quarta-feira, 29 de junho de 2011

eu mudei... não sou mais assim


A verdadeira nudez de Myrian Rios




A deputada estadual do PDT do Rio de Janeiro Myrian Rios envolveu-se em uma polêmica ao afirmar, em pronunciamento na Assembléia Legislativa fluminense, que é contra projeto de lei que tramita naquela Casa – análogo ao projeto de lei do Legislativo federal que versa sobre os direitos dos homossexuais – porque, se aprovado, empregadores não poderiam deixar de contratar um empregado por “discordarem” de sua orientação sexual.

Diante do potencial polêmico de tal declaração, levantou-se uma onda de indignação contra a deputada pedetista em que os insultos acabaram sendo inevitáveis por aqueles que não conseguiram suportar que alguém tenha promovido ataque tão feroz a milhões de cidadãos brasileiros pela natureza intrínseca de cada um. A virulência do ataque da deputada fez alguns levantarem até aspectos de sua carreira artística que desautorizariam o seu “moralismo”.

Antes de prosseguir, portanto, faz-se necessário estabelecer claramente quem é a ex-atriz e atual deputada estadual Myrian Rios. Abaixo, o teor de sua biografia na Wikipedia.

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Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Myrian Pinto Rios (Belo Horizonte, 10 de novembro de 1958) é uma atriz, apresentadora de TV e política brasileira.
Morou até quatro anos em sua cidade natal, quando se mudou para a pequena localidade de Guanhães, no interior do mesmo estado, onde viveu dois anos, após os quais sua família se mudou para a capital paulista.
Aos dezessete anos, disputou um concurso de novos talentos no programa de Moacyr Franco, onde ganhou uma participação em telenovela da Rede Globo.
Ainda iniciante, Myrian Rios fez fotos nua para ensaio da revista Lui, lançado em julho de 1978. No ano seguinte, voltou a posar nua por duas vezes para edições da revista Ele & Ela, da Bloch Editores. Esses ensaios causaram constrangimento ao seu noivo, o cantor Roberto Carlos, que optou por comprar das editoras todos os direitos sobre as fotografias, vedando que as fotos viessem a ser usadas novamente em qualquer publicação. Foi casada com Roberto Carlos por mais de 10 anos, mas não quis ter filhos, pois estava no auge da carreira.
Na Rede Globo, Myrian Rios, estreou na telenovela O Feijão e o Sonho, baseada no livro de Orígenes Lessa. Após a separação de Roberto Carlos, ela se casou duas vezes, e teve dois filhos: um com o médico Edmar Fontoura e outro com o ator André Gonçalves Barbosa. Ela se separou de seu último marido e não teve mais filhos, e nem outros casamentos, só namoros.
Atuou em várias novelas de sucesso como Escrava Isaura (1976), Marrom Glacê (1979) e Coração Alado (1980). Na década de 1980, ainda casada com o cantor Roberto Carlos, Myrian diminuiu sua participação na TV mas continuou a fazer personagens marcantes como a Gabriela em Ti Ti Ti (1985) e a Ana Galhardo em Bambolê (1987). Sua última participação em novelas foi em O Clone (2001).
Em 2002, passou a fazer parte do quadro de funcionarios da Fundação João Paulo II, mantenedora da comunidade católica Canção Nova. Essa é uma das várias novas comunidades católicas da Renovação Carismática. Atualmente, a atriz permanece no grupo religioso, e é consagrada e missionária na comunidade Canção Nova, participando de programas da rádio, internet e da emissora católica Canção Nova.
Em 2006, a atriz lançou o livro Eu, Myrian Rios, publicado pela editora Canção Nova, onde conta toda a história de sua vida e conversão à Renovação Carismática Católica. Em 2008 lançou o CD “Orações a São Miguel Arcanjo”.
Em 3 de outubro de 2010 elegeu-se deputada estadual pelo PDT-RJ, graças a expressiva votação do apresentador de TV, Wagner Montes que obteve mais de 500.000 votos.
Em 27 de junho de 2011, causou polêmica após declarações preconceituosas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro que associavam a homossexualidade à pedofilia.

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Apesar de que as declarações da deputada Myrian Rios foram amplamente reproduzidas pela internet nos últimos dias, quem não viu e quiser decidir por si só o que foi que ela disse, pode assistir ao vídeo abaixo.



Na opinião deste blog, o que a deputada disse foi que todo homossexual é um pedófilo em potencial. Apesar de o Supremo Tribunal Federal ter reconhecido que as relações “homoafetivas” são direito do cidadão e que, portanto, não podem lhe causar qualquer tipo de discriminação – e discriminação, obviamente, inclui empregadores recusarem contratação de alguém por sua sexualidade –, a deputada deixou claro que considera homossexualidade pré-condição para o crime de pedofilia.

Trata-se de um ataque quase impensável a MILHÕES de cidadãos brasileiros que pagam seus impostos e que não perderam um grama de cidadania pela natureza de suas relações afetivas, pois isso seria ilegal. A deputada equiparou esses cidadãos ao pior tipo de criminoso, o que ataca crianças.

Julgo plenamente compreensível, portanto, que algumas pessoas tenham se deixado indignar um pouco além da medida ao apontarem, por exemplo, que a moralista Myrian Rios de hoje tirou a roupa ontem para milhões de homens e mulheres que apreciavam o nu feminino.

Note-se bem que essas pessoas não estão acusando a decisão de alguém de posar nu, mas a contradição de uma moralista que quer decidir sobre a sexualidade alheia apesar de ter adotado conduta tão liberal no passado. Contudo, tal contradição poderia ser explicada através do argumento de que essa pessoa mudou e, agora, adotou dogmas cristãos que vetam tais comportamentos.

A nudez literal de Myrian Rios no passado, portanto, não é o que está em pauta – e nem deve ser colocado, a fim de não se usar moralismo contra os moralistas. O que se tem que discutir é o desconhecimento de uma deputada estadual dos princípios mais elementares de uma democracia e essa sua total ignorância científica, espantosa em alguém que recebeu mandato popular para propor e/ou votar leis que interferem nas vidas de toda a coletividade.

Além disso, há que discutir o aspecto penal dessa questão. Sim, porque, como este blogueiro disse ontem no Twitter, em seu entender a deputada Myrian Rios cometeu alguns crimes com as declarações que deu – calúnia e difamação, no mínimo.

Ainda não foi tipificado o crime de discriminação por orientação sexual, o projeto tramita na Câmara Federal, mas pelo menos a deputada difamou MILHÕES de cidadãos brasileiros homossexuais e de orientações sexuais análogas contra os quais não existe a menor prova científica de que tendem à pedofilia.
Essa é a verdadeira e reprovável nudez de Myrian Rios, a das suas idéias deformadas, incompatíveis com a posição que ocupa.

Que a lei, portanto, faça-se ouvir e, mais do que isso, que se faça sentir.

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