A Veja não é jornalismo, é panfleto sujo
Quero registrar de público meu aplauso à reação pronta e dura da Ministra Erenice Guerra ao monte de lixo publicado hoje pela Veja, acusando-a e ao seu filho de reberem propinas para intermediarem negócios públicos. Reagiu como devem reagir pessoas de bem, não gaguejando explicações, mas partindo para cima de seus ofensores com a civilizada arma do processo judicial.
A vocês, posso dizer que, depois de três anos e meio circulando em Brasília, que é literalmente impossível que um rapaz, filho da pessoa que todos sabemos ser braço direito – e, agora ela própria Ministra – da Casa Civil estivesse vendendo lobby a empresários na capital. Isso ia correr à boca pequena no máximo por alguns poucos dias e logo estouraria. Não há segredos deste tamanho em Brasília que não sejam cochichados ou virem boatos.
Se há algo que deploro, neste assunto, foi a ministra ter recebido o enviado da Veja como jornalista e prestado os esclarecimentos que julgou necessário. Uma autoridade do Governo, ao ser procurada pela Veja, deve imediatamente munir-se de uma câmara, um gravador e um advogado. Porque certamente se estará preparando ali um ato de delinqüência político-eleitoral.
A história da Veja não bate, nem precisa bater. Não é jornalismo, é patifaria. A Veja é um panfleto sujo de uma campanha suja.
A ministra reagiu com uma nota firme, em linguagem clara e induvidosa, que transcrevo a seguir:
“Sobre a matéria caluniosa da revista VEJA, buscando atingir-me em minha honra, bem como envolver familiares meus, cumpre-me informar:
1) Procurados pelo repórter autor das aleivosias, fornecemos –tanto eu quanto os meus familiares– as respostas cabíveis a cada uma de suas interrogações. De nada adiantou nosso procedimento transparente e ético, já que tais esclarecimentos foram, levianamente, desconhecidos;
2) Sinto-me atacada em minha honra pessoal e ultrajada pelas mentiras publicadas sem a menor base em provas ou em sustentação na verdade dos fatos, cabendo-me tomar medidas judiciais para a reparação necessária. E assim o farei. Não permitirei que a revista VEJA, contumaz no enxovalho da honra alheia, o faça comigo sem que seja acionada tanto por DANOS MORAIS quanto para que me garanta o DIREITO DE RESPOSTA;
3) Como servidora pública sinto-me na obrigação, desde já, de colocar meus sigilos fiscal, bancário e telefônico, bem como o de TODOS os integrantes de minha família, à disposição das autoridades competentes para eventuais apurações que julgarem necessárias para o esclarecimento dos fatos;
4) Lamento, por fim, que o processo eleitoral, no qual a citada revista está envolvida da forma mais virulenta e menos ética possível, propicie esse tipo de comportamento e a utilização de expediente como esse, em que se publica ataque à honra alheia travestido de material jornalístico sem que se veicule a resposta dos ofendidos.
Brasília, 11 de setembro de 2010.
Erenice Guerra
Ministra-Chefe da Casa Civil da Presidência da República.”
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