Sou um torcedor ocasional do colorado dos pampas. É mais uma memória afetiva dos meus dias de guri. Assisto muito raramente a qualquer jogo e não tenho mais paciência para os noventa e poucos minutos de torcida. Sou um descrente tardio do esporte de competição.
Agora, estou assistindo com meu cunhado um jogo do colorado, direto pela televisão.
Não sei se assitirei algum jogo deste torneio da África do Sul que se aproxima. É bem provável que fique passeando de bicicleta durante os jogos. Aproveitando as ruas desertas e silenciosas. Refletindo sobre as minhas incompreensões desta sociedade que apelidamos de moderna.
Hoje, ouvi um desabado de perplexidade : "Às vezes me sinto 'estrangeiro' em meio ao meu estranhamento da insensibilidade que é capaz o ser (in)humano". Pela maneira como as pessoas são insultadas na sua condição humana em nossas internações hospitalares. O absoluto caos entre macas pelos corredores.
Na saúde, o meu presidente Lula está devendo.
No RS, o governo neo-liberal da senhora Crusius (candidata a RE-eleição) sabemos que nada fez ou quis fazer. Correu atrás do equilíbrio contábil, continua correndo.
O governo municipal do senhor Fogaça, na capital dos gaúchos e gaúchas, se fingiu de morto por seis anos, para ganhar algum sapato novo. É candidato ao governo do RS, quem sabe o povo lhe dá o sapato?
No mato onde a senhora Crusius e o senhor Fogaça vão caçar já sabemos que não sai nada.
Mas nenhum governo de esquerda, pelas convicções que exerce o poder, se acomoda ao que acontece com a saúde do seu povo. Pobre que se dane, não tem dinheiro para enfrentar a ganância do capital, então, fique conformado. É assim mesmo, não tem outro jeito.
Não posso aceitar isso.
Terminou o jogo do colorado. Empatou... que se dane.
Estão oferecendo um milhão de reais, por cada trinta dias de trabalho, para o treinador Felipão. Olho incredulo para o meu cunhado, não posso acreditar... que se dane!
Para isso tem dinheiro? Uma loteria por mês para um homem apenas... que se dane!
Enquanto na saúde os nossos hospitais públicos continuam super lotados.
E o interior do RS com hospitais desocupados, bocejando de ócio.
Alguém sabe responder por que temos um milhão para um só homem e na saúde somos tratados como indigentes?
Não conseguimos resistir a força do capital?
É simples assim? A ganância?
Não temos planejamento estratégico na saúde?
Qual a estratégia para sensibilizar a nossa humanidade?
Vou pedalando as minhas dores, com medo dos hospitais.
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