Os bancos são um novo império persa
Cristóvão Feil no Diário GaucheAs imagens são de ontem, quarta-feira 29/6. Observem que o cachorro baio (que dizem ser anarquista, mas sobre isso nada lhes posso assegurar, haveria que perguntar ao próprio) continua em combate. Ele está em quase todas as tomadas, valente, participativo e vanguardista. Viva o cachorro baio!
De outra parte, é de registrar a observação de Hegel, segundo a qual os fatos relevantes da história ocorrem, por assim dizer, duas vezes. Vejamos: a história antiga ensina que aconteceram grandes guerras de conquista ("guerras de raças", como diz Foucault), povos e territórios foram escravizados, saqueados, destruídos, esbulhados por dezenas, às vezes, centenas de anos. Lembro do velho império persa (século 5 a.C) tão bem reconstruído pela cativante narrativa de Gore Vidal, em sua obra "Criação", de 1981.
Pois bem, hoje, a Grécia repete um pouco - sob novos métodos, agora, bem mais ideológicos - a saga sacrificial dos povos da Babilônia, da Índia e de partes da China, então, submetidos aos reis da Pérsia, obrigados a se despojarem de tudo para satisfazerem a grandeza material de um reino de força militar e ambição desmedida. A "nova Pérsia", hoje, são os bancos, o sistema financeiro, que obriga países inteiros a se submeterem aos mais severos sacrifícios a fim de manter as burras do sistemão abastecidas do sangue, do suor e das lágrimas de populações inteiras. Sempre contando com autoridades locais (no caso o Pasok - Partido Socialista Grego) para fazerem o trabalho sujo de limpar a área para propiciar o pleno e completo (legalizado sob cerrada chantagem ideológica) saqueio nacional.
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