quinta-feira, 9 de junho de 2011

Porto Alegre: Vila Dique

Moradores da Vila Dique sofrem com atraso. Empresa não tem estrutura para tocar a obra, diz Demhab



A geógrafa Lucimar Siqueira relata, no Blogue Blue, as dificuldades que as famílias removidas da Vila Dique, em Porto Alegre, estão enfrentando para serem reassentadas, conforme prometido pela Prefeitura da capital. Segundo ela, há muitas famílias vivendo em situação precária e aguardando o prometido reassentamento, enquanto a Prefeitura anuncia o rompimento com a construtora encarregada das obras do novo loteamento.

Segundo notícia divulgada pela rádio Guaíba, a direção do Departamento Municipal de Habitação recebe nesta quinta-feira (9) os representantes da construtora Dan-Herbert, de Brasília, responsável pela construção do loteamento no bairro Rubem Berta, para onde devem ser transferidas as 1.476 famílias da Vila Dique. Até o momento, foram entregues somente 404 unidades e as obras estão atrasadas. O diretor geral do Demhab, Humberto Goulart, defendeu a rescisão do contrato alegando que a empresa “não tem estrutura financeira para tocar o empreendimento”.

Perguntar não ofende: a Prefeitura só descobriu agora que a “empresa não tem estrutura financeira para tocar o empreendimento”?

O Demhab está tentando uma “ruptura amigável” com a empresa e a abertura de uma licitação emergencial para substituí-la.

“Discursos vazios, descaso, violação de direitos humanos são os ingredientes nos quais os moradores da Vila Dique estão imersos. Há recursos para que as pessoas tenham acesso à moradia digna, saudável, no entanto, o poder público municipal não se responsabiliza pelo uso adequado destas verbas”, escreve Lucimar Siqueira. Ela acrescenta:

“Mesmo com todos os problemas detectados na construção, paralisação das obras, moradores transferidos para casas de passagens porque não havia casas suficientes até a data de entrega da área para a Infraero, os repasses do Orçamento Geral da União continuam acontecendo. Não se trata de financiamento, portanto, não há pagamento para nenhuma instituição financeira”. 

Os moradores, que já foram removidos, aguardam maiores esclarecimentos da Prefeitura.

Foto: Lucimar F. Siqueira

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