segunda-feira, 28 de março de 2011

quando bate a saudade da escravidão

Uma elite saudosa da escravidão

Tijolaço



É inacreditável a matéria publicada hoje no Estadão:

Mães criam grupo ”antiterrorismo” contra empregadas

Elas trocam e-mails com observações sobre sua relação com funcionárias ”ingratas”, que as deixam até ”meio tontas’
Paulo Sampaio – O Estado de S.Paulo
Indignadas, cerca de 20 mães com sobrenomes tão colunáveis como Gasparian, Vidigal, Pignatari, Souza Aranha e Flecha de Lima se juntaram há cinco anos para fundar o GATB: Grupo Anti-Terrorismo de Babás.

A ideia era se proteger da “petulância” das funcionárias, dar dicas sobre o que fazer em caso de “abuso de direitos” e ainda trocar ideias sobre cabeleireiros, temporadas de esqui em Aspen e veraneios em condomínios do litoral norte.

Hoje, o grupo antiterrorista agrega por volta de cem mulheres que disparam e-mails diariamente. No campo “assunto”, leem-se frases como: “É necessário pagar feriado??”, com várias interrogações ou exclamações, inclusive em inglês, dependendo do tema. “Help!!”

A matéria faz parte de uma reportagem maior, que conta como casais de classe média alta estão contratando paraguaias  como babás para seus filhos, por causa de maior dependência – não têm casa nem família aqui – , salários menores e maior dificuldade em mudar de emprego. Dizem que elas são “menos roubáveis” por outras mães que se disponham a pagar melhor e  aceitam trabalhar todos os dias, sem folgas.
E, dormindo no emprego, ainda podem “ficar acordada caso o bebê caia no berreiro”.

E isso é a gente que defende a “modernidade”…

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