domingo, 27 de março de 2011

audiência 2

A audiência

 
A audiência da ação que Mônica Leal move contra este blogueiro foi rotineira, penso. Houve um pouco de emoção antes do início, quando descobrimos que minha filha não trouxera sua identidade, o que não permitiria que ela depusesse. Ela saiu correndo para buscá-la — moramos próximo ao Fórum — e, quando entrou no elevador, deu de cara com Mônica. Outro elevador, a mesma Mônica. Cenas análogas, para quem lembra do post.

Sem reconhecê-la, a autora da ação perguntou a ela se ali era o segundo andar. Depois a Bárbara me contou que lhe respondeu da forma mais detestável com seu Esgar Nº 1, um no qual uma careta indescritível é acompanhada de um som semelhante àquele que os Estegossauros costumam emitir quando de seu segundo AVC.  Parece que a atuação foi acompanhada de um braço que apontava para o enorme número 2 que estava pintado na parede. O Esgar Nº 1 é uma das coisas que mais me irritam na vida, pois, além do som, a Bárbara consegue estampar em sua cara o quanto somos idiotas, em sua opinião. (Uma adolescente. <— Esta expressão a irrita profundamente. É meu contra-ataque. Fecha parênteses).

Ela voltou a tempo, claro. Ela queria falar. A coisa começou com a identificação dos contendores e a entrevista de Mônica Leal. Fiquei fora da sala, caminhando de um lado para outro com minha filha, que fazia planos do que iria dizer enquanto eu me preocupava com o longuíssimo, épico, alentado e volumoso depoimento da nossa ex-Secretária de Cultura. Quando, após décadas, fui convidado retornar à sala, não fui ouvido — não imaginava que não seria necessário ouvir minha voz ainda hoje gripada. Foi então chamada uma das pessoas que estavam no elevador, a Dra. Rosanna Nejedlo, que foi perfeitamente veraz e depois minha mulher, que foi idem até demais.

Então a juíza fez uma cara de torturada para meu advogado e perguntou se ele achava necessário a oitiva de minha filha de 16 anos. Ele me passou a pergunta e eu, interpretando o rosto da juíza como um “não é necessário, já entendi tudo”, respondi que não achava necessário. É claro que, na saída, quase apanhei da Bárbara, principalmente depois de confessar que o culpado por sua dispensa era euzinho.

– Pô, eu vim, busquei correndo a carteira e nem pude dizer as coisas que queria dizer? Eu ia te ajudar.
– Babi, tive a impressão de que a juíza não estava muito a fim.

– MAS EU ESTAVA!

OK, OK, tranquilo… Meu excelente advogado, o Dr. Marcelo Bidone, despediu-se de nós e ainda me ligou no outro dia para fazer alguns comentários sobre as possibilidades. Estou revendo minhas opiniões a respeito destes profissionais.

O gozado é que meu estômago, sempre tão impecável e pronto para qualquer mesa e copo, estragou de vez. Mas talvez seja essa maldita gripe. Agradeço a todas as mensagens de apoio aqui e no twitter. Aqui a coisa foi mais séria; em 140 caracteres, recebi as mais engraçadas mensagens. Houve uma que me fez cair os “butiá do bolso”, né?

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