O Serra tem um encontro
marcado com o Amaury
Conversei com a minha amiga argentina, que tinha assistido ao debate da Rede TV.
Que lástima !, disse ela.
Não se discute nada.
E que insensatez é essa, trazer o Irã para a pauta se um dos candidatos quer acabar com o Mercosul, aqui, do outro lado do rio ?
Pois é, fiquei quieto.
Pensei com os meus botões.
Quem tem a obrigação de formular, criticar, propor, contestar é a oposição.
O Governo investe no continuísmo, ainda mais que o Governo Lula é um sucesso.
O que a Dilma pensa ?
O que a Dilma quer ?
Aprofundar a PNAD.
E a oposição não tem o que formular.
O Zé Baixaria diz qualquer coisa, sobre qualquer assunto e é sempre de uma obviedade de corar a Marina, a Marina !
O Zé Baixaria reduziu-se à baixaria.
Ao udenismo furioso, sem talento.
Carlos Lacerda era moralista, hipócrita, mas tinha talento.
Lacerda saiu do Governo da Guanabara como dono de um banco, ele que tinha sido comunista e parlamentar a vida toda (o jornal “Tribuna da Imprensa” ganhava menos dinheiro do que os jornais do PiG (*) de hoje.)
Um moralismo que não resistiria a meia hora de twitter, hoje.
Mas, tinha talento.
Ao Zé Baixaria, o da Calúnia, resta o fim melancólico do Marco Aurélio Garcia.
O Serra e o Farol de Alexandria são incapazes de produzir uma metáfora.
Uma frase que você leve para casa.
O sol não brilha perto deles.
Enquanto isso, a água sobe pelas canelas deles.
Vem aí o livro do Amaury.
Preciado, Ricardo Sérgio, Verônicas Serra e Dantas – e todos os esqueletos vão ficar à mostra.
Serra não disputa apenas a presidência.
Ela luta contra o Amaury.
Hoje, o jenio tenta desconstruir o passado – que está inteiro no livro do Amaury.
Serra tem um encontro marcado com o Amaury, no High Noon.
Só que o Gary Cooper é o Amaury
No dia 4 de outubro, o Serra vai se reunir com o Gabeira, o Luiz Paulo Velloso Lucas, o Jarbas e o Aloísio Nunes para fundar um novo partido.
A UDN.
Paulo Henrique Amorim
(*) PiG: Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
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