A onda
Qualquer observador mais atento do cenário nacional percebe que dentre aqueles extratos sociais que consomem e analisam informações acerca das eleições 2010 já há uma avaliação majoritária de que Dilma ganhará as eleições. Mas isto não justificaria uma estratégia tão agressiva e uma elevação sem precedentes no tom do discurso da campanha de Serra e seu vice, Da Costa.
Aquela campanha “Serra Paz e Amor” vem sendo desfeita a golpes diários de acusações que ligam o PT às FARC, ao narcotráfico, à uma nebulosa quebra de sigilo fiscal de um dirigente nacional do PSDB, ao passado “guerrilheiro” de Dilma. E, parece, vem mais por aí. O que justificaria tamanha guinada na estratégia comunicativa da campanha? Pode haver várias explicações. Mas não é possível ignorar uma possibilidade: está se conformando uma onda real, inexorável e vertiginosa que arrastará a eleição presidencial para um desfecho em primeiro turno. E, é claro, com vitória de Dilma. Há várias pesquisas do interior de São Paulo que demonstram um encurtamento espantoso na diferença Serra X Dilma no bastião tucano do país. E daí?, poderiam afirmar alguns. Daí que inclusive São Paulo e Minas Gerais podem começar a ruir, e escapar das mãos tucanas. Isto justificaria uma estratégia agressiva que, mais do que atingir e tirar votos de Dilma e do PT, parece voltada à uma necessidade vital dos tucanos: fidelizar seu eleitorado, amalgamar os setores médios que receiam o “radicalismo petista”, segurar o dique a fim de impedir que a barragem rompa.
Sim, senhores: a onda está vindo. E poderemos ver em outubro uma hecatombe tucana de proporções colossais. Que arrebente os pilares mais caros de sustentação deste projeto: os governos de SP e MG.
Portanto é bom preparar galochas e capas de chuva e, principalmente, tirar as crianças de perto da TV. Porque se a onda continuar se conformando os tucanos tendem a abrir a caixa de ferramentas.
Foto: Roberto Stuckert Filho
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