Serra é o (ir)responsável por seu vice
Eu não sou uma pessoa sectária e primária ao ponto de achar que toda pessoa que diverge do que penso é, por isso, desqualificada. Há inúmeras pessoas que discordam do apoio a Dilma e do Governo Lula que são gente correta, honesta e preocupada com o Brasil. Gente que tende a votar em José Serra por força da imagem de intelectual, de homem preparado que sua trajetória e, sobretudo, a mídia produziu.
A estas pessoas peço que, por um momento, ponham de lado nossas divergências eleitorais e verifiquem friamente, se pode ser minimamente responsável alguém que escolhe como eventual substituto do Presidente da República alguém que expressa tamanha irresponsabilidade quanto a que se revela no vídeo abaixo.
Não é só o fato de ser alguém de pouca significação política, porque isso, um dia, até os maiores líderes tiveram. Nem mesmo o fato de não ter nenhuma experiência administrativa, senão como secretário municipal é definitivo.
O problema é que ele não tem o equilíbrio pessoal necessário para a função. Alguém que se prepara para assumir uma posição institucional desta envergadura, a de vice-presidente da República, não pode agir levianamente.
A responsabilidade criminal pelo que disse no vídeo que coloquei no post anterior é do Sr. Antonio Pedro de Siqueira I. da Costa.
A responsabilidade política por ele estar investido da condição de candidato a vice-presidente é de José Serra.
Ou melhor, a irresponsabilidade política.
Mais ainda, a irresponsabilidade com o seu próprio país, ao qual, em nome de seus interesses eleitorais, aceita submeter ao risco de ficar nas débeis mãos de uma pessoa totalmente sem qualidades para liderá-lo.
Por isso, peço que estas pessoas, diante das evidências e em nome de seu amor ao Brasil, não permitam que prospere esta irresponsabilidade.
É bom o Serra ir procurando outro vice
Coloco aí em cima o vídeo gravado para o site “Mobiliza PSDB” e publicado pela Folha para que você veja o nível de indigência moral do homem de que Serra diz ter escolhido “pessoalmente” para ser seu vice e, eventualmente, substuí-lo numa hipotética condição de Presidente da República.
Embora a Folha esteja, óbvio, destacando a acusação que faz – “todo mundo sabe”, todo mundo quem, cara pálida? – sobre o PT “ser ligado” ao narcotráfico e à guerrilha colombiana, o primarismo de da Costa (não vou mais chama-lo de Indio, por respeito aos nossos índios) se revela no que fala sobre Cuba.
Diz, vejam só, que foi a Cuba – não diz quando, mas supõe-se que em alguma viagem como deputado federal – levando uma revista Veja, de 2005, que dizia ter o PT recebido dinheiro de Cuba para a campanha eleitoral.
” Aí foi uma loucura, quase fui preso em Cuba com aquela revista. Ia para tudo que era canto com ela debaixo do braço. Até queria ser preso, para ver como é que era lá em Cuba essa história que tanto falam…Mas é um horror aquilo. Vocês não podem imaginar. Coitado do cubano”
Bem, não é preciso nem comentar as duas coisas. Sobre a primeira acusação, sugiro que da Costa consulte o seu ex-chefe Cesar Maia para saber o que rendeu, em matéria de processo judicial, uma acusação muito menos direta de envolvimento com o tráfico que ele fez a Leonel Brizola. Capaz que o ultraleve e a lancha que da Costa declarou ao TSE não dêem para pagar a indenização no processo que, espero, o PT comece amanhã na Justiça.
Da minha parte, vou solicitar da secretaria da Câmara informações sobre viagens oficiais do Deputado da Costa a Cuba, representando a Câmara dos Deputados, para saber se ele foi tentar ser preso com o dinheiro do contribuinte ou se foi buscar uma experiência de turismo carcerário com seus próprios recursos. Se foi oficial, queremos saber como foi este “quase ser preso”, porque tem que fazer parte do relatório que cada parlamentar que viaja ao exterior é obrigado a fazer.
É claro que, no caso de qualquer violência contra um parlamentar, a Casa teria agido, mas é bom saber também qual é a posição da Câmara no caso de que um representante seu procure, deliberadamente, ser detido, para fazer disso bandeira política pessoal.
De qualquer forma, parece que o regime cubano não é tão feroz assim, por o deputado Antonio Costa não conseguiu realizar seu sonho de ir em cana.
O mais grave, porém, está relatado no blog de Josias de Souza. É que isso não foi um “escorregão” do da Costa. Ele pediu aos “repórteres” do PSDB que lhe fizessem “perguntas picantes”. Tiraram, depois, o vídeo porque sentiram que ele “passara do ponto”.
É o papel que lhe deram para desempenhar, o de agente provocador. Com a sua inexperiência, inebriado pela súbita notoriedade que conseguiu, fará tudo o que lhe disserem para fazer nos seus 15 minutos de glória. Na improvável hipótese de uma recuperação de Serra, com a estratégia histérica, e havendo chances reais de vitória, trocam-no por um cacique do Dem, que este negócio de Vice-Presidência não é para bobo. Se, como é provável, Serra siga se desmilinguindo, ninguém chorará por levar junto um lacerdinha sem-importância política?
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