Hoje a TV Globo, pressionada pelo movimento na internet contra a sua tentativa de transformar em “guerra” o incidente envolvendo o técnico Dunga – seja lá o que estiver por detrás disso - emitiu nota dizendo que não está fazendo qualquer movimento contra ele. Em nota publicada na Folha de S. Paulo, afirma que “o único movimento do qual a TV Globo faz parte é de torcida pela seleção brasileira”. Diz ainda que “no mais, queremos apenas que nossos profissionais sejam tratados com o mesmo respeito com que desempenham seu trabalho.”
Quando li isso, lembrei do comportamento que todos os meios de comunicação, em nome das “boas maneiras, da educação, dos modos que os homens de vida pública devem manter”, tiveram quando o Rei Juan Carlos, da Espanha, numa reunião de chefes de Estado, no final de 2007, em Santiago do Chile, dirigiu seu famoso “porque no te callas” ao presidente venezuelano Hugo Chávez.
A imprensa e as televisões vibraram. Os jornais saudaram aquela intervenção como uma reação merecida pelo venezuelano.
Não foi sussurada, afastado do microfone. Foi direto, com gestos, em alto e bom som.
Mas Juan Carlos não mereceu o “comportamento compatível de alguém tão vitorioso” que foi cobrado de Dunga e muito menos recebeu condenações.
Ou será que os dois Carlos, o Juan Alfonso Víctor María de Borbón y Borbón-Dos Sicilias, Rei, e Carlos Caetano Bledorn Verri, o Dunga, não são dois seres humanos, daqueles que nascem livres e iguais?
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