A Copa de 2014 e a limpeza imobiliária dos que atravacam os negócios
Diário Gauche
"Aqui no Rio de Janeiro estamos passando por um processo crítico de total desrespeito à legislação urbana, em função das obras para a Copa e Olimpíada. Coisas muito semelhantes estão acontecendo ai em Porto Alegre, como remoções de pessoas (exclusivamente de baixo poder aquisitivo), mandando-as para os confins mais afastados da cidade para deixar a paisagem das áreas centrais "limpas".
A pobreza está deixando de ser tratada como problema social e se tornando só uma questão paisagística a ser resolvida com remoções. Isso está documentado em consultorias que a prefeitura do Rio encomendou de planejadores urbanos de Barcelona (ou seja, é legitimado pelo Estado), e está acontecendo também em várias cidades por onde ocorrerão os megaeventos.
Segue anexa uma fotografia que uma aluna minha tirou, no Rio de Janeiro (da localidade de Campinho, entre Madureira e Cascadura), que ilustra um pouco dos conflitos urbanos que estão acontecendo em função do território de exceção que se instaurou por aqui.
Os movimentos organizados aqui no Rio (e aí em Porto Alegre também) estão preocupados e esperançosos em função da quase inexistente repercussão que estão tendo os despejos e os conflitos que estão acontecendo (pois são abafados pelo furor em função dos jogos e pela expectativa de investimentos que as cidades vão receber - esquecendo das dívidas que estas cidades estão contraindo com infraestrutura que só vai servir para os grandes investidores, à custa do erário público)".
Carla Hirt, professora universitária
Nenhum comentário:
Postar um comentário