Jobim, fofoqueiro, enfiou tumor na cabeça de Evo Morales
por Luiz Carlos AzenhaO ministro Nelson Jobim, que segundo o WikiLeaks prestou serviços de informação ao embaixador dos Estados Unidos no Brasil, ajudou a espalhar o boato de que o presidente da Bolívia, Evo Morales, tinha um tumor enfiado no nariz.
Como se sabe, as relações entre os Estados Unidos e a Bolívia são frígidas — e pouco mudaram depois que Barack Obama sucedeu George W. Bush.
O despacho do agora ex-embaixador Clifford Sobel, de 22/01/2009, baseou-se em fofoca feita pelo ministro Nelson Jobim depois de encontro entre o presidente Lula e Morales.
Seria um “grave tumor”, de acordo com o que a Folha relatou, baseada no vazamento de telegramas confidenciais no WikiLeaks.
O governo boliviano negou o tumor, disse que Evo Morales sofria de um problema no septo nasal que foi corrigido em uma cirurgia feita por médicos cubanos. É o que diz o R7.
É curioso que Dilma Rousseff vá manter no governo um ministro que, em plena campanha eleitoral, deixou no ar a impressão de que poderia se tornar ministro em um (argh!) governo Serra. Coisas de Brasília.
Leandro Fortes diz que Jobim é um X-9 gringo plantado no coração do futuro governo Dilma.
Mais cedo, Nelson Jobim negou em nota que tenha se referido de forma desairosa a Samuel Pinheiro Guimarães, o cérebro por trás da política externa independente e soberana do Brasil.
Quem realmente se divertiu com os boatos sobre a saúde alheia foi o jornalista britânico Robert Fisk, com quem tive o prazer de tomar uns drinques num dos muitos lançamentos de livros que ele fez em Nova York.
Fisk escreveu uma frase sobre os vazamentos de “doenças” no WikiLeaks:
“Adorei o espantoso relato de alguém que visitou a embaixada dos EUA em Ancara e contou aos diplomatas que o Líder Supremo do Irã Ali Khamenei sofria de leucemia e estava à morte. Não porque o pobre velho sofra de câncer – é mentira –, mas porque é o mesmo tipo de descalabro sobre líderes do Oriente Médio recalcitrantes que se vê há muitos anos. Lembro de quando “fontes diplomáticas” norte-americanas ou britânicas inventaram que Gaddafi estaria morrendo de câncer, que Khomeini estaria morrendo de câncer (muito antes de ele morrer), que o matador de aluguel Abu Nidal estaria morrendo de câncer 20 anos antes de ser assassinado por Saddam. Até na Irlanda do Norte um miolo-mole britânico contou-nos que o líder protestante William Craig estaria morrendo de câncer. Claro que Craig sobreviveu, como o horrível Gaddafi, cuja enfermeira ucraniana é descrita nos documentos dos EUA como “voluptuosa”, o que ela é. Mas haverá alguma dama loura não “voluptuosa”, nesse tipo de novelão?”
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