Isolamento, tumulto e esvaziamento: a campanha de Dilma e Tarso no RS, segundo ZH
Chega a ser comovente o esforço de jornalistas da RBS em encontrar algum viés negativo nos atos públicos e comícios das candidaturas Dilma Rousseff e Tarso Genro no Rio Grande do Sul. O comovente, neste caso, para ser mais exato, anda de mãos dadas com o ridículo. No dia 6 de julho, o ato que deu início à campanha das duas candidaturas no Estado foi destacado com a palavra “tumulto”. Dilma e Tarso juntaram muita gente e acabaram provocando um “tumulto” no centro de Porto Alegre.
Agora, o “tumulto” deu lugar ao “esvaziamento”. O comovente dá lugar ao ridículo que, por sua vez, cede lugar ao surreal. Se há algo que não pode ser destacado como “esvaziado” é o comício realizado ontem no Gigantinho. Pois a Zero Hora, desde ontem à noite, conseguiu dar destaque a um “Gigantinho esvaziado”. Essa era a expressão que destacava a manchete de ZH sobre a fala de Lula no Gigantinho. O presidente demorou tanto a falar que metade do público foi embora, dizia o jornal, em sua página na internet.
Nesta sexta, a colunista política de ZH, Rosane de Oliveira, foi mais específica e disse que o “esvaziamento” ocorreu justamente no momento em que Lula disse que Tarso Genro é seu candidato no RS. “Metade do público já havia ido embora”, escreveu. Ufa!
Antes de iniciar a campanha, a palavra que definia a campanha de Tarso no Estado, segundo ZH, era isolamento. Pois o isolamento virou tumulto que, felizmente, acabou esvaziado no final da noite de ontem. É notável, mas não surpreendente, que a principal analista política do jornal do grupo RBS tenha dificuldade em reconhecer e afirmar (numa frase que seja) o que os próprios adversários de Lula, Dilma e Tarso no Estado já admitem: que as suas campanhas aqui no Estado saíram na frente na mobilização da militância. Mas aí, é claro, já é pedir demais para um jornalismo imparcial.
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