quarta-feira, 20 de julho de 2011

e você ficaria encabulado?

O magnata encabula-se

Cristina Rodrigues no Somos andando




Está feia a coisa pelas bandas de cá. Se contassem uns tempos atrás, acho que poucos acreditariam, mas o magnata das comunicações Rupert Murdoch está realmente constrangido e acuado. Capa da maioria dos jornais, o escândalo – que já inclui prisão e morte – atinge forte o todo-poderoso do setor. É assunto das rodas de conversa, o principal na TV. E não é só Murdoch que se constrange. Parece que todo um modelo de se fazer o que eles chamam ainda de jornalismo está sendo desmascarado, e ninguém está muito confortável ao noticiar o fato.

É aquela sensação de ter que apontar o dedo para não parecer cúmplice, porque a coisa estourou, mas sem muita segurança sobre se de repente não se está criticando um modo de fazer que também é seu. O fato é que o jornalismo mudou. Ele se “adaptou” aos tempos. Tempos em que especular vale mais do que comprar efetivamente. E comprar vale mais do que viver. E, bem, trapacear para conseguir qualquer coisa é ser esperto. Ética, pra quê? A visão do poder suplanta esse tipo de bobagem.



A Inglaterra ri e chora de seus figurões. Figuras que já não são mais de um país só, mas magnatas globais, com investimentos ao redor do mundo. Como se fosse bonito ter um estrangeiro se ocupando de informar das coisas de nossa terra, qualquer que seja ela.

Mas não que a gente possa olhar de longe e dizer que no Brasil tudo é diferente. Pobre, mas limpinho. Well, nós temos as nossas fichas falsas na capa do jornal mais vendido, jornalistas acessando senhas que davam informações de investigações sigilosas de governo, entre outros. Ninguém parece muito santo.

Talvez a Inglaterra possa servir de exemplo por fazer disso notícia e encabular-se. Na nossa pátria amada… bem, deixa pra lá.

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