ainda tem tempo

Se o petróleo é nosso, que os empregos sejam também

Amigos e amigas, esse post o Professor não nos enviou, estamos publicando em homenagem a ele, e aos seus amigos professores e professoras.

O blog do baitasar acredita neste Brasil de todos e todas. Nosso País deixou de ser apenas o futuro, ele já é o presente de todos nós.

Não acredita?

Então, saia da frente da televisão, não ouça rádio e muito menos leia jornal (não se assuste, não será para sempre), por uma semana, é a proposta do baitasar.

Vamos, tente!

A novela não muda mesmo, basta olhar a primeira semana (entender a trama paranóica), lá vez que outra assistir novamente (somente para conferir se não mudou mesmo) e a última semana (não tem como perder por falta de aviso, conferir o final enfadonho do último beijo, felizes para quase sempre).
Os jornais são sempre a mesmice (sangue, futebol e articulistas desarticulados do povo - acadêmicos sem academia com o povo), e agora, temos mulheres em diário sempre semi-nuas  (quem sabe... você aproveita esse tempo e olha pra sua?). Consumidores de sangue, sexo e depressão.
O rádio e o futebol podem esperar um pouquinho (aqui no sul se não é gremista é colorado - a gente combina não mudar de time neste tempo de observações), quanta conversa nenhuma para nada, circo romano.

Olhe para sua rua, seu bairro, sua cidade (mas com calma) e observe os problemas do cotidiano que precisamos resolver. São muitos! Esses problemas estão contemplados pela mídia sedutora em discussões aprofundadas, ou mesmo, denúncias sérias, coerentes sem cortes e censuras?

Quem patrocina por essa deseducação?

O blog do baitasar é vileiro (sabe como é, a redação fica numa vila dentro das minhas cidades - vivo em duas cidades, Canoas e Porto Alegre), não entendeu, deixa pra lá.

Quais são os nossos problemas?

Queremos apenas poder sonhar com um transporte coletivo que cumpra seus horários e não demore tanto entre um que passou e o outro que talvez venha (o problema são os lucros e os desejos do dono).

E ruas e avenidas menos congestionadas. Como se faz isso com tantos carros nas ruas? É isso que mídias articuladas com o dia-a-dia poderiam estar propondo para o debate. Mas passam dias e meses publicando (odiando e desfigurando seus rostos) se o PAC empacou ou nunca vai desampacar. O meu problema não é o PAC ou o SAC, mas quando vejo um trânsito engarrafado (paredes de vidro que separam parachoques) e carros que carregam (vamos combinar que somos carregados pra lá e cá) apenas o motorista. Eis o símbolo da sociedade individualista que estamos vivendo (ou morrendo?)

Somos os consumidores consumidos em dores invisíveis (e desta vez não é um vírus), insatisfeitos em nossos potentes carrões. Buzinamos, invadimos a pista do sentido contrário (assim, pelo menos, no trânsito, acabamos com essa coisa de outro sentido). Pronto conseguimos, paramos tudo. Engarrafou. Uma saída e uma entrada.. ninguém sai ou entra ou passa ou chega

ou vai pro inferno... esse filho-da-mãe que não sai da frente... porra meu, faz a fila andar... tira essa luz da minha cara, idota!

Sociedade de homens e mulheres que aprendem receitas individuais, ditadas pelo quarto poder da República (a bem da verdade, não apenas desta república chamada brasil)

Esse é o País do presente, e futuro? Cada um por si, e Deus - será que Ele entra nessa - por todos e todas?

Ou salve-se quem puder?

Conseguiu ficar os sete dias passeando na vila?

Foi assaltado?

Então, você não é da vila! Você está há tanto tempo em casa, solitário, vendo, ouvindo e lendo essa gentiti que a vila não te reconheceu! Esqueceu que você nasceu e cresceu por aqui.

Mas ainda tem tempo!

Leia este post abaixo, pescado lá no Tijolaço, e pense... e se for verdade?

Tijolaço

Leio na Folha Online que o número de matrículas em cursos profissionalizantes cresceu 74,9% de 2002 a 2010,  chegando a 1,14 milhão, segundo o Ministério da Educação.
E que essa elevação, ao mesmo tempo em que é possível graças à ampliação do número de escolas técnicas, decorre da demanda das empresas por profissionais de média/alta qualificação.

A formação de profissionais neste nível sempre foi um grande problema no Brasil. No início dos anos 40, quando a indústria brasileira passou a não poder mais contar com a simples imigração de operários especializados vindos da Europa, isso foi enfrentado em duas frentes.

A primeira, com o Senai, mantido com recolhimentos compulsórios das empresas, a quem devemos gerações de trabalhadores qualificados, entre eles o torneiro-mecânico Luis Inacio Lula da Silva. Infelizmente, os preços dos cursos do Senai os torna, em sua maioria, inacessível às famílias com menos renda, exceto nas cotas de gratuidade.

A segunda foi a criação, com Getúlio Vargas,  de escolas técnicas federais, a começar pela antiga Escola Técnica Nacional – hoje, Cefet  – que se destinava aos filhos de operários – em regime de semi-internato e até internato, funcionando como escola de turno integral. A qualidade da ETN e depois Escola Técnica Celso Suckow da Fonseca era tão alta – enquanto as demais escolas públicas decaíam – que seus alunos passaram, na maioria, a ser de classe média, pois para ingressar ali tinha-se de enfrentar um concurso dificílimo, inclusive com preparatórios particulares.

O modelo de cursos profissionalizantes de pequena duração e baixa complexidade, embora isso seja parte também de um programa de qualificação profissional, não é suficiente para atender as demandas cada vez mais complexas da indústria. Sobretudo de uma que irá, nos próximos dez anos, tornar-se uma imensa devoradora de profissionais de alto nível: a do petróleo e gás.

Era meu projeto, na Secretaria do Trabalho, e continua sendo, no que eu puder influir como deputado junto ao Governo Federal, a criação de uma grande Escola Técnica de Petróleo e Gás no Rio de Janeiro.

Boa parte de nossas operações petroleiras se concentra ali. A base de operações de extração offshore é Macaé. Temos a Refinaria Duque de Caxias e logo teremos o Comperj, ainda maior, em Itaboraí. Fica no Rio o Cenpes, centro de excelência em pesquisas em petróleo. A UFRJ tem expertise em construção naval e a Universidade do Norte Fluminense foi a primeira a ter um setor específico para petróleo e gás.

Temos toda a massa crítica para fazer aqui este grande centro de formação de pessoal técnico de alto nível. Até porque esta necessidade está sendo suprida de forma caríssima para o país. O número de trabalhadores estrangeiros autorizados a exercerem suas atividades no país pulou de 43 mil, em 2009, para 53,5 mil em 2010. Um terço deles em plataformas de petróleo e quase isso em embarcações que prestam serviços a elas ou em outras atividades embarcadas, como a de turismo.

São profissionais com bons salários e que têm um custo ainda maior, pois não cobram barato para saírem de seus países. Nem todos os lugares, claro, podem ser ocupados por brasileiros, pois há muitos casos em que os equipamentos são locados juntamente com os trabalhadores e técnicos habituados a operá-los. Mas muitos, a maioria, poderiam ser.

A Petrobras tem feito um grande esforço de qualificação de mão de obra em seu setor, através do Prominp, que vai qualificar mais de 200 mil pessoas até 2014. Mas este programa  é realizado em instituições de ensino normais e existem especificidades que mais que justificam a criação de cursos específicos, desenhados para as necessidades que só ela conhece e, mais ainda, só ela pode dar acesso e contato durante a formação destes técnicos.

Acho que vale a pena lutar para que o Fundo Social do Pré-Sal, que tem educação e tecnologia dentro de suas destinações dos recursos do novo modelo de partilha aprovado no Congresso, invista numa escola assim, com alto padrão de qualidade e ajuste exato às necessidades da atividade petroleira que floresce.