quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

juventude só tem vez quando cresce

Um começo frustrante para a política de juventude no RS


Por Leopoldo Vieira


Apesar de ter dado um exemplo de apoio à renovação e transição geracional, indicando o ex-diretor da UNE (2003-2005) Vinícius Wu, 29 anos, para ser seu chefe de gabinete, o desenho institucional para desenolver políticas públicas de juventude apresentado pelo governador gaúcho Tarso Genro gerou descontentamento generalizado, em todas as tendências do PT local e tende a se ampliar para outras juventudes partidárias da base de apoio e movimentos juvenis.

Pelo formato proposto, uma “Divisão de Juventude” ficaria subordinada a um departamento, por sua vez subordinado ao secretário de Justiça e Direitos Humanos. Neste departamento estariam outras “divisões”, como portadores de deficiência e igualdade racial.

Uma pasta de terceiro escalão, sem recursos humanos e financeiros e sem condições, portanto, de ser articuladora de políticas e relações com a sociedade civil, sem autoridade para realizar monitoramento e proposições de ações, projetos e programas voltados aos jovens e sem executar nenhuma iniciativa de peso, já que Pronasci, ProJovem e a versão “gaúcha” do Pronasci, que o governador vai criar, ficarão alocados em outras pastas. Sem contar que a associação de Juventude com “Justiça”, ainda mais quando a Secretaria em questão é a responsável pela gestão da versão da “FEBEM” do Rio Grande, e tem a maior parte do seu orçamento voltado para essa função, é extremamente ruim, ressuscitando o simbólico de “jovem problema” tão projetado no governo tucano de Yeda Crusius, que nada fez pelos jovens do estado, ao contrário: aprofundou índices negativos de exclusão sócio-cultural.

Uma experiência semelhante a que o governador quer fazer no Rio Grande do Sul já foi feita no Pará, no governo de Ana Júlia, e justamente pela mais completa condições de ação política da “área de juventude”, o resultado não foi dos melhores, basta saber que era impossível fazer material de juventude na eleição sem vincular o balanço de quatro anos com as propostas da reeleição – elaboradas criticamente pelo Comitê de Juventude -, sob o risco de emagrecer sobremaneira o “balanço positivo”.

Não imagino como “a vitória da Unidade Popular pode recolocar o Rio Grande na vanguarda da inovação em termos de governança democrática em escala global”, sem considerar o papel dos jovens – somado ao bônus demográfico – ao desenvolvimento econômico, cultural e político.

Assim o novo governo mal começa e já põe na ordem do dia um retrocesso, o que contrasta com a prioridade que Tarso deu à juventude em sua passagem pelo MEC e pelo Ministério da Justiça.

A sugestão de post foi do Murilo Amatneeks, da Executiva Nacional da Juventude do PT.

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