Apesar da intensa cobertura da onda de violência na Inglaterra – o vespertino gratuito Evening Standard dedicou 20 de suas 52 páginas às manifestações na terça-feira (9) –, os jornais parecem simplesmente não querer falar sobre suas causas, como se ocorressem por geração espontânea. Dos jornais locais, destaca-se pela qualidade e extensão da cobertura o The Guardian, que atualizou o site com informações recentes ao longo de todo o tempo. O excesso de informações desnorteia um pouco, e torna-se difícil filtrar e acessar conteúdo realmente útil, mas o interessante é que, além das notícias fresquinhas e factuais que vinham pelo minuto a minuto ou pelas matérias constantes, publicou uma série de artigos tentando analisar o que estava acontecendo. O jornal exerce não apenas o papel de produtor de notícia, mas também de filtro, já que seleciona entre as muitas informações circulando na internet as que são relevantes e verdadeiras. É o desafio do jornalismo atual, que teve mais uma prova durante os últimos dias em Londres.
Twitter, Facebook, celulares e outras tecnologias mais uma vez foram protagonistas, como já tinha acontecido durante a Primavera Árabe – especialmente no Egito – e nas manifestações dos “indignados” na Espanha, entre outros. Em 1968, os estudantes imprimiam jornais e distribuíam panfletos para organizar sua mobilização. Sem querer comparar o conteúdo político e social, mas apenas o meio de organização, agora os jovens usam a internet e os celulares. É o meio de que dispõem e que facilita a concentração de muito mais gente em muito menos tempo. A revolução, quando ela acontece, ou os protestos e a violência, não são feitos pelas redes sociais, mas elas são usadas como instrumento de mobilização. Nos anos 1990, nos comunicávamos por telefone. Agora, os meios multiplicaram-se, mas continuamos sendo nós a decidir o que fazer, com quem falar e qual o conteúdo de cada ação. Não foi o Twitter que causou a insatisfação popular, e adotar esse tipo de afirmação é partir para uma análise extremamente simplista da sociedade.
Em defesa das redes sociais, mesmo para quem ficou assustado com os “riots” e acha que é só um bando de baderneiros causando bagunça, há que se dizer que elas também foram usadas pelo “outro lado” (e coloco entre aspas porque não se trata de uma guerra entre mocinhos e bandidos). O Twitter virou uma central de informações para quem queria saber onde havia tumulto para tentar se proteger. Também foi usado nos dias seguintes, da mesma forma, como ferramenta de mobilização, e levou centenas de pessoas às ruas para limpar as calçadas de Londres.
Mas, ignorando a liberdade que as pessoas têm, ou deveriam ter, de se comunicar livremente, usando os meios de que dispõem, o primeiro ministro inglês agora propõe censurar redes sociais e mensagens de celular em momentos de conflito social. Mais uma vez, não só cogita retirar um direito dos cidadãos, mas busca num meio a causa. Ataca o veneno proibindo a embalagem.
Twitter, Facebook, celulares e outras tecnologias mais uma vez foram protagonistas, como já tinha acontecido durante a Primavera Árabe – especialmente no Egito – e nas manifestações dos “indignados” na Espanha, entre outros. Em 1968, os estudantes imprimiam jornais e distribuíam panfletos para organizar sua mobilização. Sem querer comparar o conteúdo político e social, mas apenas o meio de organização, agora os jovens usam a internet e os celulares. É o meio de que dispõem e que facilita a concentração de muito mais gente em muito menos tempo. A revolução, quando ela acontece, ou os protestos e a violência, não são feitos pelas redes sociais, mas elas são usadas como instrumento de mobilização. Nos anos 1990, nos comunicávamos por telefone. Agora, os meios multiplicaram-se, mas continuamos sendo nós a decidir o que fazer, com quem falar e qual o conteúdo de cada ação. Não foi o Twitter que causou a insatisfação popular, e adotar esse tipo de afirmação é partir para uma análise extremamente simplista da sociedade.
Em defesa das redes sociais, mesmo para quem ficou assustado com os “riots” e acha que é só um bando de baderneiros causando bagunça, há que se dizer que elas também foram usadas pelo “outro lado” (e coloco entre aspas porque não se trata de uma guerra entre mocinhos e bandidos). O Twitter virou uma central de informações para quem queria saber onde havia tumulto para tentar se proteger. Também foi usado nos dias seguintes, da mesma forma, como ferramenta de mobilização, e levou centenas de pessoas às ruas para limpar as calçadas de Londres.
Mas, ignorando a liberdade que as pessoas têm, ou deveriam ter, de se comunicar livremente, usando os meios de que dispõem, o primeiro ministro inglês agora propõe censurar redes sociais e mensagens de celular em momentos de conflito social. Mais uma vez, não só cogita retirar um direito dos cidadãos, mas busca num meio a causa. Ataca o veneno proibindo a embalagem.
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