quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

O seu poço não vazou por “razões ideológicas”, vazou por razões técnicas, econômicas e pela arrogância que o senhor dá como exemplo ao tratar o Governo e as leis brasileiras

Sr. Moshiri: o Brasil não é seu quintal

Tijolaço





O Sr. Ali Moshiri, vicepresidente para América Latina e África da Chevron, está de volta às páginas.


Hoje, numa entrevista ao Wall Street Journal, ele reclama da severidade (?) com que a Chevron está sendo tratada. Diz que a Polícia Federal atrapalhou o combate ao vazamento chamando executivos da empresa para depor. E que nunca viu “um vazamento tão pequeno gerar tamanha reação”.


Não gerou, senhor Moshiri, a não ser muitos dias depois de começar, quando finalmente a blogosfera fez a imprensa tradicional começar a revelar que o vazamento não era de umas gotinhas.


A sua empresa é quem tratou o Brasil com desrespeito.


Descumpriu o projeto de perfuração apresentado às autoridades brasileiras.


Mentiu desavergonhadamente, três dias depois do acidente, dizendo que a saída de petróleo pelo fundo do mar era “um fenômeno natural”


Sua empresa foi condenada judicialmente por um destes “pequenos” vazamentos, no Equador, por prejuízos humanos e ambientais, no valor de US$ 8 bilhões e luta para proibir a exibição do filme onde isso é narrado, que a gente reproduz aí em cima.


Os senhores já não podem mais controlar tudo, governos e imprensa.


Acabam de ser flagrados com depósitos de gás sulfídrico, um produto letal, em outra plataforma, com grave risco aos trabalhadores.


Os senhores não estão sendo honestos desde o princípio. Não estão cumprindo as regras a que se comprometeram.


O seu poço não vazou por “razões ideológicas”, vazou por razões técnicas, econômicas e pela arrogância que o senhor dá como exemplo ao tratar o Governo e as leis brasileiras, chamando de “exagero” o que é uma reação dentro da lei e das regras administrativas e comerciais que sua empresa aceitou e prometeu cumprir.


O senhor, além de irresponsável, arrogante e desrespeitoso é, com o devido respeito, um burro rematado. Não percebeu que seus chefes – o senhor é uma pecinha de terceira no comando da empresa – no board da Chevron entregam a sua cabeça com muito mais facilidade do que entregariam um cento de barris de óleo.


Aliás, encerrar as atividades de exploração da Chevron no Brasil pode vir a ser sua última tarefa no cargo.

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