Se mídia não crê no Amaury, acredite na Veja
Tijolaço
O deputado Brizola Neto vai levar, hoje, um dos livros do jornalista Amaury Ribeiro Júnior à tribuna da Câmara.
Porque, como já se disse aqui, são dois livros. Um, que conta a história. Outro, que tem os documentos que a provam.
Por isso, o que vai ser levado ao plenário é um só: a parte, o que contém os documentos que provam as conexões entre o “coletor” das campanhas de José Serra – a expressão não é nossa – e os paraísos ficais no Caribe.
Quem vai dizer o que ele fazia não é o Amaury, para não se impugnar a verdade por conta de seu desprezo pelos tucanos.
Vai ser uma denúncia daquelas que a imprensa gosta, com a reprodução de uma matéria da Veja.
Não a Veja de agora, quando ela ignora solenemente este escândalo.
Mas a de 8 de maio de 2002,que noticia que Ricardo Sérgio – e dois ministros de FHC o confirmam – andava pedindo R$ 15 milhões de propina na privatização da Vale.
“Ricardo Sérgio não caiu de pára-quedas no chamado ninho tucano. Ele foi apresentado a José Serra e a Fernando Henrique Cardoso pelo ex-ministro Clóvis Carvalho. Em 1990, José Serra candidatou-se a deputado federal e não tinha dinheiro para fazer a campanha. Clóvis Carvalho destacou quatro pessoas para ajudá-lo na coleta. Um deles era Ricardo Sérgio. Em 1994, Serra se candidatou ao Senado por São Paulo, e Ricardo Sérgio voltou a ajudá-lo como coletor de fundos de campanha. A última disputa da qual Serra participou foi para a prefeitura de São Paulo, em 1996. Depois, o senador não mais concorreu em nenhuma outra eleição, até a deste ano. Ricardo Sérgio também foi uma das pessoas acionadas para arrecadar contribuições para a campanha presidencial de Fernando Henrique Cardoso, em 1994. O mesmo acontece uma reeleição de FHC, em 1998. Na função de coletor de contribuições eleitorais, Ricardo Sérgio era muito bem-sucedido.
Tome-se a campanha de José Serra para o Senado, em 1994. Coube a Ricardo Sérgio conseguir uma doação milionária do empresário Carlos Jereissati, do grupo La Fonte e um dos donos da Telemar. Jereissati é amigo de Ricardo Sérgio desde os anos 70. A pedido de Ricardo Sérgio, Jereissati lhe entregou o equivalente a 2 milhões de reais. “Foram quatro ou cinco prestações, não me lembro exatamente”, afirmou Jereissati a VEJA. Na lista oficial de doadores do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo não há registro de doação desse valor feita por Jereissati a Serra em 1994. Constam três doações de empresas do grupo La Fonte: uma no dia 11 de julho, de 15000 reais, outra em 9 de agosto, de 30000 reais, e uma terceira em 27 de setembro, de 50000 reais. Ou seja, os 2 milhões saíram do cofre de Jereissati e não chegaram ao registro oficial das arrecadações de Serra. Outro exemplo da eficiência arrecadatória de Ricardo Sérgio. Em 1998, ele teve uma conversa com os sócios do consórcio Telemar e obteve a segunda maior doação da campanha da reeleição de FHC. De acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral, o Itaú foi o maior doador daquele ano, com 2,6 milhões de reais. Dois sócios da Telemar, o grupo Inepar e o La Fonte, deram juntos 2,5 milhões.
Como é natural na formação das equipes de governo, pessoas que trabalham nas campanhas acabam sendo convidadas a ocupar postos na administração pública. A qualidade do cargo está relacionada à importância do correligionário, mas leva em conta a formação profissional e o passado do candidato ao emprego. Ricardo Sérgio, de 56 anos, é economista, com pós-graduação na Fundação Getúlio Vargas. Atuou no mercado financeiro e tem experiência internacional. Morou dois anos em Nova York, trabalhando pelo Citibank. O convite para o cargo em Brasília veio de Clóvis Carvalho. José Serra endossou a escolha. Foi indicada para Ricardo Sérgio a diretoria da área internacional e comercial do Banco do Brasil. Ele começou a trabalhar em 1995 e era o único diretor não escolhido pelo presidente do banco, Paulo César Ximenes. No dia-a-dia, o diretor mantinha uma atuação de espectro amplo. No Palácio do Planalto, costumava resolver problemascom o ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas Pereira, com quem falava sobre política. Na Previ, não apenas orientava decisões como também nomeou um dos pilares da instituição, o responsável pela direção de investimentos. O escolhido foi João Bosco Madeiro da Costa, com quem havia trabalhado na iniciativa privada. A intimidade dos dois era tão grande que costumavam tratar-se por “boneca” ao telefone.”
O livro de Amaury Ribeiro Jr. tem “apenas” as provas.
Há um processo arrastando-se na Justiça. E há, mais grave ainda, o mesmo esquema corrupto acontecendo no Brasil de hoje.
Documentos escandalosos que revelam uma triangulação empresarial entre o “administrador” da Rádio Disney, de PHC , o JP Morgan e o Citibank. Comprando empresas a R$ 99 e elevando seu capital, do dia para a noite, a mais de R$ 50 milhões.
E o mesmo banco comprando empresas em nome de prepostos e nomeando a filha de um conhecido político como conselheira e procuradora.
O novelo começou a ter seus fios puxados.
Porque, como já se disse aqui, são dois livros. Um, que conta a história. Outro, que tem os documentos que a provam.
Por isso, o que vai ser levado ao plenário é um só: a parte, o que contém os documentos que provam as conexões entre o “coletor” das campanhas de José Serra – a expressão não é nossa – e os paraísos ficais no Caribe.
Quem vai dizer o que ele fazia não é o Amaury, para não se impugnar a verdade por conta de seu desprezo pelos tucanos.
Vai ser uma denúncia daquelas que a imprensa gosta, com a reprodução de uma matéria da Veja.
Não a Veja de agora, quando ela ignora solenemente este escândalo.
Mas a de 8 de maio de 2002,que noticia que Ricardo Sérgio – e dois ministros de FHC o confirmam – andava pedindo R$ 15 milhões de propina na privatização da Vale.
“Ricardo Sérgio não caiu de pára-quedas no chamado ninho tucano. Ele foi apresentado a José Serra e a Fernando Henrique Cardoso pelo ex-ministro Clóvis Carvalho. Em 1990, José Serra candidatou-se a deputado federal e não tinha dinheiro para fazer a campanha. Clóvis Carvalho destacou quatro pessoas para ajudá-lo na coleta. Um deles era Ricardo Sérgio. Em 1994, Serra se candidatou ao Senado por São Paulo, e Ricardo Sérgio voltou a ajudá-lo como coletor de fundos de campanha. A última disputa da qual Serra participou foi para a prefeitura de São Paulo, em 1996. Depois, o senador não mais concorreu em nenhuma outra eleição, até a deste ano. Ricardo Sérgio também foi uma das pessoas acionadas para arrecadar contribuições para a campanha presidencial de Fernando Henrique Cardoso, em 1994. O mesmo acontece uma reeleição de FHC, em 1998. Na função de coletor de contribuições eleitorais, Ricardo Sérgio era muito bem-sucedido.
Tome-se a campanha de José Serra para o Senado, em 1994. Coube a Ricardo Sérgio conseguir uma doação milionária do empresário Carlos Jereissati, do grupo La Fonte e um dos donos da Telemar. Jereissati é amigo de Ricardo Sérgio desde os anos 70. A pedido de Ricardo Sérgio, Jereissati lhe entregou o equivalente a 2 milhões de reais. “Foram quatro ou cinco prestações, não me lembro exatamente”, afirmou Jereissati a VEJA. Na lista oficial de doadores do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo não há registro de doação desse valor feita por Jereissati a Serra em 1994. Constam três doações de empresas do grupo La Fonte: uma no dia 11 de julho, de 15000 reais, outra em 9 de agosto, de 30000 reais, e uma terceira em 27 de setembro, de 50000 reais. Ou seja, os 2 milhões saíram do cofre de Jereissati e não chegaram ao registro oficial das arrecadações de Serra. Outro exemplo da eficiência arrecadatória de Ricardo Sérgio. Em 1998, ele teve uma conversa com os sócios do consórcio Telemar e obteve a segunda maior doação da campanha da reeleição de FHC. De acordo com os dados do Tribunal Superior Eleitoral, o Itaú foi o maior doador daquele ano, com 2,6 milhões de reais. Dois sócios da Telemar, o grupo Inepar e o La Fonte, deram juntos 2,5 milhões.
Como é natural na formação das equipes de governo, pessoas que trabalham nas campanhas acabam sendo convidadas a ocupar postos na administração pública. A qualidade do cargo está relacionada à importância do correligionário, mas leva em conta a formação profissional e o passado do candidato ao emprego. Ricardo Sérgio, de 56 anos, é economista, com pós-graduação na Fundação Getúlio Vargas. Atuou no mercado financeiro e tem experiência internacional. Morou dois anos em Nova York, trabalhando pelo Citibank. O convite para o cargo em Brasília veio de Clóvis Carvalho. José Serra endossou a escolha. Foi indicada para Ricardo Sérgio a diretoria da área internacional e comercial do Banco do Brasil. Ele começou a trabalhar em 1995 e era o único diretor não escolhido pelo presidente do banco, Paulo César Ximenes. No dia-a-dia, o diretor mantinha uma atuação de espectro amplo. No Palácio do Planalto, costumava resolver problemascom o ex-secretário-geral da Presidência da República Eduardo Jorge Caldas Pereira, com quem falava sobre política. Na Previ, não apenas orientava decisões como também nomeou um dos pilares da instituição, o responsável pela direção de investimentos. O escolhido foi João Bosco Madeiro da Costa, com quem havia trabalhado na iniciativa privada. A intimidade dos dois era tão grande que costumavam tratar-se por “boneca” ao telefone.”
O livro de Amaury Ribeiro Jr. tem “apenas” as provas.
Há um processo arrastando-se na Justiça. E há, mais grave ainda, o mesmo esquema corrupto acontecendo no Brasil de hoje.
Documentos escandalosos que revelam uma triangulação empresarial entre o “administrador” da Rádio Disney, de PHC , o JP Morgan e o Citibank. Comprando empresas a R$ 99 e elevando seu capital, do dia para a noite, a mais de R$ 50 milhões.
E o mesmo banco comprando empresas em nome de prepostos e nomeando a filha de um conhecido político como conselheira e procuradora.
O novelo começou a ter seus fios puxados.
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