Agnelli não quer que
a gente saiba quanto ele ganha
A Comissão de Valores Mobiliários estabeleceu uma regra para companhias abertas, negociadas em Bolsa.
Um amigo navegante que lê com muita emoção a urubóloga Miriam Leitão telefona para contar que o Roger – é como ela se refere a ele – entrou com uma liminar para impedir que a CVM soubesse quanto ele ganha.
A CVM exige (quer dizer, a CVM não exige, ela implora) que as empresas informem o maior e o menor salário das diretorias.
Deve ser para saber se os executivos profissionais brasileiros – como o Roger – fazem como seus pares nos Estados Unidos: as empresas quebram e eles ficam ricos.
O processo está em andamento.
É possível que o sucessor do Roger seja constrangido a abrir o jogo.
Este ansioso blogueiro, por exemplo, acionista da Vale, gostaria muito de saber quanto os executivos da empresa ganham.
Quer dizer, o ansioso blogueiro sabe.
O amigo navegante contou que os oito diretores da Vale – veja bem, amigo navegante – os oito diretores ganham R$ 80 milhões por ano.
Deve dar uma bobagem de um milhão por mês para cada um.
Bobagem.
Coisa pouca.
Muito executivo americano deve chorar de inveja.
Executivo europeu, então, coitado, chora no meio feio.
E o Roger ?
Bem, o Roger I e Único deve ganhar bem mais que um milhão por mês.
Fora os dois jatinhos.
Embora, como se sabe, ele prefira o Bombardier.
Onde já se viu o Roger andar de Legacy da Embraer ?
Não se esqueça, amigo navegante, de acompanhar a notável contribuição que ele deu ao PiG (*), com uma verba publicitária de fazer inveja às Casas Bahia.
Como se a Vale vendesse colchão !
O amigo navegante conta também uma excentricidade do Roger: o centro de informática da Vale fica no exterior.
Quer dizer: a única coisa brasileira de que ele realmente gosta é do minério de ferro.
Viva o Brasil !
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
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