIZ FEDERAL
RENDIMENTOS (R$)
Remuneração ParadigmaVantagens PessoaisSubsídio, Diferença de Subsídio, Função de Confiança ou Cargo em ComissãoIndenizaçõesVantagens EventuaisTotal de Créditos
 0,00 0,00 25.260,20 5.129,69 46.310,37 76.700,26
DESCONTOS (R$)
Previdência PúblicaImposto de RendaDescontos DiversosRetenção por Teto ConstitucionalTotal de Débitos
 4.167,93 9.739,19 12.630,10 0,00 26.537,22

Líquido (R$):50.163,04
Órgão de Origem:
Diárias (R$):0,00
Observação: os descontos considerados de caráter pessoal, tais como pensões e consignações facultativas, não estão destacadas do rendimento líquido publicado.

Vídeo emocionante: Pepe Mujica na UERJ

Mujica Ao Vivo na UERJ



"No deje robar la libertad."
"La libertad no se vende, la libertad se gana e se gana haciendo algo por los demás."
"Esto se llama solidaridad"
"Los pobres de África no son de África! Son los nuestros!"
"Desarrollo con la felicidad para todos!"
"La generosidad es la mejor negocio para la humanidad."
"Y lo peor negocios son los bancos."
"No puedes gastar tu vida trabajando, trabajando, trabajando para pagar cuentas."
"Nunca habrá un mundo mejor si no luchamos por mejorar nosotros mismos."
...












“não há homens imprescindíveis, há causas imprescindíveis”


Lula a Mujica: Você só consegue matar um pássaro se ele ficar parado. Se voar, fica difícil. Eu voltei a voar outra vez




publicado em 29 de agosto de 2015 às 19:24





Fotos: Ricardo Stuckert/Instituto Lula



Lula: Eu voltei a voar outra vez

29/08/2015 13:15

do Instituto Lula

Na manhã desse sábado (29), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e José Mujica, ex-presidente do Uruguai e senador pelo país, participaram de uma mesa no Seminário Internacional Participação Cidadã, Gestão Democrática e as Cidades no Século 21, realizado pela Prefeitura de São Bernardo, em São Paulo.

Primeiro falou José Mujica, que defendeu a importância dos partidos políticos para a manutenção das conquistas sociais dos cidadãos. “A democracia requer partidos. Não há democracia sem partidos. Eles são a vontade coletiva de grupos humanos. Os grandes meios nunca vão estar do lado do povo. São empresas, que atendem a outra forma de entender o mundo. Para o ex-presidente uruguaio, “não há homens imprescindíveis, há causas imprescindíveis”. Ao fim de sua fala, José Mujica foi aplaudido em pé pelo público presente no auditório do Centro de Formação dos Profissionais de Educação (Cenforp).

Em sua fala, Lula relembrou as experiências de participação popular criadas pelo PT ao longo de seus 35 anos, dentre elas, o orçamento participativo, implementado em Diadema em 1982: “Pela primeira vez o povo humilde era chamado a discutir cada prioridade do seu bairro. e votavam, participavam e cobravam”. Afirmou que a própria criação do partido nasceu da necessidade de ter um trabalhador na poítica. “Não era possível eu todo ano fazer greve e, ao chegar na eleição, eleger meu patrão pra vereador, deputado, prefeito”, disse.

Seu mandato, disse Lula, foi marcado por aproximar o governo dos movimentos sociais. “Se perguntarem qual foi o maior legado que deixei, foi a relação que o governo estabeleceu com a sociedade e com os movimentos sociais. Se juntar todos os presidentes do país, antes de mim, eles não fizeram 10% das reuniões que fizemos. Foram 74 conferências nacionais, que começavam no municípios.” Durante seus oito anos no Palácio do Planalto, disse Lula, “as políticas não eram do governo, eram do povo”.

O ex-presidente comentou também a situação política atual, especialmente a grande polarização na qual se encontra o Brasil. “De onde vem esse ódio? Será que uma parte desse ódio demonstrado contra o PT é porque as empregadas domésticas conquistaram mais direitos? Nós fomos para a rua para conqusitar melhoras para as pessoas. Acho que essas pessoas estão querendo desfazer essas melhoras.” Disse também que pretende viajar e voltar a dar entrevistas para “ver se dão um pouco de sossego para a companheira Dilma e se incomodam comigo de novo. As pessoas nao me deixam em paz. todo santo dia falam no meu nome.” Falando com José Mujica, disse: “Você só consegue matar um pássaro se ele ficar parado no galho. Se ele voar, fica difícil”. “Eu voltei a voar outra vez”, afirmou, finalizando o discurso.


Leia também:

Lula processa Época por reportagem criminosa

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

um cadáver na sala de estar da política


Grandes jornais escondem Aécio de seus leitores



QUI, 27/08/2015 - 01:00


ATUALIZADO EM 27/08/2015 - 06:30


Luis Nassif






Julio Cortazar, em um de seus contos clássicos, conta a história da família em que morreu um membro. A avó não podia saber. Esconde-se sua morte. É verdade que ele é velado na sala da casa, enquanto alguém entretém a velhinha em outro cômodo. Mas dali por diante, ele teria que ser incluído nas conversas, como se estivesse vivo. Depois, morre mais um, e morre mais um. E todos recusam continuar vivos nas conversas.


Outro contista do fantástico latino-americano, não me lembro se Gabriel Garcia Marques, conta a história da moeda de ouro que caiu na porta de um bar. Como ninguém sabe quem perdeu a moeda, e pode ser o coronel local, a moeda permanece no mesmo lugar por anos a fio.


***


Em alguns momentos, o Brasil lembra o realismo fantástico das republiquetas latino-americanos.


Tem-se um cadáver na sala de estar da política: a declaração do doleiro Alberto Yousseff de que o senador Aécio Neves recebia US$ 150 mil mensais de Furnas, esquentados através da empresa Bauruense.


O Procurador Geral da República Rodrigo Janot fingiu que não ouviu. E esqueceu-se de que sua gaveta guarda um inquérito de 2010 do MPF do Rio de Janeiro, sobre uma conta fantasma de Aécio no paraiso fiscal de Liechenstein.


****


A notícia foi para o mundo inteiro através da Reuters Internacional. Notícia tão relevante que abriu a chamada das Top News do dia. Foi manchete do Clarin – o mais antikirchenista dos grupos de mídia argentinos.


Por aqui, nenhum grande jornal julgou que seus leitores mereciam saber do caso. Nâo saiu uma mísera linha sobre a delação.


Ontem, na sabatina de Janot no Senado, o assunto foi evitado em todas as intervenções, dos senadores da oposição e da situação. O sentimento de corpoi foi maior do que as disputas ideológicas. Ou, quem sabe, o medo de expor seus próprios podres tenha sido a razão de preservar os podres do colega.


***


Não é pouca coisa. Trata-se do candidato derrotado nas últimas eleições que recebeu quase 50% dos votos. É o nome favorito do PSDB para as próximas eleições.


Nos últimos meses, despontou como um carbonário, bradando em nome da ética e vociferando a palavra “honra” com o fervor de um monge beneditino exposto a alguma tentação demoníaca.


Hoje em dia, em qualquer setor responsável – no meio empresarial, intelectual, político nas próprias alas mais consequentes do PSDB – forma-se a convicção sobre a imaturidade e irresponsabilidade de Aécio.


***


Onde se pretende chegar com essa blindagem, sonegando uma informação crucial em um terreno de ampla abertura das informações? Mais do que o fato em si, a blindagem viralizou – termo que se emprega quando algum tema explode nas redes sociais.


***


Nesta 5a feira será divulgada a próxima etapa da campanha visando reforçar a imagem dos jornais. Diretor-executivo da ANJ (Associação Nacional dos Jornais), Ricardo Pedreira, foi taxativo: “Enquanto a internet ainda sedia terrenos de informação obscura, os jornais colocam à disposição do leitor seu grande patrimônio: a credibilidade”.


Qual a sensação do leitor do grande jornal quando encontrar-se com o amigo que prefere a Internet, e souber por ele a notícia que só circulou na rede?


***


Não se trata de questão menor. Quando Fernando Collor caiu, venceu no jogo da credibilidade o único jornal que nada escondeu sobre ele nas eleições.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

E isso não é domínio de fato, mas são fatos e documentos


Quem é quem
na lista tucana de Furnas



Janot, Janot, olha a biografia …



Conversa Afiada




Da página de LeiLoc13 no Twitter







Do incansável Stanley Burburinho, a partir do Nassif:



OS NOMES E VALORES DA LISTA DE FURNAS



Stanley Burburinho

Para quem ainda não viu a Lista de Furnas: os nomes dos políticos da oposição e os valores recebidos, veja neste link.

No caixadoistucanodefurnas.blogspot.com

CAIXA DOIS TUCANO DE FURNAS

Relação completa de todos os polítcos que fizeram campanha usando caixa dois de FURNAS.

TUCANODUTO?

*Quem é quem e quem recebeu quanto na lista do caixa dois de Furnas *

A “Lista de Furnas”

- documento sobre um suposto esquema de caixa dois nas eleições de 2002, cuja autenticidade está sob investigação da Polícia Federal – é essencialmente uma lista tucana.


Confira nos gráficos abaixo.







Os candidatos do PSDB teriam ficado com mais de dois terços (68,3%) dos R$39,9 milhões que teriam sido distribuidos a 156 políticos por empresas fornecedoras da última grande estatal do ramo elétrico. O PFL fica com um segundo lugar bem distante, 9,3%.

Mas, segundo a “Lista”, o dinheiro do PSDB não teria sido distribuido por igual. O grosso foi para três candidatos, que disputavam os três cargos mais importantes do esquema eleitoral tucano em 2002: José Serra, que pleiteava a Presidência, Geraldo Alckmin, candidato a governador de São Paulo, e Aécio Neves, que concorreu ao governo de Minas. Os três, conforme a “Lista”, teriam ficado com mais da metade do dinheiro do esquema de Furnas. Os demais 153 políticos que constam na “Lista” teriam dividido os 45,4% que restaram.

*A filiação partidária dos 156*

O PSDB também é o primeiro colocado em número de políticos entre os 156 citados no esquema que seria operado pelo então presidente de Furnas, Dimas Toledo, levado ao cargo pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. São 47 tucanos na lista, cinco deles candidatos a cargos majoritários. O PFL comparece com 33 candidatos, apenas um a cargo majoritário (senador).

Veja a distribuição:

Outro modo interessante de ler o documento em exame na PF é comparar os nomes que constam ali com a relação dos membros da CPI dos Correios, que desde junho do ano passado investiga as denúncias de corrupção no Parlamento.







O primeiro destaque é para o deputado ACM Neto (PFL-BA), que tem se salientado pela estridência de seu desempenho na comissão. Ele teria recebido R$ 75 mil do esquema de Furnas. Quanto ao PSDB, constam da “Lista” três dos seus quatro deputados que são titulares ou suplentes da CPI. Figuram também entre os 156 um membro da CPI dos Correios pertencente ao PL e dois dos quadros do PTB.

PROVAS DOCUMENTAIS DO CAIXA DOIS TUCANO DE FURNAS






DOCUMENTO Nº DOIS





DOCUMENTO Nº TRES





DOCUMENTO Nº QUATRO





DOCUMENTO Nº CINCO






DOCUMENTO Nº SEIS





DOCUMENTO Nº SETE








































Veja também:



YOUSSEF DELATA AECÍM: VIU, JANOT ?

UOL ACHOU MELHOR TIRAR O AECÍM